Vacina da Dengue: veja quais Estados têm doses para vencer e vão ampliar público-alvo

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Ministério da Saúde (MS) emitiu uma recomendação nesta quarta-feira, 17, para que Estados e municípios ampliem o grupo-alvo para a vacina contra a dengue caso tenham doses que vencem no dia 30 de abril. Atualmente, a vacina é destinada ao público de 10 a 14 anos de algumas localidades, porém, a pasta sugere que, se houver risco de perda das doses, as autoridades de saúde podem administrá-las em pessoas de 6 a 16 anos.

 

Segundo a nota técnica, caso a ampliação ainda não seja suficiente para dar conta do estoque de vacinas a vencer, os municípios poderão vacinar pessoas de 4 a 59 anos. Essa faixa etária está prevista na bula da vacina da dengue.

 

De acordo com informações do MS, pelo menos dez Estados brasileiros têm doses com data de validade até 30 de abril e estão planejando o remanejamento dessas doses. São eles: Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Embora o Ministério da Saúde não tenha fornecido detalhes sobre a quantidade de doses disponíveis nesses locais, foram divulgadas as novas faixas etárias que poderão receber o imunizante em algumas dessas unidades da federação:

 

- Amazonas: 10-59

- Bahia: 6 a 16

- Distrito Federal: 6 a 16

- Goiás: 4 a 59

- Maranhão: 6 a 16

- Paraíba: 6 a 16

- Rio Grande do Norte: 6 a 16

- São Paulo: 6 a 16

 

São Paulo

De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, a região está adotando a recomendação do Ministério da Saúde para ampliar a vacinação, começando pelo grupo etário de 6 a 16 anos nos municípios que possuem doses com validade até 30 de abril. Dependendo da quantidade de doses disponíveis, a estratégia poderá ser estendida para incluir indivíduos de 4 a 59 anos. O CVE não forneceu informações detalhadas sobre a situação em cada município paulista.

Em outra categoria

O ministro Luis Felipe Salomão, da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), autorizou neste sábado, 4, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) a transferir quase R$ 10 milhões para a Defesa Civil do Rio Grande do Sul para auxiliar de forma rápida a situação de emergência do Estado.

A iniciativa cumpre resolução do CNJ editada na última quinta-feira, 2, que permite que tribunais brasileiros possam repassar e transferir valores depositados em juízo para ajudar o Estado gaúcho, que, devido aos efeitos de temporais em 317 município, já contabiliza 55 mortes confirmadas e outras sete em investigação, sobre as quais o governo diz que apura se estão relacionados ao evento meteorológico. Além disso, há 74 desaparecidos e 69 mil desalojados.

Terão preferência para receber o valor os municípios com reconhecida situação de calamidade pública, seja pelo Executivo municipal, o estadual ou o federal. A Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul será responsável pela destinação dos valores transferidos às entidades públicas ou privadas, cujos beneficiários prestem serviços de maior relevância social.

O uso do recurso, decorrente de depósitos de multas pecuniárias, foi solicitado pelo TJ mineiro e atendido pela CNJ com a devida prestação de contas.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou que o Estado vai precisar de medidas extraordinárias de reconstrução - uma espécie de "Plano Marshall - após as fortes chuvas dos últimos dias, com apoio de todo tipo, sem diferenças políticas.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu verbas para apoio ao Rio Grande do Sul e diz que vai lançar um braço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado para obras em encostas.

O Estadão mostrou que, em todo o ano passado, os desastres naturais causaram prejuízo de R$ 105,4 bilhões ao Brasil, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios.

Uma loja da rede varejista Havan na cidade de Lajeado ficou alagada por causa das fortes chuvas que têm devastado o Rio Grande do Sul nesta semana. A subida recorde do nível do Rio Taquari, que passou dos 30 metros, fez com que as águas atingissem o segundo piso da unidade.

O empresário Luciano Hang, dono da Havan, disse que a loja será reconstruída. A rede também usou helicópteros para ajudar na distribuição de medicamentos na região e disse que a arrecadação do Troco Solidário será doada ao governo estadual para auxílio às vítimas da tragédia.

O Estado enfrenta seu pior desastre climático, com 55 mortes e 317 cidades afetadas. Desde a sexta-feira, 3, as inundações castigam Porto Alegre e a região metropolitana. O Rio Guaíba teve uma elevação recorde, o que alagou ruas do centro e a rodoviária. Além de vários pontos sem luz e a água, o Aeroporto Salgado Filho suspendeu as operações.

O governador Eduardo Leite (PSDB) disse nesse sábado, 4, que o Rio Grande do Sul foi arrasado pelos temporais e que vai precisar de um "Plano Marshall" de reconstrução, em referência à estratégia de apoio capitaneada pelos Estados Unidos para reerguer a Europa Ocidental após o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945.

Conforme o Estadão mostrou, levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que os desastres naturais, como tempestades e secas, causaram R$ 105,4 bilhões de prejuízos ao Brasil ao longo de 2023.

Com os temporais que atingem o Rio Grande do Sul, que até sábado, 4, haviam causado 55 mortes - e outras 7 em investigação - e deixado 74 desaparecidos, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), destacou preocupação com falta d'água na cidade. Das seis estações de tratamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) da capital gaúcha, quatro estão com operações suspensas. No bairro Sarandi, zona norte da cidade, um dique que represa o Rio Gravataí começou a transbordar, e o vazamento fez o prefeito recomendar aos moradores que corressem para deixar a região.

"Hoje (sábado) pela manhã, começou o vazamento por cima do dique. Por isso, quero convidá-los a aceitar, a sair de suas residências e vir para os abrigos da prefeitura, porque bens materiais, a gente pode perder, a vida não volta mais", apelou Melo nas redes sociais.

Porto Alegre ainda enfrenta blecautes - 54 mil moradores sem luz, segundo balanço da CEEE Equatorial pela manhã -, tem acessos bloqueados e as operações do Aeroporto Salgado Filho foram suspensas.

O prefeito pediu ainda aos moradores das áreas vizinhas à Arena do Grêmio, na zona norte, que deixassem suas residências devido à cheia do Rio Guaíba, que superou o nível de 5 metros (a cota de inundação é de 3 metros). É a maior marca já registrada na capital gaúcha, superando a cheia histórica de 1941, com 4,76 metros.

Na região metropolitana da capital, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas foi evacuado por causa da inundação que atingiu a cidade ontem. "A prioridade no Hospital de Pronto Socorro de Canoas é salvar vidas e transferir todos os pacientes com segurança", escreveu o órgão na rede social. Na quinta, o hospital de Três Coroas, também na Grande Porto Alegre, havia sido interditado.

No sábado, nas redes sociais, o governador Eduardo Leite (PSDB) destacou a situação crítica de Canoas. Segundo ele, a água afetou os geradores do hospital e prejudicou o abastecimento de energia. Crianças resgatadas sem suas famílias, conforme a prefeitura, estão sendo encaminhadas para o Hospital Universitário. Canoas é a terceira cidade gaúcha mais populosa, com 357,7 mil habitantes.

PLANALTO

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltará ao Rio Grande do Sul hoje para acompanhar as medidas contra enchentes no Estado. Ele estará acompanhado de nove ministros e visitará Porto Alegre. O Planalto pedirá aos governadores que centralizem em suas unidades do Corpo de Bombeiros doações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo a assessoria do ministro da Casa Civil, Rui Costa, o assunto foi debatido ontem em Brasília.

O governo quer, dessa forma, agilizar a chegada de insumos ao Rio Grande do Sul, com prioridade para colchões e roupas de cama e banho. Depois da centralização e triagem das doações nos Estados, os itens serão encaminhados para as bases aéreas do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Guarulhos, em São Paulo.

Segundo o Planalto, 92 mil cestas básicas foram disponibilizadas para o Estado, e o efetivo de quase mil militares das Forças Armadas que atuam na região já realizou 9.749 resgates. Na reunião, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que 11 dos 12 aeroportos do Estado estão em operação. Segundo ele, a expectativa é de que o Aeroporto Salgado Filho reabra nesta segunda-feira.

'NÃO DÁ PARA DESPERDIÇAR'

Segundo o prefeito de Porto Alegre, a estação de tratamento de água do Dmae de Ilhas (Ilha da Pintada) parou de operar, afetando gravemente a área do Arquipélago. As estações Moinhos de Vento, São João e Tristeza, que afetam 66 bairros, já tinham tido o funcionamento interrompido pela gestão municipal. No sábado, só as estações Menino de Deus e Belém Novo funcionavam. "É fundamental que não haja desperdício de água. Não dá para desperdiçar um copo de água, neste momento. Tem milhares de pessoas que não têm caixas d'água na cidade. É quase uma determinação do prefeito. Teremos um problema sério de água. Estamos trabalhando fortemente para recuperar a situação, mas, quando o rio está muito para cima, você não consegue fazer o tratamento da água."

Na zona norte, abastecida pela estação São João, há relatos de falta de água, segundo Maurício Loss, diretor geral do Dmae. "Estamos tentando isolar um pouco as bombas para que a gente consiga religar principalmente a estação de São João."

Em todo o Estado, até ontem, os temporais deixaram 860.952 endereços sem abastecimento de água, segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O número representa 28% do total de clientes no Rio Grande do Sul. Já a falta de energia elétrica chega a 350 mil pontos, sendo 296 mil deles relativos a clientes da RGE Sul (9,5% do total) e 54 mil da CEEE Equatorial (3% do total).

O serviço de internet e telefonia está prejudicado em 63 cidades atendidos pela Tim, 46 pela Vivo e 19 pela Claro. No total, 300 dos 497 municípios gaúchos são afetados pelos temporais. Há 9.581 desabrigados e 32.640 desalojados.

15 SOTERRADOS

Prefeito de Roca Sales, na região do Rio Taquari, Amilton Fontana (MDB) disse na noite de sexta que 15 pessoas estão soterradas em diferentes bairros da cidade, uma das mais afetadas pelas chuvas. A cidade, de cerca de 11,5 mil habitantes, enfrenta dificuldades de comunicação, acesso a serviços básicos e falta de equipamentos de socorro. No Taquari também há cheia histórica.

"Essa informação foi repassada por vizinhos. Tem pessoas em Três Pinheiros, no Pinheirinho, na Serrinha, que estão soterradas e a gente precisa fazer o resgate", ressaltou Fontana, no Instagram. "Roca Sales vive um caos. Roca Sales foi praticamente destruída novamente", disse o prefeito, referindo-se às enchentes de 2023, durante a passagem de um ciclone.

Diversas áreas ficaram ilhadas no Estado, com dificuldade de acesso terrestre e até de resgate por aeronave. O rompimento de barragens - como uma estrutura perto de Bento Gonçalves - também ameaça municípios em várias regiões.

PARANÁ E SANTA CATARINA

Um casal de idosos morreu na sexta, arrastado pela enxurrada durante forte chuva na cidade de Bela Vista da Caroba, no sudoeste do Paraná. O homem, de 69 anos, e a mulher, de 65, tentavam atravessar a ponte sobre um córrego na localidade de Lajeado Bonito, mas o veículo foi levado pelas águas. O sudoeste paranaense tem sido atingido pelas chuvas, que avançam pelo Sul após castigar o Rio Grande do Sul. Em Capinzal, Santa Catarina, o motorista escolar Leomar Ribas salvou a vida de dez estudantes na quinta, após o veículo que dirigia ser invadido pela água em uma enxurrada. O ônibus transitava na área rural do município, quando a água começou a subir. O motorista parou próximo a um local elevado, e guiou os alunos, com idades entre 12 e 15 anos, para a saída de emergência no teto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.