'Setor público precisa ter pró-atividade para colocar o cidadão no centro', diz João Campos

Política
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O prefeito do Recife, João Campos (PSB), avaliou neste sábado, que o principal desafio para inovar na gestão pública é a mudança de cultura dentro da máquina estatal. Em painel sobre inovação durante o Fórum Esfera, Campos afirmou que é preciso romper com estruturas engessadas e apostar em ferramentas que coloquem o cidadão no centro da tomada de decisão, independentemente de ciclos políticos. "A gente tem que olhar para quem de fato importa, que é o cidadão, sendo pró-ativo para colocá-lo no centro das ações", disse.

Como exemplo de inovação bem-sucedida, Campos citou a digitalização do processo de vacinação contra a Covid-19 em sua gestão. "Em 15 dias de gestão, tomei a decisão de que todo cidadão no Recife se vacinaria por meio de agendamento digital, com dia, local e horário escolhidos pelo próprio cidadão", afirmou. A medida, segundo o prefeito, ampliou de 8 mil para mais de 1,8 milhão o número de cidadãos com cadastro digital na capital pernambucana.

Com essa base de dados consolidada, a prefeitura passou, de acordo com Campos, a oferecer serviços com base nas necessidades identificadas em tempo real. Ele explicou que, quando uma criança completa três anos, por exemplo, a prefeitura envia automaticamente uma mensagem aos responsáveis informando sobre as vacinas obrigatórias, locais disponíveis e datas sugeridas.

Segundo o prefeito de Recife, há um desafio de transformar o ambiente público que requer visão de longo prazo e coragem para implementar soluções que transcendam os limites da política. "O grande desafio é uma mudança de cultura", disse ele, ao ser questionado sobre os obstáculos enfrentados em sua gestão.

"Na prefeitura do Recife, a única pessoa com prazo de validade é o prefeito eleito. São quatro anos de mandato frente a um corpo de mais de 25 mil servidores com estabilidade funcional", explicou.

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Soldados da Guarda Nacional começaram a chegar em Los Angeles neste domingo, 8, após o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os membros da Guarda foram acionados em resposta aos protestos contra as políticas de imigração do republicano na cidade da Califórnia.

Segundo o presidente americano, 2 mil soldados foram enviados a Los Angeles para repelir as manifestações. Trump federalizou o controle da Guarda Nacional para realizar o envio das tropas. A ação não foi coordenada com o governador da Califórnia, Gavin Newson, que disse que o envio dos guardas poderia tornar os protestos mais violentos.

Trump disse que considerou a medida necessária devido ao "fracasso" de Newson e da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, na contenção dos protestos.

Segundo especialistas entrevistados pelo The New York Times, esta foi a primeira vez que um presidente federalizou a Guarda Nacional de um Estado para uma operação doméstica sem a autorização de um governador desde 1965, quando Lyndon Johnson enviou tropas para o Alabama para proteger os manifestantes que protestavam por direitos civis no Estado.

Protestos

A Guarda Nacional foi enviada para três locais na cidade de Los Angeles, segundo Newson. Durante a manhã, poucas manifestações foram registradas, mas gás lacrimogêneo foi disparado contra a multidão durante a tarde, na frente de um centro de detenção no centro de Los Angeles.

Um protesto do lado de fora do City Hall, onde fica o gabinete da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, está marcado para às 14h no horário local (18h de Brasília).

No sábado, 7, policiais tiveram que usar balas de borracha e granadas de efeito moral para controlar a multidão. Segundo membros do governo Trump, os manifestantes lançaram coquetéis molotov e pedras contra as autoridades.

Trump afirmou que qualquer protesto que agredisse os policiais seria considerado uma "forma de rebelião". O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que poderia convocar fuzileiros navais em "serviço ativo" se a violência continuasse.

Tensão

As tensões aumentaram na região depois que autoridades de imigração realizaram 100 prisões em Los Angeles e cidades próximas, que têm uma grande comunidade latina.

Os protestos recentes atraíram centenas de participantes, mas permanecem muito menores do que outras manifestações em massa, incluindo os protestos de 2020 contra violência policial que levaram Newsom a solicitar assistência da Guarda Nacional. (Com agências internacionais).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a presença em um jantar de gala neste domingo (8) em Nice, na França. O evento havia sido confirmado pelo governo na sexta-feira, 6, mas não apareceu na agenda oficial do presidente. Uma fonte do governo ouvida pelo jornal Folha de S.Paulo atribuiu as mudanças ao possível cansaço pela agenda cheia na visita do líder brasileiro à França, que começou na quarta-feira, dia 4.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não está recuando de sua batalha contra o empresário americano Elon Musk. No sábado, 7, Trump disse que não tem o desejo de reparar a relação entre eles e disse que o ex-aliado poderia enfrentar "consequências sérias" se tentar ajudar candidatos democratas nas próximas eleições.

Em entrevista à emissora americana NBC, Trump apontou que acredita que a relação entre ele e Musk acabou.

"Estou muito ocupado fazendo outras coisas", disse Trump. "Eu ganhei uma eleição de forma esmagadora. Eu dei a ele muitas oportunidades, muito antes de isso acontecer, dei a ele oportunidades na minha primeira administração. Não tenho intenção de falar com ele."

Durante a entrevista, o presidente americano disse que Musk poderia ser prejudicado se apoiasse candidatos democratas nas eleições de meio de mandato de 2026.

"Se ele fizer isso, terá que arcar com as consequências", disse Trump à NBC, embora tenha se recusado a compartilhar quais seriam essas consequências. Os negócios de Musk possuem muitos contratos federais lucrativos.

Ruptura dramática

Como um grande contratante do governo, os negócios de Musk poderiam ser particularmente vulneráveis a retaliações. Trump já ameaçou cortar os contratos de Musk, chamando isso de uma maneira fácil de economizar dinheiro.

A ruptura dramática entre o presidente e o homem mais rico do mundo começou esta semana com a crítica pública de Musk ao "grande e belo projeto de lei" que Trump quer aprovar no Congresso americano. Musk advertiu que o projeto de lei aumentará o déficit federal e chamou-o de "abominação nojenta".

Após a oposição pública de Musk, o presidente americano criticou o empresário no Salão Oval na quinta-feira, 5, e os dois começaram a trocar ataques pessoais nas redes sociais.

Durante a briga, Musk sugeriu que Trump deveria sofrer impeachment e alegou, sem provas, que o governo estava escondendo informações sobre a associação do presidente com Jeffrey Epstein. Musk deletou suas postagens suas postagens sobre Epstein no sábado, 7.

"Grande erro"

Um dia depois da troca de ataques, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, tentou minimizar o ocorrido em uma entrevista ao youtuber americano Theo Von.

Ele disse que Musk estava cometendo um "grande erro" ao atacar Trump, mas chamou-o de um cara "emocional" que estava frustrado.

"Espero que eventualmente Elon volte a se juntar a nós. Talvez isso não seja possível agora, porque ele se excedeu", disse Vance.