Filho de Biden é condenado por omitir vício para comprar arma

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden, foi considerado culpado nesta terça-feira, 11, de três crimes relacionados à compra de uma arma de fogo enquanto era usuário de drogas. O caso, que prevê uma sentença de até 25 anos de prisão a ser anunciada em até seis meses, marca a primeira condenação criminal de um filho de um presidente no exercício do mandato. Biden está em campanha pela reeleição em novembro.

 

O julgamento em Wilmington (Delaware) durou pouco mais de uma semana e a decisão foi conhecida 11 dias após o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que tenta voltar à Casa Branca como candidato republicano, ter sido condenado por fraude contábil ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016.

 

A condenação de Hunter também foi conhecida em um momento em que republicanos acusam democratas de politizar o Sistema Judiciário em uma tentativa de impedir Trump de retomar a Casa Branca. No dia 4, o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, foi convocado pela Câmara e rejeitou as acusações dos republicanos, dizendo que eles estavam espalhando teorias da conspiração que poderiam colocar em risco agentes federais.

 

Após a condenação de Trump, republicanos do Congresso prometeram reter o financiamento do Departamento de Justiça e até de promotores locais. O próprio Trump disse que estava determinado a buscar vingança pelo seu caso se for eleito novamente.

 

O deputado Jim McGovern, o principal democrata na Comissão de Regras da Câmara, criticou seus colegas republicanos ontem por aceitarem o veredicto de Hunter, após dizerem que a condenação de Trump foi resultado de um sistema fraudado.

 

"O contraste hoje (ontem) é simplesmente impressionante. Aparentemente, quando um republicano é condenado, (o sistema) é uma arma. Mas quando um democrata é condenado, isso é justiça", disse McGovern.

 

Mas para Trump, a condenação do filho de seu adversário político não foi o bastante. Sua campanha chamou o veredicto de "nada mais do que uma distração dos crimes reais da Família do Crime Biden". Trump e seus aliados acusaram Biden, sem provas, de agir, quando era vice-presidente dos EUA, para promover os interesses comerciais de seus parentes no estrangeiro.

 

Hunter foi condenado após três horas de deliberação. Ele foi acusado de mentir, em um formulário, sobre o uso de drogas ilícitas ao obter uma arma em 2018 e, em seguida, de possuir ilegalmente essa arma de fogo por 11 dias.

 

Hunter enfrenta uma pena máxima de 25 anos de prisão e US$ 750 mil em multas. No entanto, infratores primários raramente recebem a pena máxima.

 

Biden disse recentemente que não usaria o perdão presidencial caso seu filho fosse condenado. Pouco depois do veredicto, durante uma conferência em Washington de uma organização que defende restrições mais duras ao uso de armas, Biden listou uma série de realizações de sua administração, mas não mencionou o caso do filho.

 

Foco

 

O processo em Delaware, junto com outras acusações de evasão fiscal contra Hunter na Califórnia, complica os esforços dos democratas para manter o foco em Trump, o primeiro ex-presidente a ser declarado culpado na Justiça criminal.

 

Hunter esteve por muito tempo na mira dos republicanos, que promoveram uma exaustiva investigação contra ele no Congresso por corrupção e tráfico de influência, embora nunca tenham sido apresentadas acusações formais.

 

Seus negócios na China e na Ucrânia também serviram de base para que os republicanos tentassem abrir processos de impeachment para destituir seu pai, o que não prosperou.

 

Dependência

 

O passado de dependência de Hunter foi um tema central do julgamento, que incluiu o testemunho de suas ex-parceiras.

 

Na semana passada, o promotor reproduziu trechos do audiobook das memórias de Hunter, Beautiful Things, gravadas por ele mesmo, nas quais relembra momentos de seu vício em que procurava desesperadamente por crack.

 

Durante o julgamento, os problemas de Hunter reabriram feridas da família. Seu irmão, Beau, morreu de câncer, em 2015. Sua irmã, Naomi, morreu ainda criança, em 1972, em um acidente de carro que também matou Neilia, a primeira mulher do presidente e mãe dos três irmãos.

 

Assim como no caso de Trump, o julgamento de Hunter deve ter impacto reduzido na escolha dos eleitores, ainda que alguns deles desistam de votar em Biden. Pesquisa da Emerson College da semana passada mostrou que 64% dos eleitores disseram que o julgamento não teria impacto em suas decisões; 24% afirmaram que ele os torna menos propensos a apoiar o democrata e 12% disseram que ficariam mais propensos a apoiá-lo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo, 4, após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta.

Na quarta-feira, 30, Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas permaneceu com o tratamento no quarto. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça, 29.

Bolsonaro ficou na UTI desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento foi motivado por um mal-estar sofrido dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante um evento político. Após avaliação médica, foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou pela cirurgia .

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou, em uma publicação na rede social, que deixará o hospital neste domingo, 4, às 10 horas da manhã, após três semanas internado para recuperação de uma cirurgia no intestino.

"Depois de 3 semanas, alta prevista para hoje, domingo, às 10h. Obrigado meu Deus por mais esse milagre (12 horas de cirurgia). Obrigado Dr Cláudio Birolini e equipe. Volto para casa renovado", escreveu o ex-presidente.

Na publicação, Bolsonaro diz que seu próximo desafio será acompanhar uma nova manifestação a favor da anistia às pessoas envolvidas nos ataques do dia 8 de janeiro. "Meu próximo desafio: acompanhar A Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima 4ª feira, de 07 de maio, com início às 16h da Torre de TV até o Congresso", disse.

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Parlamentares oposicionistas ao governo Lula estão tentando reverter na Justiça a nomeação de Wolney Queiroz para comandar o Ministério da Previdência Social, após a demissão de Carlos Lupi.

No sábado, 3, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal contra o ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nomeou Queiroz, na sexta-feira.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento cautelar do novo ministro e instauração de uma investigação sobre o caso.

Ambas as ações afirmam que Queiroz, enquanto secretário executivo do Ministério da Previdência, teria sido omisso diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da cúpula da pasta. Assim, dizem os parlamentares, a nomeação dele violaria os princípios constitucionais da moralidade administrativa.

Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.