Lula prioriza viagens e agendas em Brasília, e prefere mandar Alckmin E Janja para o RS

Política
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Nos 24 dias posteriores ao início dos ciclones extratropicais que atingiram o Rio Grande do Sul neste mês de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duas viagens ao exterior e 58 agendas em Brasília, mas não visitou o Estado afetado pelos desastres naturais. Em vez disso, o petista preferiu enviar para as cidades atingidas o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a primeira-dama Janja da Silva.

 

Nos dias 4 e 5, um ciclone extratropical afetou 88 municípios da região do Vale do Taquari com enchentes que deixaram 49 vítimas. Entre esta terça-feira, 26, e a quarta, 27, um novo ciclone atingiu a costa do Estado, aumentando o nível de água no Lago Guaíba, preocupando as autoridades locais e meteorologistas. A capital Porto Alegre teve bairros inundados. Desde o início dos fenômenos naturais, 5.177 pessoas ficaram desabrigadas até o último domingo, 24, de acordo com mais recente balanço da Defesa Civil gaúcha.

 

Depois do primeiro ciclone, no dia 5 de setembro, Lula fez duas agendas em Brasília além de gravar por uma hora a live semanal "Conversa com o Presidente", no Palácio da Alvorada. No dia 6, ele se reuniu com ministros e tratou dos desastres no Rio Grande do Sul em uma conversa por telefone com o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB). No feriado do Dia da Independência, Lula acompanhou o desfile militar e seguiu com Janja para a Índia, onde ocorreu a 18º Cúpula do G-20.

 

Ao desembarcar na Índia, Janja publicou e apagou instantes depois nas suas redes sociais um vídeo em que diz "me segura, que eu já vou sair dançando". A postagem foi criticada por aliados e pela oposição pelo fato de o casal não ter visitado a população afetada pela tragédia no Rio Grande do Sul.

 

Após a repercussão negativa, Alckmin foi escalado para comparecer pessoalmente ao Estado. O vice-presidente disse que Lula não tinha viajado para a região por conta de problemas de saúde e do feriado de 7 de setembro.

 

"Os ministros estiveram lá. O presidente tinha o 7 de Setembro, não tinha como sair. No dia anterior, teve uma indisposição de saúde, mas todo o governo está empenhado em atender à região", disse Alckmin, na condição de presidente em exercício.

 

Janja está no Rio Grande do Sul representando Lula

 

Lula chegou da Índia em 11 de setembro e despachou em Brasília até o dia 15. Nesse período, ele fez uma reunião com ministros no Palácio do Planalto para discutir a situação da região do Vale do Taquari. Depois disso, visitou Cuba, para participar do G-77, e os Estados Unidos, onde discursou no Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, voltando ao Brasil no dia 20.

 

Quando o novo ciclone atingiu o Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 26, o presidente se reuniu no Planalto com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, pela manhã, e com o novo ministro do Esporte, André Fufuca, à tarde, além de lançar novos programas do governo.

 

Nesta quarta-feira, 27, Lula, além de participar da cerimônia da lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se reuniu em Brasília com Eduardo Leite, que esteve na capital federal para discutir sobre os estragos dos eventos naturais no Rio Grande do Sul. Na reunião, foi definido que o governo faria uma nova visita ao Estado. Em vez de Alckmin, a representante da Presidência escolhida foi Janja.

 

Segundo o Palácio do Planalto, a primeira-dama foi escalada para representar o governo federal na viagem por conta da cirurgia no quadril que Lula vai realizar nesta sexta-feira, 29. Nesta quinta, comitiva presidencial sobrevoou Porto Alegre e se encontrou com Leite em Lajeado, município do interior gaúcho, que também foi atingido pelas enchentes.

 

O ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), que também integra o grupo, afirmou que Janja vai "olhar de perto" a situação das áreas atingidas e "anunciar medidas". Até a tarde desta quinta, a primeira-dama fez 16 posts no X (antigo Twitter) sobre a visita ao Rio Grande do Sul.

 

Questionado sobre os motivos que levaram Lula a não visitar o Rio Grande do Sul nos últimos 24 dias, o Planalto elencou as ações do governo federal após a tragédia no Estado, como a criação de comitê de apoio e a liberação de verbas. "Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o começo, o Governo Federal atuou e segue atuando para atender as demandas locais, destinando estrutura e recursos necessários para enfrentar as chuvas no Rio Grande do Sul", diz a nota.

 

Leia a nota na íntegra:

 

Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o começo, o Governo Federal atuou e segue atuando para atender as demandas locais, destinando estrutura e recursos necessários para enfrentar as chuvas no Rio Grande do Sul. Já no dia 08, foi criado um comitê permanente de apoio, amplia ações de auxílio ao Rio Grande do Sul; no dia 10 o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, acompanhado de uma comitiva de ministros e secretários visitou a região e anunciou R$ 741 milhões para atendimento aos municípios atingidos.

 

No dia 12, o presidente Lula anunciou a liberação de mais R$ 1,6 bilhão para auxiliar a população, sendo R$ 1 bilhão em empréstimos do BNDES e R$ 600 milhões em valores do FGTS para 354 mil trabalhadores da região. E nesta quarta-feira (27), o presidente se reuniu com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para tratar das necessidades do estado.

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Há 62 anos, Audrey Backeberg desapareceu de uma pequena cidade no centro-sul de Wisconsin, nos Estados Unidos, após supostamente pegar carona com a babá da família e embarcar em um ônibus para Indianápolis. Ninguém jamais soube para onde ela foi ou o que havia acontecido com ela.

Tudo isso mudou na semana passada, quando Audrey foi encontrada viva e em segurança em outro Estado, graças ao olhar atento de um novo detetive que assumiu o caso em fevereiro.

O detetive Isaac Hanson descobriu um registro de prisão fora do Estado que correspondia a Audrey Backeberg, o que desencadeou uma série de investigações que levaram à sua localização.

Acontece que Audrey escolheu sair da cidade de Reedsburg por vontade própria - provavelmente devido a um marido abusivo, segundo Hanson.

"Ela está feliz, segura e protegida; e basicamente viveu discretamente durante todo esse tempo", disse ele.

Hanson foi designado para o caso no final de fevereiro e, após encontrar o registro de prisão, ele e outros oficiais se reuniram com a família de Backeberg para ver se tinham alguma ligação com aquela região. Eles também investigaram a conta da irmã de Backeberg no Ancestry.com, acessando registros de censo, obituários e certidões de casamento daquela área.

Em cerca de dois meses, encontraram um endereço onde vivia uma mulher que, segundo Hanson, apresentava muitas semelhanças com Backeberg, incluindo data de nascimento e número da previdência social. Hanson conseguiu que um policial da região fosse até o endereço. Dez minutos depois, Backeberg, agora com mais de 80 anos, ligou para ele.

"Aconteceu tão rápido", contou. "Eu esperava que o policial me ligasse de volta dizendo: 'Ninguém atendeu à porta'. E achei que fosse o policial me ligando, mas na verdade era ela. E para ser sincero, foi uma conversa bem casual. Eu percebi que ela obviamente tinha seus motivos para ter ido embora."

A maior parte das informações obtidas nessa ligação não foi compartilhada por Hanson, que explicou que ainda é importante para Backeberg manter sua privacidade.

"Acho que ela ficou muito emocionada, claro, com tudo aquilo - ver um policial batendo à porta, relembrar tudo o que aconteceu e reviver 62 anos em 45 minutos", disse ele.

'Ela é quem decide'

Hanson descreveu o fato de encontrá-la viva após mais de seis décadas como algo praticamente inédito. E embora não saiba se ela irá retomar contato com a família, afirmou estar satisfeito por ela ter agora essa possibilidade.

"Há familiares morando aqui, então ela tem meu número caso queira entrar em contato ou precise de algo, como o telefone de parentes daqui", disse ele. "No fim das contas, ela é quem decide", finalizou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 6, que "está ansioso" para se encontrar com o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, mas criticou duramente a relação econômica entre os dois países. "Não consigo entender uma simples VERDADE - Por que os EUA estão subsidiando o Canadá em US$ 200 bilhões por ano, além de dar a eles PROTEÇÃO MILITAR GRATUITA e muitas outras coisas?", questionou em publicação na Truth Social.

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A publicação foi feita na iminência de um encontro entre o republicano e Carney na Casa Branca. A reunião, segundo Trump, deve ser marcada por essa discussão: "O primeiro-ministro chegará em breve, e essa será, muito provavelmente, minha única pergunta de consequência".

O líder conservador do partido CDU da Alemanha, Friedrich Merz, conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz perdeu na primeira votação e havia dúvidas sobre a capacidade do líder alemão vencer a nova votação ainda hoje, depois da derrota histórica desta manhã.

Merz recebeu 325 votos no segundo turno. Ele precisava de uma maioria de 316 dos 630 votos em votação secreta, mas recebeu apenas 310 votos no primeiro turno - bem abaixo das 328 cadeiras de sua coalizão.

Segundo a Presidente do Bundestag, Julia Klöckner, a cerimônia de nomeação do conservador deve ocorrer ainda nesta tarde, por volta das 17h (horário local).

*Com informações da Associated Press.