Protestos nos EUA: membros da Guarda Nacional chegam a Los Angeles a pedido de Trump

Internacional
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Soldados da Guarda Nacional começaram a chegar em Los Angeles neste domingo, 8, após o pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os membros da Guarda foram acionados em resposta aos protestos contra as políticas de imigração do republicano na cidade da Califórnia.

Segundo o presidente americano, 2 mil soldados foram enviados a Los Angeles para repelir as manifestações. Trump federalizou o controle da Guarda Nacional para realizar o envio das tropas. A ação não foi coordenada com o governador da Califórnia, Gavin Newson, que disse que o envio dos guardas poderia tornar os protestos mais violentos.

Trump disse que considerou a medida necessária devido ao "fracasso" de Newson e da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, na contenção dos protestos.

Segundo especialistas entrevistados pelo The New York Times, esta foi a primeira vez que um presidente federalizou a Guarda Nacional de um Estado para uma operação doméstica sem a autorização de um governador desde 1965, quando Lyndon Johnson enviou tropas para o Alabama para proteger os manifestantes que protestavam por direitos civis no Estado.

Protestos

A Guarda Nacional foi enviada para três locais na cidade de Los Angeles, segundo Newson. Durante a manhã, poucas manifestações foram registradas, mas gás lacrimogêneo foi disparado contra a multidão durante a tarde, na frente de um centro de detenção no centro de Los Angeles.

Um protesto do lado de fora do City Hall, onde fica o gabinete da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, está marcado para às 14h no horário local (18h de Brasília).

No sábado, 7, policiais tiveram que usar balas de borracha e granadas de efeito moral para controlar a multidão. Segundo membros do governo Trump, os manifestantes lançaram coquetéis molotov e pedras contra as autoridades.

Trump afirmou que qualquer protesto que agredisse os policiais seria considerado uma "forma de rebelião". O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que poderia convocar fuzileiros navais em "serviço ativo" se a violência continuasse.

Tensão

As tensões aumentaram na região depois que autoridades de imigração realizaram 100 prisões em Los Angeles e cidades próximas, que têm uma grande comunidade latina.

Os protestos recentes atraíram centenas de participantes, mas permanecem muito menores do que outras manifestações em massa, incluindo os protestos de 2020 contra violência policial que levaram Newsom a solicitar assistência da Guarda Nacional. (Com agências internacionais).

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O Ministério Público (MP) pediu a cassação do mandato do prefeito reeleito de Campinas (SP), Dário Saadi (Republicanos), por abuso de poder político durante as eleições municipais de 2024. Em parecer, o promotor Guilherme Athayde Ribeiro Franco também pediu que Saadi fique inelegível por oito anos, sob a acusação de ter usado um equipamento público da Prefeitura para promover sua candidatura durante a campanha.

O parecer foi emitido após uma ação movida por Rafael Zimbaldi (Cidadania) e pela coligação "Campinas: uma cidade para todos", que acusa Dário, seu vice, Wanderley de Almeida (PSB), e outros aliados de terem cometido abuso de poder político e econômico nas eleições. A defesa de Dário Saadi afirma que não houve irregularidade e que a divulgação de sua atuação como prefeito nas redes sociais respeitou as regras eleitorais. O caso será julgado pela Justiça Eleitoral. Se a decisão for pela cassação e inelegibilidade, ainda caberá recurso.

Saadi gravou um vídeo durante uma visita ao Centro Dia do Idoso, equipamento público da Prefeitura, no qual aparece interagindo com funcionários e idosos durante a campanha eleitoral.

"O nosso Centro Dia do Idoso, lá no Jd. do Lago Continuação, é um sucesso. E a gente vai levar essa mesma estrutura para outras regiões de Campinas. Para isso eu preciso do seu apoio. Vem de 10", escreveu Saadi na época em seu perfil no Instagram. A acusação aponta que o vídeo configura uso da estrutura pública para promoção pessoal durante a campanha.

Para o promotor, a conduta foi irregular e teve impacto na disputa eleitoral. "Em se valendo das facilidades decorrentes do cargo de prefeito, no interior da repartição pública, o representado infringiu a legislação eleitoral, causando, por consequência, desequilíbrio na disputa", escreveu. Ele afirma que a divulgação de propaganda em redes sociais ampliou o alcance da mensagem e pode ter influenciado um número significativo de eleitores.

Além da perda do mandato e da suspensão dos direitos políticos de Saadi por oito anos, o promotor também pediu que o vídeo seja removido da internet e que seja aplicada uma multa.

O vice-prefeito Wanderley de Almeida (PSB) também pode perder o cargo, mas o promotor reconheceu que não há provas de que ele tenha participado da gravação ou da publicação do vídeo. Ainda assim, defende que ele seja afastado do cargo por integrar a mesma chapa do prefeito.

A ação ainda citava outros dois episódios: o envio de comunicados à imprensa sobre a possível mudança da Câmara Municipal para um prédio do Tribunal de Justiça, e uma visita de campanha à empresa Benassi, onde Dário e o candidato a vereador Felipe Batista Marchesi (PSB) teriam feito discursos a funcionários durante o expediente. Esses episódios foram considerados regulares pelo Ministério Público, que entendeu que não houve ilegalidade comprovada.

No fim do último ano, em outra ação, o prefeito Dário Saadi teve a cassação de sua candidatura revertida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Na ocasião, a Corte entendeu que, embora tenha havido irregularidades durante a campanha, como o uso de prédios públicos para gravação de vídeos, as condutas não foram graves o suficiente para justificar a cassação ou a inelegibilidade. A decisão manteve apenas a aplicação de multa ao prefeito e ao vice.

A prefeita de Marituba, no Pará, Patrícia Alencar (MDB), ultrapassou a marca de 1 milhão de seguidores no Instagram após viralizar com um vídeo em que aparece dançando forró de biquíni.

Inicialmente publicada em um perfil privado, a gravação teria sido vazada sem autorização. As imagens começaram a repercutir e Patrícia decidiu publicar o vídeo em sua conta oficial.

Em apenas três dias, o número de seguidores disparou: foram cerca de 300 mil novos usuários. No sábado, 7, a prefeita alcançou 1 milhão de seguidores. Neste domingo, 8, já soma 1,2 milhão - número 20 vezes maior que o da conta institucional da Prefeitura de Marituba, que tem 60 mil seguidores.

A reação ao vídeo dividiu opiniões nas redes sociais. Em entrevista ao g1, Patrícia rebateu as críticas. "Infelizmente, o corpo de uma mulher incomoda mais do que a corrupção ou a ineficiência", afirmou.

Aos 37 anos, mãe de três filhos, Patrícia tem trajetória marcada pelo empreendedorismo. Nascida em Bodocó, no sertão de Pernambuco, ela chegou há 16 anos a Marituba, onde começou vendendo utensílios de plástico em feiras livres.

Eleita prefeita pela primeira vez em 2020, ela foi reeleita em 2024 com 71,36% dos votos válidos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu maior financiamento internacional para a proteção dos mares e criticou a queda nos recursos destinados ao desenvolvimento sustentável. O chefe do executivo discursou hoje, Dia Mundial do Oceano, no Fórum sobre Oceanos, realizado em Mônaco.

Lula disse que os oceanos movimentam US$ 2,6 trilhões por ano, o que corresponderia à quinta maior economia do planeta, além de regularem o clima e concentrarem 80% das rotas comerciais e 97% do tráfego mundial de dados. Apesar dessa relevância, afirmou, o objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 - voltado à conservação marinha - é um dos menos financiados da Agenda 2030, com um déficit anual estimado em 150 bilhões de dólares.

Segundo o discurso de Lula, a assistência oficial ao desenvolvimento encolheu 7% em 2024, enquanto os gastos militares das nações ricas cresceram 9,4%. "Isso mostra que não falta dinheiro; o que falta é disposição e compromisso político para financiar", afirmou o presidente. Lula anunciou que fará do tema uma das prioridades da sua presidência no G20 e na COP30, em Belém (PA), e destacou o "mapa do caminho Baku-Belém", elaborado com o Azerbaijão, para destravar negociações climáticas.

O presidente citou ainda iniciativas internas, como o Bolsa Verde, que remunera 12 mil famílias em unidades de conservação marinhas, e uma carteira de 70 milhões de dólares do BNDES para a economia azul, que inclui planejamento espacial marinho, recuperação de manguezais e descarbonização da frota naval. O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, acrescentou, já liberou 2,6 bilhões de dólares para projetos de água e saneamento.

Lula encerrou o discurso convocando um "mutirão" global para cumprir compromissos: "Ou nós agimos, ou o planeta corre risco", afirmou.