República Checa: pessoas encontram, em caminhada, tesouro em moedas de ouro e pequenos objetos

Internacional
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Durante uma caminhada pela montanha Krkonoše, na República Checa, em fevereiro deste ano, dois homens encontraram uma lata de alumínio contendo 598 moedas de ouro, dispostas em colunas e envoltas em tecido preto. A descoberta inicial despertou a curiosidade das pessoas que costumam caminhar por lá, que decidiram explorar a área, e acabaram localizando mais objetos. As informações da Rádio Praga Internacional e foram publicadas pela Smithsonian Magazine, uma revista ligada ao Instituto Smithsonian, o maior complexo de museus e institutos de pesquisa do mundo.

 

Os achados foram levados ao Museu da Boêmia Oriental, em Hradec Králové, na República Checa. Segundo uma postagem no Facebook do museu, a cerca de um metro de onde foram localizadas as moedas, foram achados outros objetos, entre eles 16 caixas de rapé, 10 pulseiras, uma pequena bolsa de malha fina de arame, um pente, uma corrente com uma pequena chave e um estojo de pó compacto. O peso total dos itens, segundo a postagem do museu, é de 7 quilos.

 

Segundo informações da Smithsonian Magazine, especialistas disseram à Rádio Praga Internacional que os achados, somados, valem US$ 340 mil, equivalente a R$ 1,9 milhão.

 

Na postagem do Facebook do Museu da Boêmia Oriental, o numismata Vojtech Brádle diz que o conjunto não pode ser avaliado como dinheiro comum da época, mas principalmente como um tesouro de metal precioso acumulado. As moedas são de 1808 a 1915, segundo os anos cunhados nelas. Ele diz ainda que o ano de 1915 não é decisivo para determinar quando o depósito chegou ao local. A razão, segundo a postagem, é a presença de várias peças com pequenas marcas (as chamadas contramarcas), que podem ter sido colocadas nelas somente após a Primeira Guerra Mundial.

 

"As moedas foram cunhadas no território da antiga Iugoslávia durante as décadas de 1920 e 1930 do século XX. No geral, pode-se dizer que, dentro das descobertas domésticas, trata-se de um conjunto muito específico em sua composição, pois a maior parte é de origem francesa e, em maior número, além das cunhagens da Áustria-Hungria, inclui também moedas belgas e otomanas. Por outro lado, faltam completamente moedas alemãs e checoslovacas", diz Brádle na postagem.

 

Segundo a Smithsonian Magazine, ninguém sabe quem enterrou o tesouro - ou por qual motivo teve que o esconder. Os pesquisadores também estão intrigados com o fato de que quem enterrou o tesouro nunca voltou para recuperá-lo. Especula-se que possa ter sido escondido durante a Segunda Guerra Mundial por fugitivos ou pelos próprios nazistas, dada a localização próxima à fronteira com a Polônia.

 

Para Miroslav Novák, chefe do departamento arqueológico do Museu da Boêmia Oriental, a descoberta é única. "Depositar objetos valiosos na terra na forma de tesouros, os chamados depósitos, era uma prática comum desde a pré-história. Inicialmente, os motivos religiosos eram mais comuns, mais tarde tratava-se frequentemente de bens escondidos em tempos incertos com a intenção de retornar para eles mais tarde. Esta descoberta se destaca principalmente pelo peso incomumente grande do metal precioso", diz Novák na postagem do Facebook do museu.

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Quatro ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são esperados por comissões na Câmara dos Deputados nesta semana. As "visitas" ocorrem em meio a desgastes nos ministérios de Lula, com demissão de Carlos Lupi pelo escândalo dos desvios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e avanço da reforma ministerial, com previsão de substituição na pasta das Mulheres, saindo Cida Gonçalves e entrando Márcia Lopes.

Para dois ministros, a presença será obrigatória, já que se trata de convocação. O chefe do Itamaraty, Mauro Vieira, deverá comparecer à reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta terça-feira, 6, à tarde, para prestar esclarecimentos sobre o asilo diplomático concedido à Nadine Heredia. A ex-primeira dama do Peru foi condenada pela Justiça peruana por corrupção, em ação originada da Operação Lava Jato.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também foi convocada pela oposição e deve comparecer à reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural nesta quarta-feira, 7, às 10h.

A convocação partiu de dois requerimentos: um do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que pede que a ministra preste esclarecimentos sobre os impactos ambientais da construção de uma nova rodovia em Belém para a COP30. Já o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), pecuarista e agricultor, quer que Marina explique se "estava envolvida ou fomentando" ações da 21.ª edição do Acampamento Terra Livre, e sobre aumento de incêndios e alta na degradação na Amazônia Legal.

Na mesma comissão, mas no dia anterior, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi convidado pelos parlamentares para discutir e analisar diversas pautas. Com requerimentos de deputados da oposição e governistas, o ministro deverá ser questionado sobre o preço dos alimentos, a situação da regularização fundiária no País, supostos crimes praticados por movimentos sociais durante o "Abril Vermelho", ações do governo para solucionar conflitos no campo, entre outras. Teixeira também será convidado a apresentar os resultados das políticas da pasta e os planos para este ano.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi convidado pela Comissão de Trabalho para reunião com os deputados na quarta-feira. O colegiado disse que o objetivo será que o ministro apresente "plano de trabalho para o ano de 2025" e debata temas ligados à sua pasta.

Também na quarta, Carlos Lupi era esperado na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa para prestar esclarecimentos sobre os desvios bilionários dos proventos de aposentados e pensionistas do INSS. Ele, entretanto, pediu demissão do Ministério da Previdência na última sexta-feira, 2, em meio ao escândalo. Como mostrou o Estadão, esta foi a 11.ª troca na Esplanada dos Ministérios desde o início da gestão de Lula, em 2023.

O chefe interino da Coordenação de Sanções do governo dos Estados Unidos, David Gamble, vem ao Brasil nesta semana para uma série de agendas bilaterias para discutir "organizações criminosas transnacionais", segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.

Enviado pelo Departamento de Estado da administração Trump, Gamble é responsável pelos programas de sanções voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.

Gamble deve se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de acordo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado de seu mandato.

Nas redes sociais, Eduardo tem tratado a vinda do americano como um passo para a imposição de sanções por parte de Trump contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, considerado algoz do bolsonarismo.

"Está chegando a hora", escreveu Eduardo no X (antigo Twitter) na sexta-feira, 2, ao compartilhar um link de um site noticioso informando que Gamble vem ao Brasil para tratar de "sanções contra Moraes".

O governo brasileiro não confirma reunião do enviado americano com nenhuma autoridade.

Desde que decidiu se licenciar do mandato para viver nos Estados Unidos, em março, Eduardo vem dizendo que tomou a decisão "para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos" junto ao governo Trump.

Em postagem publicada nas redes sociais na ocasião, ele disse ser alvo de perseguição, criticou Moraes e chamou a Polícia Federal de "Gestapo", polícia secreta da Alemanha nazista.

"Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem", disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que há consenso no Congresso Nacional e no Judiciário de que houve exagero na aplicação de parte das penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo o presidente da Casa, os deputados discutem um projeto de "readequação" das penas.

As declarações ocorreram nesta segunda-feira, 5, em entrevista ao programa Bom Dia Paraíba, da afiliada da TV Globo na Paraíba.

"Eu vejo a questão da anistia como uma pauta que precisa ser discutida com muita serenidade. Não vai ser com arroubos, com atropelos, que nós vamos resolver essa situação. Porque o que é que há na sociedade, o que é que há no Congresso, e eu diria até dentro do próprio Judiciário, de consenso nesse tema? É que há penas exageradas para pessoas que não mereciam essas penas", afirmou.

Motta prosseguiu: "Nós precisamos discutir como resolver isso, até para que não sejamos injustos para com pessoas que não participaram do planejamento daquele ato de 8 de janeiro, que não financiaram esse movimento que nós infelizmente vivemos".

Segundo o presidente da Câmara, está sendo discutida uma "readequação" das penas a partir de um projeto de lei na Câmara. Ele não mencionou se a proposta é a mesma que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vem costurando no Congresso.

"É essa a discussão que nós temos feito para poder, de certa forma, resolver essa situação, poder fazer uma discussão sobre essas penas. A partir daí, um projeto que possa fazer essa readequação", disse.

De acordo com o deputado, com o projeto, há uma possibilidade de que alguns presos já possam voltar para suas casas, a depender do cumprimento de parte da pena. O parlamentar, no entanto, ainda não indicou quando vai pautar o requerimento de urgência para o projeto de lei da anistia. O pedido já foi protocolado pela bancada do PL.