Tradicionalmente associada a pessoas acima dos 50 anos, a diabetes tipo 2 vem crescendo de forma alarmante entre jovens adultos e até adolescentes no Brasil. Segundo um levantamento recente do Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o número de diagnósticos em pessoas com menos de 30 anos aumentou quase 25% nos últimos cinco anos.
Especialistas apontam que o fenômeno está diretamente ligado a hábitos alimentares desequilibrados, sedentarismo e uso excessivo de telas, que afetam especialmente as novas gerações. O consumo crescente de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, aliado a longos períodos de inatividade física, tem provocado um cenário de obesidade precoce — fator de risco decisivo para o desenvolvimento da doença.
O endocrinologista Dr. Rafael Antunes alerta que o diagnóstico precoce entre jovens é ainda mais preocupante. “Quanto mais cedo a pessoa desenvolve diabetes tipo 2, maiores são as chances de complicações ao longo da vida, como problemas cardiovasculares, renais, oculares e neurológicos. E muitos casos ainda passam despercebidos por anos”, explica.
Outro desafio é o baixo nível de conscientização entre os jovens, que muitas vezes ignoram sintomas como sede excessiva, fadiga, perda de peso ou visão turva. Sem tratamento adequado, o quadro pode evoluir rapidamente e comprometer a qualidade de vida. Além disso, muitos pacientes resistem ao início do uso de medicamentos e à mudança de estilo de vida, dificultando o controle da doença.
Para conter o avanço da diabetes tipo 2 nessa faixa etária, profissionais de saúde reforçam a necessidade de campanhas específicas voltadas ao público jovem, que falem a sua linguagem e incluam temas como alimentação saudável, prática regular de atividades físicas e autocuidado digital. Escolas, universidades e ambientes de trabalho são vistos como espaços-chave para ações de prevenção.
A atenção básica, por meio do SUS, também desempenha papel fundamental no diagnóstico precoce e na orientação de pacientes. Em tempos de doenças silenciosas e rotinas cada vez mais aceleradas, ouvir o próprio corpo e buscar acompanhamento médico regular pode fazer toda a diferença.
Maus hábitos e sedentarismo levam ao aumento da diabetes tipo 2 entre jovens
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