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A advogada Cecília Rodrigues Mota é citada na Operação Sem Desconto - investigação das fraudes do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) - como suposta operadora financeira do esquema que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão havia buscado contato com a advogada, mas sem sucesso. O espaço segue aberto

Segundo a Polícia Federal, escritórios de advocacia e empresas ligadas a Cecília receberam R$ 14 milhões de associações investigadas por golpes em aposentados e repassaram recursos a servidores do INSS suspeitos de corrupção.

A advogada teria intermediado transferências a André Paulo Félix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, e a Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS.

A Polícia Federal afirma que ela "desempenha um papel central na teia financeira que sustenta o esquema de descontos indevidos sobre os benefícios de aposentados".

Além das transações envolvendo serviços do alto escalão do INSS, o escritório da advogada movimentou recursos incompatíveis com seu faturamento mensal, segundo a PF.

"Observa-se que o seu comportamento transacional é de entrada e saída de recursos de maneira rápida, o que demonstra pressa na evasão dos recursos recebidos, deixando saldo irrisório na conta, se comparado com a movimentação financeira transacionada no período", aponta a Polícia Federal.

Cecília Rodrigues Mota também dirigiu duas entidades investigadas pela PF, a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), entre março de 2017 e fevereiro de 2020.

Outro dado chamou a atenção da Polícia Federal: a advogada fez 33 viagens entre janeiro e novembro de 2024. Em menos de um ano, ela esteve em destinos como Dubai, Paris e Lisboa.

A PF afirma que as viagens tiveram duração curta, algumas de apenas um dia, e movimentaram muitas bagagens, "indicando transporte de valores físicos ou documentos estratégicos".

Além disso, segundo os investigadores, as passagens eram compradas com antecedência mínima ou até mesmo no momento do embarque, "sugerindo planejamento mínimo para evitar rastreamento". Quando voltou de Dubai, por exemplo, a advogada despachou 31 malas.

Os investigadores identificaram ainda pagamentos a lojas de joias, a marcas de luxo e a hotéis cinco estrelas, como Tiffany, Hugo Boss, Prada e Fasano.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem do Estadão tentou contato com a advogada Cecília Rodrigues Mota pelas redes sociais e busca localizar a defesa, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

A Neoenergia registrou lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 1,001 bilhão no primeiro trimestre deste ano, queda de 11% em relação ao mesmo período do ano passado.

No trimestre, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado alcançou R$ 3,717 bilhões, elevação de 6% em relação ao apurado um ano antes. O Ebitda Caixa do período ficou em R$ 2,781 bilhões, queda de 1%, em base anual de comparação.

Entre janeiro e março, a receita líquida da empresa totalizou R$ 11,425 bilhões, crescimento de 4% em base anual de comparação.

A dívida líquida da Neoenergia alcançou R$ 44,424 bilhões no final de março, alta de 3% em comparação com o primeiro trimestre de 2024. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado fechou o período em 3,49 vezes, crescimento de 0,04 vez.

Operacional

No segmento de distribuição, a companhia terminou o primeiro trimestre com 22.903 gigawatts-hora (GWh) de energia injetada, alta de 3,6%. O montante de energia distribuída no trimestre foi de 19.354 GWh, elevação de 2,3%.

Já a quantidade de clientes do grupo aumentou 2% no primeiro trimestre, para 16,713 milhões, considerando todas as distribuidoras do grupo.

A United Parcel Service (UPS) disse que está cortando 20.000 postos de trabalho este ano e se recusou a atualizar suas perspectivas para 2025 devido à incerteza no ambiente macroeconômico atual, mesmo com os resultados do último trimestre acima das expectativas.

A UPS, que tem quase 490.000 funcionários, tem procurado diminuir suas operações depois de reduzir, em janeiro, a quantidade de pacotes que entrega para a Amazon. A gigante do comércio eletrônico foi responsável por cerca de 12% da receita da UPS.

A empresa de Atlanta registrou um lucro líquido no primeiro trimestre de US$ 1,19 bilhão, ou US$ 1,40 por ação, acima dos US$ 1,11 bilhão, ou US$ 1,30 por ação, no período do ano anterior.

Excluindo alguns itens não recorrentes, o lucro foi de US$ 1,49 por ação, acima da previsão dos analistas consultados pela FactSet, de US$ 1,38.

A receita ficou em torno de US$ 21,5 bilhões. Os analistas consultados pela FactSet esperavam US$ 21 bilhões.

Os executivos da UPS quase não mencionaram a China ou as tarifas na teleconferência do quarto trimestre com os analistas.

Na semana passada, o Wells Fargo rebaixou as ações da empresa de sobreponderação para peso igual e cortou a meta de preço de 120 para 98.