Onyx diz desconhecer dirigente na mira da CPMI do INSS e defende filho que atuou para entidade

Política
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O ex-ministro da Previdência do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni disse nesta quinta-feira, 6, desconhecer um doador para sua campanha em 2022, acusado de participação no esquema fraudulento de desconto associativo em aposentadorias. Felipe Macedo Gomes, ex-dirigente da Amar Brasil, deu R$ 60 mil para o pleito ao governo do Rio Grande do Sul.

Em depoimento à CPMI do INSS, o ex-ministro também disse confiar no filho Pietro Lorenzoni, que atuou como advogado de uma entidade apontada como uma das autoras de cobranças ilegais a aposentados.

Durante a oitiva, Onyx também ainda desconhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", e o empresário Maurício Camisotti - ambos apontados como peças cruciais para operacionalizar o esquema.

Felipe Macedo Gomes já foi apontado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), como o responsável por quatro entidades que, juntas, receberam cerca de R$ 700 milhões dos descontos associativos entre 2022 e 2025. A Amar Brasil recebeu a maior fatia neste período - cerca de R$ 300 milhões.

"Não conheço esse cidadão, não sei quem e nunca pediria dinheiro para bandido", disse Onyx.

Felipe Macedo Gomes foi ouvido pela CPMI em outubro. Durante o depoimento, ele manteve o silêncio para a maior parte das perguntas. Nessa oitiva, o relator perguntou se esse dinheiro doado para a campanha de Onyx poderia ser propina. "Vou permanecer em silêncio", respondeu Gomes.

Ainda no depoimento nesta quinta, o relator também perguntou sobre a questão envolvendo o filho do ex-ministro. Pietro atuou junto à União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap), acusada de realizar descontos na aposentadoria de pensionistas e aposentados sem a devida autorização.

"Da época em que essas coisas aconteceram, eu não tenho a menor ideia", disse Onyx. "Não tememos nada disso. A gente tem uma tradição de família de fazer as coisas direito."

Durante a exibição inicial, Onyx disse que chamou a atenção uma denúncia feita sobre a atuação de entidades durante o governo de Michel Temer e defendeu a postura da gestão Bolsonaro sobre o caso.

"A primeira medida contra a corrupção está aqui: é do governo Bolsonaro. Não há nenhum governo desde a redemocratização que tomasse qualquer tipo de atitude semelhante a essa. O rigor administrativo, então, aí suspendemos e cancelamos ACTs (acordos de cooperação técnica)", afirmou.

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Drones ucranianos atingiram uma importante refinaria de petróleo na região de Volgogrado, na Rússia, pela segunda vez em quase três meses, informou a Ucrânia nesta quinta-feira, 6. Autoridades russas não confirmaram o ataque, embora o governador local tenha dito que drones iniciaram um incêndio em uma instalação industrial não especificada.

A refinaria é a maior produtora de combustível e lubrificantes no Distrito Federal do Sul da Rússia, processando mais de 15 milhões de toneladas de petróleo bruto anualmente - cerca de 5,6% da capacidade total de refino do país, segundo autoridades ucranianas.

Os países têm trocado ataques quase diários à infraestrutura energética uma da outra, enquanto os esforços diplomáticos liderados pelos EUA para parar a guerra de quase quatro anos não têm impacto no campo de batalha.

Os ataques de drones de longo alcance da Ucrânia em refinarias russas visam privar Moscou da receita de exportação de óleo que precisa para prosseguir com sua invasão em grande escala. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o discurso de abertura na Cúpula dos Líderes que antecede a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) nesta quinta-feira, 6. Segundo ele, a postura dos Estados Unidos é um dos principais obstáculos para superação da crise climática e Trump "está 100% errado".

Petro afirmou que a postura dos Estados Unidos de negar a ciência empurra a humanidade para o abismo. "Donald Trump não está certo. Porque podemos ver o colapso que pode acontecer se os Estados Unidos não descarbonizarem sua economia. Está equivocado", disse Petro.

Segundo o presidente colombiano, Trump é uma espécie de inimigo da humanidade. Ele questionou o fato de o chefe da Casa Branca não ter vindo para a Cúpula. Ao assumir a presidência, no início do ano, Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, como havia feito em seu primeiro mandato (2017-2021). Trump tem uma postura negacionista diante da crise climática.

"Trump é contra a humanidade. O que devemos fazer então? Devemos deixá-lo em paz? Devemos esquecê-lo? Esquecer é o maior castigo? Como faço parte dessa mentalidade progressista, posso dizer que a vida é a nossa bandeira", disse Petro.

A tensão entre Trump e Petro cresceu nos últimos meses. O governo dos Estados Unidos impôs sanções financeiras ao colombiano. Na ocasião, o governo americano disse que Petro "permitiu que os cartéis de drogas prosperassem".

O presidente colombiano também mencionou o tema em seu discurso. Petro disse que mais países além da Venezuela estão sob "ameaça" de invasão dos EUA. Ele citou, entre outros, o Brasil, a própria Colômbia, México e Cuba. Trump, porém, não fez menções diretas ao Brasil até agora em relação a ofensivas para o combate ao tráfico de drogas.

Petro criticou a operação militar aérea e naval no Mar do Caribe e se referia à autorização de Washington para ações em solo. Ele comparou o presidente americano ao expansionismo napoleônico e acusou o uso de mísseis e uma tentativa de "silenciá-lo", por parte do governo Trump.

"Desde tempos passados, como Napoleão numa Rússia que também faz parte da Europa, temos tendências de invasão e estamos perdendo tempo. Podemos ver essas invasões, genocídios, ameaças. Além disso, invadir a Venezuela ou talvez haja ameaças de invasão à Colômbia, de invasão a Cuba. Eu também fui considerado por Trump como um líder do narcotráfico… E também as ameaças de invasão do Brasil, as ameaças de invasão do México. E também uma invasão real ao Caribe colombiano", disse Petro.

O deslocamento de forças militares dos Estados Unidos para o Caribe e a tensão dos norte-americanos com a Venezuela serão tema da cúpula Celac-União Europeia, que será realizada em Santa Marta, na Colômbia, neste fim de semana. O evento corre o risco de ser esvaziado, principalmente com a ausência de representantes europeus.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, de última hora, ir ao encontro. Ele deve viajar na noite de sábado, 8, ou no próprio domingo, 9, de manhã, e voltar no mesmo dia. Na segunda-feira, 10, Lula estará novamente em Belém para a abertura da COP30.

A secretária para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Gisela Padovan, lamentou a ausência de chefes de Estado na cúpula da Celac-União Europeia, mas disse que isso não necessariamente representa um gesto político dos países ausentes.

"Não faria leitura automática de que por ter menos gente (tem gesto político). Reconhecemos que há polarização, dificuldades entre países, tem muitas circunstâncias, mas não é a única explicação. (Os chefes de Estado de) Argentina e Paraguai vão à posse do presidente da Bolívia, por exemplo", disse Padovan, em entrevista à imprensa no Itamaraty nesta quinta-feira, 6, sobre a Cúpula Celac-UE.

"Lamento que os chefes de Estado estejam perto e não vão, mas há (outras) circunstâncias", completou.

Padovan explicou que a reunião que será realizada nos dias 9 e 10 de novembro em Santa Marta não foi convocada por causa da tensão envolvendo a Venezuela, mas que "é óbvio" que o assunto será tratado. "A reunião não foi convocada por isso, mas é natural que um tema que preocupa países da região seja tratado. Não sei se (a questão envolvendo a Venezuela) vai entrar na declaração ou não, o foco inicial é na cooperação regional, e não a questão geopolítica do mundo", afirmou.

Quanto à possibilidade de o Brasil se colocar como um possível interlocutor entre os Estados Unidos e a Venezuela, como já ocorreu no primeiro mandato do petista, a embaixadora reforçou que isso só acontecerá se houver uma solicitação por parte dos dois países. "O Brasil sempre se coloca como possível interlocutor. Estamos à disposição, porque somos vizinhos relevantes, temos profundos interesses na Venezuela e temos de dialogar com todos. Mas a gente não pode fazer se não formos solicitados", afirmou.