Quem é Mohammad al-Bashir, indicado por rebeldes da Síria para chefiar governo de transição

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Como líder do "governo de salvação" em Idlib, na Síria, Mohammad al-Bashir tentou levar um grau de ordem ao então último bastião da oposição armada contra o ditador Bashar al-Assad. Agora, o graduado em engenharia, de pouco mais de 40 anos, vai liderar o governo nacional, presidindo um país dividido e castigado por 13 anos de guerra, e buscará uni-lo na sede tradicional do poder, Damasco.

 

Bashir nasceu em 1983 em Jabal al-Zawiya, na província de Idlib, uma área administrada nos últimos anos principalmente pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e facções aliadas com menos influência.

 

Ele estudou engenharia elétrica e eletrônica na Universidade de Alepo, e direito islâmico e civil na Universidade de Idlib, de acordo com sua biografia, tendo trabalhado para a empresa estatal de gás da Síria.

 

Ele serviu como chefe do autointitulado "governo da salvação" da administração rebelde desde janeiro, e anteriormente ocupou o papel de seu "ministro do desenvolvimento".

 

O "governo da salvação", com seus próprios ministérios, departamentos, autoridades judiciais e de segurança, foi criado em Idlib em 2017 para ajudar as pessoas na área controlada pelos rebeldes, isoladas dos serviços governamentais.

 

Desde então, começou a distribuir assistência em Alepo, a primeira grande cidade a cair das mãos do governo depois que os rebeldes começaram uma ofensiva relâmpago em 27 de novembro, capturando faixas de território e tomando a capital no domingo, derrubando Assad.

 

Mas administrar uma região rebelde de cerca de cinco milhões de pessoas é uma tarefa totalmente diferente de uma função de liderança nacional em um país dilacerado por profundas divisões e onde muitas pessoas vivem na pobreza.Além das próprias divisões dos rebeldes, outros grupos também estão competindo pelo controle de antigos redutos do governo.

 

O líder rebelde sírio Abu Mohammed al-Golani disse ao primeiro-ministro Mohammed al-Jalali que, embora Idlib seja pequena e careça de recursos, as autoridades de lá "têm um nível muito alto de experiência" e tiveram "grande sucesso" em algumas questões. No entanto, ele observou que o novo governo também precisaria recorrer a pessoas experientes da administração que se encerra.

 

Em sua primeira aparição fora da região de Idlib, al-Bashir foi visto em um vídeo divulgado na segunda-feira, sentado ao lado de Golani, vestindo um elegante terno cinza e um relógio de ouro, durante uma reunião com o premiê que deixa o cargo.

 

Radwan Ziadeh, um membro sênior do Arab Center Washington DC, disse que al- Bashir era "o mais próximo" de Golani e da sala de operações conjuntas das facções rebeldes."

 

Os desafios que ele enfrenta são muito grandes", disse Ziadeh. "Assim como a revolução foi uma revolução para todos os sírios, o processo de transição será responsabilidade de todos os sírios para garantir que seja bem-sucedido e garanta a transição pacífica para a democracia."

Em outra categoria

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa solicitando o encaminhamento imediato do processo de perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) à Mesa Diretora da Casa.

"Já tínhamos o entendimento e deduzido o pedido, em conformidade com o acórdão condenatório, no sentido de que o trânsito em julgado impõe a suspensão imediata de seus direitos políticos, nos termos do artigo 15, III, da Constituição Federal, a ser declarada pela Mesa, contudo, houve a remessa à Comissão de Constituição e Justiça, em trâmite anômalo e ilegal", escreveu o deputado.

A defesa da deputada no processo de cassação foi apresentada no começo deste mês. O processo é relatado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que deve apresentar relatório pedindo a cassação ou não da deputada.

Mesmo condenada e agora presa, Zambelli segue com seu mandato parlamentar enquanto a Câmara não deliberar sobre a cassação ou até que se configure o número de faltas não justificadas previsto pela Constituição.

Cabe à Mesa Diretora iniciar o procedimento com base na condenação criminal. A praxe do presidente da Casa, entretanto, tem sido levar o tema à votação no plenário.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que aguarda manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano sobre a prisão da deputada.

Zambelli foi presa na Itália nesta terça-feira, 29. Ela estava foragida desde junho, quando saiu do Brasil dias após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O nome da deputada constava na lista de difusão vermelha da Interpol.

Segundo apurou o Estadão com investigadores, a deputada foi localizada pelo adido da Polícia Federal (PF) em Roma, que trabalha na embaixada, em conjunto com as autoridades italianas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que aguarda manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano sobre a prisão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP).

Motta ainda destacou a Casa legislativa não tem poder para decidir sobre a prisão da parlamentar, podendo apenas avaliar a cassação dela. Nesta terça, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), protocolou um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça da Casa solicitando o encaminhamento imediato do processo de perda do mandato da deputada à Mesa Diretora da Casa.

Em publicação feita no X (ex-Twitter), o presidente da Câmara disse que soube da detenção de Zambelli pela imprensa e conversou com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que passou informações preliminares.

"Importante lembrar que as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC (sigla da Comissão de Constituição e Justiça), em obediência ao regimento e à Constituição. Não cabe à Casa deliberar sobre a prisão - apenas sobre a perda de mandato", disse.

A CCJ instaurou no fim da segunda-feira o prazo para Carla Zambelli apresentar a defesa e indicar provas no processo que cassa o seu mandato parlamentar, aberto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa da deputada foi apresentada no começo deste mês de julho. Agora caberá ao relator, Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentar um relatório pedindo a cassação ou não da deputada.

Depois da votação na CCJ, deputados decidem isso no plenário da Câmara. São necessários, no mínimo, 257 votos para cassar o mandato de Zambelli.

A parlamentar foi condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli está foragida na Itália, país que tem cidadania, e é alvo de uma mandado de prisão definitiva de autoria do ministro Alexandre de Moraes.

O deputado italiano de esquerda Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, diz ter encontrado a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em Roma, e fornecido o endereço dela na capital italiana à polícia nacional. A parlamentar foi presa no país europeu nesta terça-feira, 29.

"Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia, neste momento a polícia está identificando Zambelli", escreveu o deputado em seu perfil do X (antigo Twitter).

Segundo apurou o Estadão com investigadores, a deputada foi localizada pelo adido da Polícia Federal (PF) em Roma, que trabalha na embaixada, em conjunto com as autoridades italianas.

Bonelli tem 62 anos e é ativista ambiental. Em 2022, se tornou presidente da Aliança Verde-Esquerda, coligação que faz oposição ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.

O deputado vinha defendendo publicamente a extradição de Zambelli, após a deputada ser declarada foragida das autoridades brasileiras.

No início de junho, Bonelli pressionou o governo da Itália, questionando ao ministro das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional, ao ministro do Interior e ao ministro da Justiça, sobre a permanência de Zambelli no país.

No documento, o italiano questionou "que medidas urgentes os ministros interrogados pretendem adotar, no âmbito de suas competências, para cumprir as disposições da Lei n.º 144 de 1991 sobre extradições, especificamente no caso Zambelli?".

Dias antes, o deputado oficiou o governo italiano pedindo "medidas urgentes" para extradição e revogação da dupla cidadania da deputada.

Bonelli afirmou, em entrevista à Globonews, que a deputada foi localizada por volta das 18h (horário local), no bairro Aurélio, em Roma. O deputado informou ao chefe da polícia italiana que, segundo ele, confirmou duas horas depois que Zambelli havia sido encontrada em um apartamento.

Nas publicações do italiano nas redes, afirmando ter informado o endereço de Zambelli às autoridades italianos, uma enxurrada de brasileiros foi agradecer ao deputado.

"Vamos providenciar pra esse querido um CPF, carteirinha do SUS, uma caipirinha, um chinelo havaianas e uma cadeira na praia :)", escreveu uma usuária do Instagram. "Dia 29 de julho, dia de Angelo Bonelli!", escreveu outro internauta.