Wagner Moura e 'O Agente Secreto' são indicados ao Gotham Awards

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Nesta terça-feira, 28, o Gotham Awards, prêmio que reconhece o cinema independente e abre a temporada de premiações em Nova York, divulgou seus indicados.

 

Entre os candidatos ao prêmio, aparecem o filme brasileiro O Agente Secreto, concorrendo na categoria de Melhor Roteiro Original, e o ator Wagner Moura, que disputa como Melhor Atuação Protagonista.

 

O longa de Kleber Mendonça Filho foi o selecionado para representar o Brasil no Oscar, sendo apontado por veículos especializados como possível concorrente nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e de Melhor Ator para Wagner Moura.

 

A lista geral de indicações do Gotham Awards é liderada pelo filme Uma Batalha Após a Outra, de Paul Thomas Anderson, com seis indicações. O filme estrelado por Leonardo Di Caprio concorre em Melhor Filme; Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado, para Paul Thomas Anderson; Melhor Atuação Revelação para Chase Infiniti, e Melhor Atuação Coadjuvante, para Benicio Del Toro.

 

A cerimônia de entrega do Gotham Awards acontece no dia 1º de dezembro, em Nova York.

 

Lista completa de indicados ao Gotham Awards

 

Melhor Filme

 

Bugonia

A Leste de Wall

Toque Familiar

Hamnet: A Vida Antes de Hamlet

Se Eu Tivesse Pernas, Eu Chutaria Você

Lurker

Uma Batalha Após a Outra

Sorry, Baby

O Testamento de Ann Lee

Train Dreams

 

Melhor Filme Internacional

 

Foi Apenas um Acidente

Sem Outra Escolha

Nouvelle Vague

Resurrection

Som do Caos

 

Melhor Documentário

 

A 2000 metros de Andriivka

BLKNWS: Termos & Condições

Meus Amigos Indesejáveis: Parte I - Último Ar em Moscou

A Vizinha Perfeita

Coloque Sua Alma na Mão e Caminhe

 

Melhor Diretor

 

Mary Bronstein, por Se Eu Tivesse Pernas, Eu Chutaria Você

Jafar Panahi, por Foi Apenas um Acidente

Kelly Reichardt, por The Mastermind

Paul Thomas Anderson, Uma Batalha Após A Outra

Oliver Laxe, por Sirât

 

Diretor Revelação

 

Constance Tsang, por Blue Sun Palace

Carson Lund, por Eephus

Sarah Friedland, por Toque Familiar

Akinola Davies Jr., por A Sombra do Meu Pai

Harris Dickinson, por Urchin

 

Melhor Roteiro Original

 

Se Eu Tivesse Pernas, Eu Chutaria Você, Mary Bronstein

Foi Apenas um Acidente, Jafar Panahi

O Agente Secreto, Kleber Mendonça Filho

Sorry, Baby, Eva Victor

Som do Caos, Louise Peter, Mascha Schilinski

 

Melhor Roteiro Adaptado

 

Sem Outra Escolha, Park Chan-wook, Lee Kyoung-Mi, Jahye Lee, Don McKellar

Uma Batalha Após a Outra, Paul Thomas Anderson

Pillion, Harry Lighton

Preparação para a Próxima Vida, Martyna Majok

Train Dreams, Clint Bentley, Greg Kwedar

 

Melhor Atuação Protagonista

 

Jessie Buckley, Hamnet: A Vida Antes de Hamlet

Lee Byung-hun, Sem Outra Escolha

Rose Byrne, Se Eu Tivesse Pernas, Eu Chutaria Você

Sopé Dìrísù, A Sombra do Meu Pai

Ethan Hawke, Blue Moon

Jennifer Lawrence, Morra Amor

Wagner Moura, O Agente Secreto

Josh O'Connor, The Mastermind

Amanda Seyfried, O Testamento de Ann Lee

Tessa Thompson, Hedda

 

Melhor Atuação Coadjuvante

 

Benicio Del Toro, Uma Batalha Após A Outra

Jacob Elordi, Frankenstein

Inga Ibsdotter Lilleaas, Valor Sentimental

Indya Moore, Pai Mãe Irmã Irmão

Wunmi Mosaku, Pecadores

Adam Sandler, Jay Kelly

Andrew Scott, Blue Moon

Alexander Skarsgård, Pillion

Stellan Skarsgård, Valor Sentimental

Teyana Taylor, Uma Batalha Após A Outra

 

Revelação em Atuação

 

A$AP Rocky, Céus e Infernos

Sebiye Behtiyar, Preparação para a Próxima Vida

Chase Infiniti, Uma Batalha Após A Outra

Abou Sangaré, História de Souleymane

Tonatiuh, O Beijo da Mulher-Aranha

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O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Antônio José Campos Moreira, disse nesta quarta-feira, 29, que a ADPF 635, a "ADPF das Favelas", como está atualmente, "é excepcional", o oposto do que o governador Cláudio Castro (PL) tem dito ao tratar sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) é uma ação ajuizada no STF para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.

Castro chamou a ADPF das Favelas de "maldita", em coletiva na terça-feira, 28, e disse que a decisão do STF dificultou a atuação das forças de segurança pública do Rio no combate à criminalidade.

"Ainda são o que nós chamamos de filhotes dessa ADPF maldita. Infelizmente um partido político Ingressou e prejudicou demais o Rio de Janeiro. Não pode o policial bem treinado atirar da plataforma, mas pode o criminoso usar um drone com bomba. São essas idiossincrasias que a gente vê e, que, infelizmente, a tentativa de politização da segurança pública arrebenta sempre no lado do policial que está lá arriscando a sua vida", afirmou.

Na contramão de Castro, o chefe do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que, no início, a ADPF serviu como "um freio de arrumação" nas operações policiais e que, agora, após o plenário do STF analisar a ADPF em abril deste ano, ela ficou "excepcional".

"Creio que essa restrição às operações policiais tenha ocorrido num outro cenário já ultrapassado. Hoje o Supremo inverteu. O Supremo afastou a excepcionalidade para dizer o seguinte, olha, agora o que era excepcionalidade é a regra. Não há mais restrição, porque o que era a excepcionalidade hoje é considerada regra", disse Antônio José Campos.

Moraes assume ADPF das Favelas

O ministro Alexandre de Moraes assumiu temporariamente a relatoria da ação judicial sobre operações em favelas. A Corte determinou medidas ao governo do Rio de Janeiro para reduzir a letalidade policial no Estado.

Em seu primeiro despacho, Moraes pediu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), em até 24 horas, sobre manifestação apresentada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) pedindo diligências da Corte após a operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 64 mortes.

85 operações por mês durante vigência da ADPF

O governo do Rio de Janeiro fez, em média, 85 operações policiais por mês em comunidades desde o início da tramitação da ADPF das Favelas STF, em junho de 2020, de acordo com um relatório do Ministério Público do Estado (MP-RJ).

Apesar das limitações impostas pela ADPF, o relatório do Ministério Público mostra que as polícias do Rio de Janeiro realizaram 5,4 mil operações em comunidades do Estado nos últimos cinco anos. O recorde foi em 2023, com 1,5 mil incursões em comunidades.

Neste ano, já foram 787 ações até o dia 15 de outubro. Em nenhum mês de 2025 as polícias fizeram menos do que 70 operações em comunidades no Rio. O mês de janeiro teve o maior número (114). O relatório não aponta a quantidade de mortes nas operações policiais.

Na sua primeira manifestação sobre as mortes no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que é preciso trabalho coordenado para combater o crime organizando, evitando que policiais, crianças e famílias inocentes sejam colocados em risco. Lula disse que pediu que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal auxiliassem nas ações no Rio de Janeiro.

"Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco", disse Lula.

O presidente afirmou ainda que o trabalho de repressão ao crime no Rio deve seguir o modelo de operação realizada em agosto contra quadrilhas que atuam na venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro.

Lula também defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública que foi enviada por seu governo ao Congresso. "Com a aprovação da PEC da Segurança, que encaminhamos ao Congresso Nacional, vamos garantir que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas", disse.

A operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos na última terça-feira, 28, também atingiu um animal de estimação. O cachorro Scooby, de sete anos e da raça cane corso, foi alvo de uma das munições disparadas durante a ofensiva policial, que mirou lideranças do Comando Vermelho (CV) em incursões realizadas nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte do Rio.

O animal foi levado para o Hospital Municipal Veterinário São Francisco de Assis, em Irajá, por volta das 19h20, com uma bala alojada próximo da virilha esquerda. Scooby recebeu os primeiros atendimentos médicos. A equipe tentou realizar a retirada da bala, mas não conseguiu encontrá-la. O animal então teve o quadro estabilizado.

Mesmo com o projétil ainda dentro do corpo, o cachorro foi liberado e retornou para os cuidados da família. Nesta quarta-feira, 29, porém, o hospital teve conhecimento de que Scooby não estava conseguindo se alimentar e retomou os cuidados do animal, que agora se encontra em um abrigo municipal à espera de novos exames de ressonância que vão ajudar a localizar o projétil para realizar a cirurgia de retirada.

O motorista Hélio Fernando de Abreu da Silva, tutor do animal e morador de Olaria, comunidade que fica no Complexo da Penha, conta que os tiros começaram por volta das 7h, quando o Caveirão (veículo blindado da Polícia Militar), passou pela sua rua. Ele, a mulher e os filhos estavam no andar de baixo, mas o cachorro estava no terraço da residência.

"Foi quando eu escutei o choro do Scooby. Minha esposa e as crianças começaram a chorar já imaginando que ele tinha sido atingido, mas não tinha como subir para poder ver (como ele estava). Era muito tiro, minha casa foi alvejada várias vezes", contou o motorista ao Estadão.

Depois de ver Scooby atingido, Hélio não pôde ajudar como gostaria. Ainda com a comunidade tomada pelo som de disparos, ele não se sentia seguro para levar o cachorro até o hospital veterinário. "Não tinha como sair. Era muito tiro", lembra.

Só por volta das 18h, cerca de nove horas depois do início do tiroteio, Hélio conseguiu enrolar Scooby em um lençol e levá-lo, com a ajuda de um amigo adestrador, para o Hospital Veterinário São Francisco de Assis.

"Foi uma sensação muito ruim querer socorrer o Scooby e não poder, e ver todo o sofrimento dele. O grito que ele deu quando foi atingido não sai do meu pensamento", disse Hélio. "Mas, Graças a Deus, ele foi muito bem atendido".

De acordo com o secretário Luiz Ramos Filho, titular da pasta de Proteção e Defesa dos Animais, não é possível afirmar, ainda, se o cachorro terá sequelas. "Ele vai passar por um raio-x e vai depender da avaliação dos médicos veterinários para determinar a data da cirurgia", disse.

Ele explicou que Scooby foi liberado mesmo com o projétil alojado no corpo porque o hospital veterinário tinha a responsabilidade de realizar o primeiro atendimento emergencial e estabilizar o quadro de saúde do cachorro.

"A gente faz esse primeiro atendimento, mas a sequência dos cuidados deve ser buscada pelos tutores", diz. "Mas entramos em contato depois com a família, que nos contaram que ele não estava se alimentando. Por isso nós o buscamos de volta para realizar a cirurgia".

De acordo com o secretário, este foi o único animal atendido pela prefeitura do Rio durante ou após as operações, mas ele não descarta outros casos que possam não ter chegado ao conhecimento da pasta.

O Scooby foi o segundo animal baleado este mês atendido pelas equipes municipais, e o sétimo se somar com as ocorrências de setembro.

Ramos explica que animais baleados são comuns nas comunidades tomadas pelas organizações criminosas e que há até cachorros jurados de morte. "É normal o criminoso se esconder em alguma casa e o cachorro, ao ficar latindo para ele, tomar um tiro", diz.

Batizada de Contenção, a operação policial da terça-feira contou com 2,5 mil agentes e causou a morte de ao menos 121 pessoas, além da prisão de outras 113, conforme dados divulgados pelo governo fluminense. Já a Defensoria do Rio afirma que o total de óbitos foi de 132.

Na terça, o governo divulgou que 64 pessoas tinham morrido na operação, sendo quatro policiais - o dado foi corrigido para 58 posteriormente. Nesta quarta, porém, dezenas de corpos foram localizados em uma região de mata e levados para Praça São Lucas, no complexo da Penha, durante a madrugada e o início da manhã. Segundo moradores, alguns dos corpos estavam amarrados e apresentavam marcas de faca.

De acordo com o governo, 118 armas foram apreendidas na ação, incluindo 90 fuzis, 26 pistolas e um revólver. Drogas também foram localizadas, mas a gestão de Claudio Castro (PL) afirmou que a quantidade dos entorpecentes ainda estava sendo contabilizada.