Oposição e ministro Pimenta trocam acusações na CCJ: 'Não faço rachadinha'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Secretário Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, trocou acusações e deboches com deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 11.

 

O congressista Gilvan da Federal (PL-ES) foi um dos primeiros a atacar o ministro. Disse que Pimenta e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "deveriam estar presos". "Lamento um cidadão que é deputado federal, com trajetória na PF faça um pronunciamento tão desqualificado como esse. Eu não sou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que faz 'rachadinha'", respondeu o ministro.

 

"Absolveram aqui Janones, que tem áudio dos assessores que davam 'rachadinha' para ele. Vocês não tem moral. É por isso que a única saída que vocês têm é tentar censurar a oposição", respondeu Eduardo Bolsonaro (PL-SP), irmão de Flávio.

 

A primeira confusão aconteceu com pouco menos de uma hora de sessão. Autor do requerimento para cobrar esclarecimentos de Pimenta, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) perguntou a Pimenta sobre o uso de aeronave das Forças Armadas para deslocar entre cidades gaúchas com a mulher. O parlamentar sustentou que ministro só pode usar aviões de unidade de transporte especial de Brasília e que o helicóptero poderia ter sido usado para ajudar os gaúchos ao invés de transportar Pimenta e sua mulher.

 

O ministro respondeu com uma ironia, depois de confirmar que usou a aeronave. "Sim, sou ministro de Estado, participo de eventos públicos e muitas vezes minha esposa me acompanha. Não posso dizer o mesmo do senhor. Se o senhor acha alguma coisa muito estranha, inclusive tenho uma relação com ela de respeito. A minha delegação sou eu que escolho. E com ela mantenho uma relação de respeito, sem violência, sem agressão", disse.

 

Bilynskyj protestou, levantou-se e apontou o dedo em riste em direção ao ministro. "O ministro insinuou de alguma forma que o meu relacionamento com a minha esposa era um relacionamento violento. Esse é o tipo de moral de esgoto que o senhor traz aqui para a Câmara", afirmou.

 

Em maio de 2020, segundo investigação policial, a então namorada de Biliynskyj, que era delegado, acertou seis tiros no policial e depois se matou com um tiro no peito. O caso aconteceu após uma discussão dele com a companheira, em São Bernardo do Campo (SP). O inquérito do caso foi arquivado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2022.

 

Ao longo da sessão, parlamentares provocaram Pimenta o chamando de "montanha", termo que faz referência ao nome mencionado por delatores da Odebrecht sobre ele, que aparece em documentos da empreiteira sob o apelido de "Montanha". Pimenta ironizou dizendo que ele era uma "montanha de votos".

 

Pimenta nega conhecer o 'gabinete da ousadia'

 

Pimenta também negou ter conhecimento da existência do gabinete "gabinete da ousadia". Como revelou o Estadão, integrantes da Secom promove reuniões com petistas e influenciadores para discutir divulgação de conteúdos nas redes sociais.

 

O deputado Kim Kataguiri (União-SP), que pretende convocar o ministro interino da Comunicação, Laércio Portela, foi quem perguntou ao ministro. "Nunca ouvi falar de gabinete da ousadia. Desconheço completamente. Para mim foi algo, eu não vou responder a uma coisa que foi totalmente tirada de contexto, não existe" disse Pimenta.

 

O Estadão mostrou que o grupo que se auto-denominava de gabinete da ousadia começou atuar ainda na época da campanha. O secretário-geral do PT, Jilmar Tatto, admitiu os encontros, mas, ao ser procurado pelo jornal, tentou minimizar a participação do governo. Já a Secom confirmou, por meio de nota, que faz reuniões periódicas para repassar estratégias sobre ações do governo.

 

O ministro Paulo Pimenta, provisoriamente no comando da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, presta esclarecimentos à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara sobre o inquérito da Secretaria de Comunicação Social (Secom) que apura a disseminação de notícias falsas sobre a crise climática no Rio Grande do Sul.

 

Ele era titular da Secom até assumir a Secretaria Extraordinária. No começo de maio, Pimenta, então titular da Secom, listou postagens em redes sociais do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro), do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e do coach e ex-candidato nas eleições de 2022 Pablo Marçal em um pedido de investigação sobre fake news relacionadas às enchentes e seus efeitos no Rio Grande do Sul.

 

Entre as publicações citadas no ofício como desinformação, há uma postagem de Eduardo Bolsonaro que afirma que o governo federal só encaminhou ajuda ao Estado afetado pelas enchentes após quatro dias. A informação é falsa, como mostrou o Estadão Verifica.

 

O ministro encerrou sua participação as 18h, alegando que era o horário limite que poderia ficar na comissão. Ao sair, deputados da oposição fizeram coro: "Montanha fujão", entoaram os parlamentares.

Em outra categoria

Os planos aprovados por Israel nesta segunda-feira (5) para capturar toda a Faixa de Gaza e continuar em território palestino por período indeterminado de tempo devem começar após a visita do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, segundo oficiais israelenses. O plano provavelmente expandirá as operações de Israel em Gaza sob forte oposição internacional.

Os ministros do gabinete de Israel aprovaram o plano em uma votação realizada no início da manhã desta segunda, horas depois de o chefe militar israelense dizer que o exército estava convocando dezenas de milhares de soldados da reserva.

O novo plano, que duas autoridades disseram ter como objetivo ajudar Israel a atingir seus objetivos de guerra de derrotar o Hamas e libertar reféns mantidos em Gaza, também exige que centenas de milhares de palestinos se mudem para o sul de Gaza - o que provavelmente equivaleria ao deslocamento forçado deles e agravaria uma crise humanitária já terrível.

Uma terceira pessoa, uma autoridade de defesa, disse que o novo plano só entrará em vigor depois que Trump sua esperada visita ao Oriente Médio neste mês - o que pressupõe a possibilidade de Israel concordar com um cessar-fogo nesse meio tempo. As três autoridades falaram sob condição de anonimato, pois estavam discutindo planos militares.

Desde que encerrou o cessar-fogo com o grupo militante Hamas em meados de março, Israel tem lançado ataques violentos no território, matando centenas de pessoas. O país conquistou faixas de território e agora controla cerca de 50% de Gaza. Antes do fim da trégua, Israel suspendeu toda a ajuda humanitária no território, incluindo alimentos, combustível e água, desencadeando o que se acredita ser a pior crise humanitária em quase 19 meses de guerra.

As autoridades disseram que Israel está em contato com vários países sobre o plano de Trump de tomar Gaza e realocar sua população, sob o que chamou de "emigração voluntária". Essa proposta atraiu ampla condenação, inclusive de aliados de Israel na Europa, e grupos de direitos humanos alertaram que poderia ser um crime de guerra segundo o direito internacional. Fonte: Associated Press.

Durante uma caminhada pela montanha Krkonoše, na República Checa, em fevereiro deste ano, dois homens encontraram uma lata de alumínio contendo 598 moedas de ouro, dispostas em colunas e envoltas em tecido preto. A descoberta inicial despertou a curiosidade das pessoas que costumam caminhar por lá, que decidiram explorar a área, e acabaram localizando mais objetos. As informações da Rádio Praga Internacional e foram publicadas pela Smithsonian Magazine, uma revista ligada ao Instituto Smithsonian, o maior complexo de museus e institutos de pesquisa do mundo.

Os achados foram levados ao Museu da Boêmia Oriental, em Hradec Králové, na República Checa. Segundo uma postagem no Facebook do museu, a cerca de um metro de onde foram localizadas as moedas, foram achados outros objetos, entre eles 16 caixas de rapé, 10 pulseiras, uma pequena bolsa de malha fina de arame, um pente, uma corrente com uma pequena chave e um estojo de pó compacto. O peso total dos itens, segundo a postagem do museu, é de 7 quilos.

Segundo informações da Smithsonian Magazine, especialistas disseram à Rádio Praga Internacional que os achados, somados, valem US$ 340 mil, equivalente a R$ 1,9 milhão.

Na postagem do Facebook do Museu da Boêmia Oriental, o numismata Vojtech Brádle diz que o conjunto não pode ser avaliado como dinheiro comum da época, mas principalmente como um tesouro de metal precioso acumulado. As moedas são de 1808 a 1915, segundo os anos cunhados nelas. Ele diz ainda que o ano de 1915 não é decisivo para determinar quando o depósito chegou ao local. A razão, segundo a postagem, é a presença de várias peças com pequenas marcas (as chamadas contramarcas), que podem ter sido colocadas nelas somente após a Primeira Guerra Mundial.

"As moedas foram cunhadas no território da antiga Iugoslávia durante as décadas de 1920 e 1930 do século XX. No geral, pode-se dizer que, dentro das descobertas domésticas, trata-se de um conjunto muito específico em sua composição, pois a maior parte é de origem francesa e, em maior número, além das cunhagens da Áustria-Hungria, inclui também moedas belgas e otomanas. Por outro lado, faltam completamente moedas alemãs e checoslovacas", diz Brádle na postagem.

Segundo a Smithsonian Magazine, ninguém sabe quem enterrou o tesouro - ou por qual motivo teve que o esconder. Os pesquisadores também estão intrigados com o fato de que quem enterrou o tesouro nunca voltou para recuperá-lo. Especula-se que possa ter sido escondido durante a Segunda Guerra Mundial por fugitivos ou pelos próprios nazistas, dada a localização próxima à fronteira com a Polônia.

Para Miroslav Novák, chefe do departamento arqueológico do Museu da Boêmia Oriental, a descoberta é única. "Depositar objetos valiosos na terra na forma de tesouros, os chamados depósitos, era uma prática comum desde a pré-história. Inicialmente, os motivos religiosos eram mais comuns, mais tarde tratava-se frequentemente de bens escondidos em tempos incertos com a intenção de retornar para eles mais tarde. Esta descoberta se destaca principalmente pelo peso incomumente grande do metal precioso", diz Novák na postagem do Facebook do museu.

O presidente da China, Xi Jinping, realizará uma visita oficial à Rússia de 7 a 10 de maio, confirmou o Kremlin no domingo (4). O presidente chinês está entre os líderes que comparecerão ao Desfile do Dia da Vitória em Moscou, em 9 de maio, para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.

O Kremlin afirmou que Xi visitará a convite do presidente russo, Vladimir Putin, e que, além de participar das celebrações do Dia da Vitória, os líderes discutirão "o desenvolvimento de relações de parceria abrangente, interação estratégica" e "questões da agenda internacional e regional".

Putin e Xi assinarão diversos documentos bilaterais, afirmou o Kremlin.

A visita de Xi à Rússia será a terceira desde que o Kremlin enviou tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022. A China afirma ter uma posição neutra no conflito, mas apoia as alegações do Kremlin de que a ação da Rússia foi provocada pelo Ocidente e continua a fornecer componentes essenciais necessários a Moscou para a produção de armas.

No sábado, 3, Moscou acusou o presidente ucraniano Volodimir Zelenski de ameaçar a segurança de dignitários presentes nas celebrações do Dia da Vitória, após ele ter rejeitado o cessar-fogo unilateral de 72 horas da Rússia. Zelenski afirmou que a Ucrânia não pode fornecer garantias de segurança a autoridades estrangeiras que planejam visitar a Rússia por volta de 9 de maio, alertando que Moscou poderia encenar provocações e, posteriormente, tentar culpar a Ucrânia. Fonte: Associated Press.