7º Festival de História (fHist) debate intolerância e mudanças climáticas, com programação gratuita em Diamantina

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Evento acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, a partir da temática "Tempos de Extremos", reunindo debates, conferências, feiras, minicursos, exposições e shows, incluindo uma apresentação especial da Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina

 

Reconhecido como um dos principais festivais de literatura historiográfica e cultural do Brasil, a 7ª edição do Festival de História (fHist) acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Seguindo a tendência de refletir sobre temas contemporâneos e urgentes, dessa vez o fHist aborda a temática "Tempo de Extremos", debatendo a intolerância, o negacionismo e a aceleração das mudanças climáticas. Mas não apenas. A programação é recheada por conferências e debates, oficinas e minicursos, feira de livros, rodas de conversa e sessões de autógrafos e de cinema, além de shows, performances e exposições que ampliam as reflexões.

 

A programação do 7º fHist é inteiramente gratuita. Devido à limitação da capacidade de público em alguns ambientes, para as mesas de debates e outras atividades de formação, como minicursos e conferências, que acontecem no histórico Teatro Santa Izabel de Diamantina, datado do século XIX, é necessário realizar inscrição prévia neste link.

 

Para o coordenador Américo Antunes, jornalista e idealizador fHist, esta edição do festival condensa as vivências drásticas que as sociedades têm enfrentado nos últimos anos, em diferentes partes do mundo. "Hoje, nós vivemos desafios extraordinários. Tanto do ponto de vista de nossas conquistas civilizatórias, da liberdade e da democracia, que estão ameaçadas pelo negacionismo e pelas fake news. Quanto pelas mudanças climáticas, negadas por aqueles que não reconhecem a importância da ciência", avalia Antunes.

 

Debates e conferências

 

Neste contexto, as mesas de debate e as conferências vão reunir historiadores, além de profissionais de outras áreas do conhecimento, que desenvolvem pesquisas relacionadas às problemáticas propostas pelo fHist. Entre os destaques dessa edição está a mesa de debate "A Natureza entre a Ciência e o Negacionismo Climático", que vai abordar as aceleradas mudanças no clima do mundo todo.

 

O debate será conduzido pelo sociólogo Jean Carlos Hochsprung Miguel, doutor em Política Científica e Tecnológica e professor da Unifesp; Ricardo Ribeiro de Castro Solar, professor de Ecologia da UFMG; e Pedro Telles da Silveira, historiador e professor da UFRGS.

 

No mesmo caminho de questionamento, o debate "O Nosso Passado Colonial e o Lítio" vai traçar um paralelo entre a exploração do ouro e diamantes no Brasil Colônia, baseada na escravidão de populações negras e indígenas, com a mineração do século XXI, praticada por conglomerados empresariais e com fortes impactos para o meio ambiente. Participam do debate Aline Weber Sulzbacher, doutora em Geografia e professora da UFVJM; Juan Pedro Bretas Roa, doutor em química e pesquisador da UFVJM; além de Joyce Silva, ativista do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

 

Uma outra linha de debates, "História e Verdade em Disputa", vai abordar a desinformação e as fake news no universo científico. Uma realidade que tem obrigado cientistas de todas as áreas do conhecimento a trabalhar em duas frentes: na investigação de problemas científicos sérios e no combate e na refutação de grupos que insistem em desacreditar a ciência. O encontro será conduzido por Letícia Cesarino, mestre em antropologia, professora da UFSC e atual assessora especial em educação e cultura do Ministério dos Direitos Humanos; junto de Caroline Silveira Bauer, historiadora e professora da UFRGS.

 

Tecnologias e homenagens

 

Para além das discussões relacionadas ao "Tempo de Extremos", o fHist também sucinta debates sobre outros temas pertinentes para o estudo da História. "Nós temos um guia temático, mas o festival não está restrito a temas pré-determinados. Também vamos falar de outros assuntos igualmente importantes, como o impacto da tecnologia no estudo e no ensino da história. Além de fazer uma justa homenagem ao professor Alberto Costa e Silva, um dos maiores especialistas em História da África e da cultura afro-brasileira, falecido no ano passado", avalia o coordenador do festival, Américo Antunes.

 

A homenagem a Alberto Costa e Silva, diplomata, poeta, ensaísta e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), será apresentada em conferência magna pela historiadora Marina de Mello e Souza, atual diretora do Centro de Estudos Africanos da USP — que participará pela primeira vez de uma edição do fHist. O evento terá a mediação de Pilar Lacerda, educadora, especialista em políticas públicas de Educação e curadora do fHist.

 

Atividades artísticas e culturais

 

Para além dos debates e conferências, uma das atrações mais esperadas do 7º fHist é a Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina, que se apresenta na Praça do Bonfim, encerrando o festival, no dia 21 de setembro, a partir das 20h. Além do fechamento com chave de ouro, e com entrada gratuita, durante os três dias de evento o público poderá aproveitar diversas outras atividades artísticas e culturais.

 

Entre as atrações está a feira de artesanatos feitos por mulheres do Jequitinhonha, como as tradicionais peças de cerâmica que encantam turistas do mundo inteiro, e outros produtos semiprocessados. Também será realizada a Feira de Livros, reunindo lançamentos historiográficos e acadêmicos de peso. Nesse sentido, o fHist vai organizar um espaço de "Prosa com os Autores", permitindo que o público troque ideias com escritores da área da História, que estarão autografando seus livros, incluindo nomes como Lavínia Rocha, Marina de Mello e Souza, Marcella Albaine, Aldair Rodrigues, Moacir Maia, João Gustavo Melo, Letícia Cesarino e Jorge Nahas.

 

No campo do audiovisual, haverá sessões comentadas de cinema de três obras que dialogam com a temática "Tempo de Extremos", guia desta edição do fHist. Os filmes a serem exibidos são "A Cidade que me toca", ficção documental de Guilherme Reis sobre a relação de um jovem cego com a música de Diamantina; "Carta de Linhares", documentário de Marcelo Passos, da M3 Vídeo, sobre torturas sofridas por presos políticos na cidade mineira de Juiz de Fora, na Zona da Mata; e "Pelo Direito de Ser", filme documental dirigido por Raquel Galiciolli, a partir de distintas histórias de pessoas LGBTQIAP+.

 

O 7º fHist é uma realização da Stratégia e da Nota Comunicação, em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e a Prefeitura de Diamantina. 

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"Fábulas Fabulosas" aborda temas urgentes como consumo consciente, alimentação saudável e relação com mundo digital; obra será lançada dia 22 de junho em São Paulo

Num mundo onde as telas disputam cada minuto da atenção infantil, como resgatar o encanto das histórias que se lêem (e se vivem) com os cinco sentidos? Essa é a proposta de "Fábulas Fabulosas" (60 págs., 2025), da escritora, jornalista e artista Titila Tornaghi, obra que conta com uma história ("O Ladrão do Tempo") finalista do Prêmio UBE de Literatura Infantil 2024. O livro é mais do que um livro, trata-se de um convite à experiência: uma coletânea de contos, poemas e atividades manuais que abordam com humor e sensibilidade temas urgentes como consumo consciente, alimentação saudável e nossa relação com a tecnologia.

A obra será lançada na Bienal do Rio de Janeiro. No dia 18 de junho, a autora estará no espaço do coletivo Escreva, Garota em sessão de autógrafos das 13h às 15h, e no dia 19, às 11h, no estande da editora Arpillera. Já a participação na Feira do Livro de São Paulo será no dia 22 de junho, das 12h às 14h. E na Flip, o lançamento está confirmado para 30 de julho, das 13h às 17h. Ambos no espaço do Escreva, Garota.

A autora traz para a literatura infantil a mesma versatilidade que marcou sua carreira. Nascida no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, Titila (que como jornalista assina Cecilia Tornaghi) começou no programa Viva o Gordo ao lado de Jô Soares, rodou o Brasil com teatro independente e, após se mudar para os EUA em 1994, construiu uma sólida trajetória no jornalismo econômico – passou 13 anos na Bloomberg TV e comandou revistas como Latin Finance e Americas Quarterly. Agora, ao lançar "Fábulas Fabulosas", completa um círculo: "É o retorno da Titila à superfície, querendo compartilhar com as crianças de hoje a alegria que é ler e brincar de fazer coisas".

Celebração da imaginação infantil

"A imaginação é um bem precioso, e precisa de espaço para se desenvolver, precisa de tempo livre, sem telas. Precisa até de um pouquinho de solidão!", reflete a autora, cuja trajetória atravessa palcos, redações e agora as páginas coloridas da literatura infantil. Entre as pérolas do livro estão "O Ladrão de Tempo" – uma fábula moderna sobre celulares que "sequestram" horas de brincadeira –, "João, o Rei do Fogão" (história inspirada em suas próprias aventuras culinárias como mãe) e "O Lixinho Sonhador", versão revisada de seu primeiro livro infantil, que fala de reciclagem com poesia.

O projeto é profundamente pessoal: "'Fábulas' é um presente para a minha menina interior", confessa Titila. A obra funciona como uma espécie de álbum de memórias criativas, reunindo textos escritos ao longo de três décadas – desde os anos 1990, quando viajava com o grupo teatral Lanavevá, até seu período como jornalista em Nova York. As ilustrações e atividades propostas (como criar brinquedos com material reciclado ou inventar histórias a partir de sons) homenageiam publicações que marcaram sua infância nos anos 1960/70: "A Revista Recreio na primeira versão, lançada em 1969, foi sem dúvida uma das minhas maiores influências, ao me apresentar a autores como Ruth Rocha e Ana Maria Machado".

O livro chama atenção pela abordagem que combina entretenimento e reflexão. Em "Memórias de uma Lagarta" (baseado na primeira peça que interpretou no teatro) e "Os Trigêmeos" (sobre irmãos com personalidades vibrantes), a autora prova que é possível falar de autoconhecimento e diversidade sem didatismo.

Escritora, que também é roteirista, transporta seus ambientes de trabalho para dentro de uma trama recheada de amor e segundas chances

“De inimigos a amantes”, em poucas palavras, é o que define o cerne de “O Roteiro do Amor” (Verus Editora), quinto livro da escritora e roteirista Ray Tavares, que traz para dentro das páginas da obra dois universos muito familiares para ela: a literatura e o audiovisual. O livro foi o destaque da quinta caixa do Clube de Romance da Verus e, posteriormente, estará disponível  para venda nas principais livrarias e marketplaces.

Verônica Nakamura, protagonista de “O Roteiro do Amor”, é uma autora que não abre mão de nenhuma cena da sua história. Em seu caminho, porém, aparece um roteirista arrogante que topa o trabalho aparentemente impossível de fazer o filme baseado no seu mais recente livro. Será que passar um mês morando juntos vai amolecer o coração dos dois?

 

Foi muito gostoso poder fazer um romance entre uma autora e um roteirista, mundos que a primeira vista podem parecer similares, mas que são tão diferentes. Pude explorar um pouco as delícias e os perrengues de ambas as carreiras!” – Ray Tavares, roteirista e escritora

 

Prestes a dar fim à tentativa de fazer a adaptação, em caráter de última tentativa para não perder o investimento, a produtora contrata Daniel Ortega, um roteirista experiente e arrogante que promete fazer o filme acontecer. Para isso, ele vai viver um mês na cidade em que a história se passa. Mas Verônica jamais deixaria que um roteirista cínico, que não entende nada de histórias de amor, fizesse o trabalho sozinho. Assim, eles viajam juntos para uma mansão em Atibaia, onde vão precisar deixar as diferenças de lado se quiserem que ‘A trilha do coração’ ganhe as telas.

Entre sessões compartilhadas de escrita, alfinetadas e drinques na piscina, Verônica começa a conhecer um outro lado de Daniel, mais suave e interessante. Mas será que ela está pronta para sair do roteiro que criou para o próprio coração?

 

Estamos acostumados a consumir romances sobre os bastidores da literatura e do audiovisual norte-americano; eu quis trazer uma visão brasileiras dessas indústrias, e, quem sabe, inspirar mais autores a ambientarem suas histórias no Brasil, e, quem sabe, se interessarem em trabalhar na área!” – Ray Tavares, roteirista e escritora

 

Neste, que é seu livro mais “adulto”, Ray busca atingir públicos mais maduros com diálogos e cenas mais picantes. “Acredito que o público que lê meus livros cresceu, amadureceu e, com isso, minha escrita pode seguir esse mesmo rumo”, esclarece a autora. “O Roteiro do Amor”, diferente de seus lançamentos anteriores, feitos pela Galera Record, agora, é lançado pela Verus, selo romântico do Grupo Editorial Record.

 

 

Serviço:

Livro: O Roteiro do Amor

Autora: Ray Tavares (@rayctjay)

Páginas: 294