Premiê da Coreia do Sul e assessores do presidente renunciam após derrota nas urnas

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O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Han Duck-soo, e membros do gabinete do presidente do país, Yoon Suk-yeol, renunciaram em massa nesta quarta-feira, 10, horas após a confirmação da derrota do Partido do Poder Popular nas eleições parlamentares. O resultado do pleito foi considerado um enorme golpe político para a legenda conservadora e para Yoon, que certamente sofrerá uma intensa pressão da oposição liberal nos três anos que ainda tem de mandato. Fonte: Associated Press.

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a condenação do jornalista Luan Araújo por injúria e difamação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele foi ameaçado pela deputada com uma arma na véspera do segundo turno da eleição de 2022.

O advogado Renan Bohus, que representa o jornalista, afirmou que o Ministério Público mudou o posicionamento "sem nenhum fato novo".

"A defesa fica abismada, estarrecida com o posicionamento do Ministério Público", disse ao Estadão. "Trata-se de uma segunda perseguição contra o Luan. Ele já foi perseguido com uma arma de fogo. Agora, é perseguido juridicamente."

O parecer do Ministério Público foi enviado em uma ação movida por Carla Zambelli. O processo não gira em torno da perseguição em si. O pano de fundo é um texto escrito pelo jornalista após o entrevero.

A coluna foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan Araújo aborda a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma "seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades".

Em outro trecho, o jornalista afirma que Carla Zambelli é parte de uma "extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte". A publicação não está mais disponível. O texto foi removido por ordem judicial, até a conclusão do processo.

Para o promotor de Justiça Roberto Bacal, que assina a manifestação em nome do MP, a publicação foi uma "retaliação" e ofendeu a honra da deputada.

"Trouxe evidentemente o réu novas ofensas em texto calcado pelo ideal retaliatório e ofensivo, diante de situação particularmente vivenciada, não se podendo admitir que o réu estaria nessas condições, sob o manto da imunidade jornalística para ofender a vítima de modo desmedido", diz o parecer.

Quando Carla Zambelli apresentou a queixa-crime contra o jornalista, o Ministério Público foi contra o processo. O promotor justificou que mudou o posicionamento "diante da prova produzida".

Os depoimentos colhidos na ação foram preponderantes para a manifestação do MP. Roberto Bascal afirma que, a partir das oitivas, ficou comprovado que o jornalista e a deputada não se conheciam e que, antes da confusão, ele não havia escrito reportagens sobre o trabalho dela.

"Houve já, desde o início do desentendimento entre as partes, uma ofensa gratuita e dolosa por parte do acusado contra a deputada ofendida. Neste sentido, não há como ser desvirtuado que a matéria jornalística escrita pelo réu, tempos após o primeiro evento, não contava com a necessária isenção ou imparcialidade jornalística recomendável", acrescenta o promotor.

O Ministério Público chegou a oferecer um acordo de não persecução penal - quando o réu confessa o crime e se compromete a cumprir cláusulas estabelecidas pelo órgão para encerrar o processo. O jornalista, contudo, rejeitou a proposta.

Quando foi ouvido, Luan teve uma crise de ansiedade e a audiência precisou ser suspensa. A defesa ainda vai apresentar seus argumentos finais. Na sequência, cabe ao Juizado Especial Criminal decidir se condena ou não o jornalista.

O advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, afirma que, com o parecer do MP, espera que o jornalista seja "condenado pelos crimes contra a honra que cometeu".

O processo sobre a perseguição tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por causa do foro da deputada. Ela responde por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira, 16, uma súmula que reúne regras para coibir fraude à cota de vagas para candidatas mulheres. A decisão da corte tem que ser seguida por partidos, candidatos e pela própria Justiça Eleitoral nas eleições municipais deste ano. O pleito para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das cidades brasileiras ocorrerá nos dias 6 e, em caso de segundo turno, 27 de outubro.

Defendendo a medida, o presidente da Corte e relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, disse que o direcionamento é importante para que os tribunais regionais eleitorais e os juízes de "todo o território nacional" possam aplicar um mesmo entendimento em casos de fraudes à cota de gênero.

Ainda de acordo com o magistrado, visto que "nas eleições municipais há um número muito maior de fraude do que nas eleições gerais", a norma conduz os próprios partidos à formulação de uma lista de candidatos e candidatas a fim de evitar "surpresas".

Regras

A partir da súmula aprovada, que se fundamenta em julgamentos do Tribunal sobre o assunto, fixou-se o entendimento de que a fraude à cota de gênero, ou seja, à lei que determina que pelo menos 30% das candidaturas lançadas por partidos e federações sejam destinadas às candidatas mulheres, ocorre nos seguintes casos:

- A candidata não recebe votos ou a quantidade é inexpressiva;

- A prestação de contas da candidatura feminina é zerada, padronizada ou não registra movimentação financeira relevante;

- Não se observam atos efetivos de campanha eleitoral da candidata;

- É registrada divulgação ou promoção da candidatura de terceiros por parte da mulher que disputa as eleições.

Dessa forma, a prática ilícita é caracterizada pela negligência em relação às candidaturas femininas, que podem ser inviabilizadas pela falta de recursos, e pelo lançamento de candidatas fictícias. Em março deste ano, a Corte Eleitoral comprovou que partidos de 14 municípios de seis Estados brasileiros cometeram fraude à cota de gênero nas eleições de 2020 ao lançar candidaturas "laranjas".

A partir de agora, o reconhecimento do crime implicará nas seguintes sanções:

- Cassação dos registros e diplomas de toda a chapa do partido infrator - mesmo que os outros candidatos e eventuais eleitos não tenham conhecimento ou participação na fraude;

- Inelegibilidade dos infratores ou omissos em relação à prática;

- Nulidade dos votos recebidos pelo partido no pleito e consequente recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.

Com a aprovação da medida, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que a consolidação das decisões da Corte "facilitará muito a vida de juízes, de tribunais e, principalmente, da sociedade, das candidatas e dos candidatos, para que a gente tenha clareza no que se vai decidir".

Ainda elogiando a criação da súmula, que vale para a disputa a cargos na Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, assembleias legislativas e câmaras de vereadores, a magistrada ainda afirmou que a norma representa a luta pela igualdade a qual ela se dedica.

A Advocacia-Geral da União (AGU) cobra da ex-presidente Dilma Rousseff uma dívida de R$ 10 mil referente a uma multa por propaganda eleitoral irregular na campanha eleitoral pela reeleição ao Palácio do Planalto em 2014. Ela, o vice de sua chapa, Michel Temer (MDB), e o então ministro da Saúde, Arthur Chioro, foram condenados, em agosto de 2020, por uso de bens da União em benefício da candidata depois de levarem ao ar uma peça de campanha gravada dentro de uma unidade básica de saúde (UBS).

Relator do caso à época no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso estipulou multa de R$ 5,3 mil para cada um, mas somente Temer quitou o valor. Como a dívida dos outros dois réus se arrasta há quase quatro anos, a AGU agora quer o pagamento da quantia com as devidas correções, que chega a R$ 10 mil. No último dia 6, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, intimou Dilma e Chioro a efetuarem o pagamento no prazo de 15 dias.

Procurada, a ex-presidente informou que irá providenciar o pagamento da multa. Já Chioro afirmou, por meio de sua assessoria, que "não foi intimado sobre o referido ato processual. Se for, prestará os esclarecimentos devidos no âmbito do processo judicial".

Em caso de descumprimento, os petistas podem ter seus nomes incluídos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), ter o valor da multa aumentado e até ser alvo de execução de bens.

Dilma hoje é presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, e recebe US$ 500 mil por ano, o equivalente a mais de R$ 2,5 milhões, somados salário e benefícios. Morando na China, ela mantém ainda regalias concedidas a ex-presidentes, como custeio de passagens aéreas, auxílio moradia, diárias no exterior, auxílio-combustível, manutenção de veículos e serviços de telecomunicações.

Conforme mostrou o Estadão, a ex-presidente usou R$1.728.620 do Tesouro em 2023. Ela tem direito a oito servidores, dos quais seis de apoio pessoal e dois motoristas junto a veículos pertencentes à União.