AGU manda Facebook remover vídeo em que Haddad diz que plano é 'taxar tudo'

Política
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A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou ao Facebook nesta quinta-feira, 9, uma notificação extrajudicial para que a plataforma remova, em 24 horas, um vídeo falso que circula nas redes em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece dizer que o plano do governo é "taxar tudo".

 

No material, ele fala na criação de um imposto "do cachorrinho de estimação", de um imposto "pré-natal" para mulheres grávidas e de um imposto "das bets". A fala do ministro foi alterada com uso de inteligência artificial.

 

"A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa", diz a AGU.

 

De acordo com os advogados da União, o caráter enganoso e fraudulento do conteúdo contraria as próprias regras do Facebook, que vedam a utilização da plataforma para finalidades ilegais. Em nota à imprensa, a AGU reitera que os padrões da plataforma recomendam a remoção de "conteúdo que possa contribuir diretamente na interferência do funcionamento de processos políticos".

 

A AGU reitera ainda que o vídeo é desinformativo e mostra fatos que não condizem com a realidade para "confundir o público sobre a posição do Ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público".

 

Se o pedido de remoção não for aceito, a AGU solicita que o vídeo seja tarjado para informar que foi gerado por IA e tem conteúdo alterado.

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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, deve receber na sexta-feira, 24, em Londres, uma reunião da chamada Coalizão dos Dispostos, grupo de países que prepara o envio de uma força internacional para monitorar um eventual cessar-fogo na Ucrânia, de acordo com a imprensa britânica. O encontro contará com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e do francês, Emmanuel Macron, e ocorre em meio a intensas negociações diplomáticas sobre o conflito.

De acordo com o The Telegraph, a União Europeia também discute acelerar a aprovação de um empréstimo de 140 bilhões de euros a Kiev, garantido por ativos russos congelados. O financiamento, que poderia ajudar a custear o envio de armamentos à Ucrânia, deve ser confirmado durante a cúpula de líderes da UE marcada para quinta-feira, em Bruxelas - um dia antes da reunião em Londres.

A chefe de Relações Exteriores e Segurança da UE, Kaja Kallas, afirmou hoje que o bloco segue determinado a apoiar Kiev e a conter Moscou. "Vemos os esforços do presidente Trump para trazer paz à Ucrânia, e todos esses esforços são bem-vindos, mas não vemos a Rússia querendo paz", disse. Segundo ela, "a Rússia só negocia quando é realmente obrigada a negociar".

Kallas acrescentou que a UE também discute novas sanções contra a chamada shadow fleet - frota de petroleiros usada por Moscou para driblar restrições - para aumentar a pressão sobre a Rússia.

Com um potente discurso anticorrupção e milhares de seguidores nas redes sociais, o vice de Rodrigo Paz Pereira, Edman Lara, um ex-capitão da polícia de 39 anos, ajudou a alavancar a popularidade do senador, que foi eleito neste domingo, 19, presidente da Bolívia.

Logo após o primeiro turno, Lara roubou os holofotes em um comício em El Alto, a 4.100 metros de altitude, cercado por cerca de mil simpatizantes. "Eu sou a garantia. Se Rodrigo Paz não cumprir, eu o confrontarei", lançou como advertência ao próprio companheiro de chapa.

Conhecido como "capitão Lara", desde 2003 ele é um símbolo da luta contra a corrupção ao denunciar com vídeos, inclusive ao vivo, casos de abusos policiais no Instagram e TikTok. Ele acumula "curtidas" e comentários.

A imagem de Paz ganhou mais força com a escolha de Lara como vice. Quando ele juntou-se à campanha em maio, sua espontaneidade deu um novo impulso à candidatura nas redes sociais, apontam especialistas.

"Eles se conectaram diretamente com (...) um eleitorado jovem, mais popular", disse Erick Hurtado, especialista boliviano em marketing político, em entrevista à AFP.

Em entrevista ao The New York Times, o analista político Carlos Saavedra disse que Lara foi crucial para a forte estratégia de mídia social da campanha e classificou o ex-capitão como "um verdadeiro forasteiro político, um homem que nunca foi membro de qualquer partido."

Paz diz que começou suas viagens há quatro anos e que visitou 220 dos 340 municípios do país. "Enquanto Lara fazia redes sociais, Rodrigo visitou muitos lugares do país" por terra e com poucos recursos, aos quais chegou "viajando muitas horas pelas estradas", apontou Hurtado.

Em julho, Paz não foi convidado como outros candidatos para um fórum organizado por empresários em Santa Cruz, o motor econômico da Bolívia. Sua equipe de campanha invadiu o local e ergueu um grande banner com um número de telefone "para convidar o candidato (...) para fóruns e debates". O incidente ganhou popularidade.

Seus adversários dominavam as telas das televisões e enchiam as ruas com anúncios. Mas Paz e Lara se conectavam com o eleitorado por outros meios: redes sociais e encontros cara a cara.

Ainda de acordo com o especialista, Paz não fez jingles, não distribuiu publicidade e não alugou palcos para comícios. "É um caso onde a autenticidade e a narrativa digital venceram todo o aparato tradicional dos meios de massa e do dinheiro", disse Hurtado.

E, embora sua equipe tenha aplicado uma espécie de guerrilha de marketing, ele não é um outsider. Vereador, prefeito, deputado e senador, o candidato do Partido Democrata Cristão tem mais de duas décadas na política. (Com agências internacionais).

A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Rosa Yolanda Villavicencio Mapy, informou nesta segunda-feira, 20, que o embaixador colombiano nos EUA, Daniel García-Peña, foi convocado para consultas pelo presidente do país, Gustavo Petro, e agora está em Bogotá, de acordo com comunicado divulgado pelo governo. O texto informa que a decisão sobre o tema ainda será divulgada.

A convocação do embaixador acontece em um momento de tensões entre Petro e o presidente americano Donald Trump. No domingo, 19, em publicação na Truth Social, o republicano alegou que o líder colombiano é "um líder de drogas ilegais que incentiva fortemente a produção maciça de drogas" e retirou os subsídios americanos.

Em resposta, Petro afirmou que "jamais a Colômbia foi grosseira com os EUA" e classificou o comentário de Trump como "grosseiro e ignorante" com os colombianos.