Israel matou filhos e netos do líder máximo do Hamas, diz grupo terrorista

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Um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza matou três filhos e três netos do líder do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta quarta-feira, 10, segundo a mídia oficial do grupo terrorista. Haniyeh acusou Israel de agir com "espírito de vingança e assassinato".

 

Os filhos de Haniyeh estão entre as figuras de maior destaque que foram mortas na guerra até agora. Não ficou claro como as suas mortes poderiam afetar as negociações de cessar-fogo que duraram meses e que estão sendo mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos.

 

Haniyeh confirmou as mortes na quarta-feira em uma entrevista a Al Jazeera, dizendo que os seus filhos "foram martirizados no caminho para a libertação de Jerusalém e da Mesquita Al-Aqsa".

 

"O inimigo criminoso é movido pelo espírito de vingança e assassinato e não valoriza quaisquer padrões ou leis", disse ele na entrevista por telefone.

 

O Exército de Israel não comentou sobre a morte dos familiares do líder do Hamas.

 

Sem flexibilizar

 

Em sua entrevista à Al Jazeera, Haniyeh disse que as mortes não pressionariam o Hamas a suavizar as suas posições.

 

"O inimigo acredita que, ao atingir as famílias dos líderes, irá pressioná-los a desistir das exigências do nosso povo", disse ele. "Qualquer um que acredite que atacar os meus filhos irá pressionar o Hamas a mudar a sua posição está delirando."

 

Haniyeh vive exilado no Catar, onde fica a sede da Al Jazeera. A estação de TV Al-Aqsa do Hamas transmitiu imagens de Haniyeh recebendo a notícia das mortes enquanto visitava palestinos feridos que foram transportados para um hospital em Doha.

 

Quando um assessor recebeu a notícia em seu telefone, Haniyeh assentiu, olhou para o chão e saiu lentamente da sala. "Não há força nem poder senão vindo de Deus", murmurou Haniyeh. "Que Deus facilite as coisas para eles."

 

A TV Al-Aqsa apontou que Hazem, Ameer e Mohammed Haniyeh foram mortos com familiares no ataque perto do campo de refugiados de Shati, na Cidade de Gaza. Ismail Haniyeh é originalmente de Shati.

 

Os irmãos viajavam em um único veículo junto com seus filhos e foram alvos de um drone israelense.

 

Anteriormente, o parlamentar israelense Benny Gantz, que faz parte do gabinete de guerra, afirmou que o Hamas foi derrotado militarmente, embora também tenha dito que Israel lutará contra o grupo terrorista nos próximos anos.

 

Gantz reiterou que o compromisso do governo israelense com uma ofensiva militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Mais de 1 milhão de palestinos se deslocaram para a cidade que faz fronteira com o Egito por conta da guerra.

 

O ataque ocorreu no momento em que os palestinos em Gaza celebravam o feriado de Eid al-Fitr, encerrando o mês sagrado de jejum do Ramadã, visitando os túmulos de entes queridos mortos na guerra. No campo de refugiados de Jabaliya, perto da cidade de Gaza, as pessoas se sentaram calmamente junto a sepulturas rodeadas por edifícios destruídos pela ofensiva de Israel.

 

Guerra

 

Meio ano após o início da guerra, desencadeada pelo ataque do grupo terrorista Hamas ao sul de Israel, há cada vez mais apelos internacionais para um cessar-fogo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou duramente a estratégia militar israelense em Gaza do governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em uma entrevista à emissora americana de língua espanhola Univision, transmitida na terça-feira, 9.

 

"Peço simplesmente que os israelenses estabeleçam um cessar-fogo, que permitam durante as próximas seis, oito semanas, acesso total a todos os alimentos e medicamentos que entrarem em Gaza", declarou Biden.

 

Esta entrevista foi gravada antes da retirada, no domingo, dos soldados israelenses do sul da Faixa de Gaza e do aumento, nos últimos dias, da ajuda humanitária autorizada por Israel a entrar no território. Estas decisões foram tomadas por Tel-Aviv após o presidente americano subir o tom em relação a Netanyahu por conta da morte de sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen, que foram atingidos por um bombardeio israelense. Israel pediu desculpas e demitiu dois comandantes por conta do ocorrido.

 

A guerra eclodiu no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas lançaram um ataque sem precedentes contra Israel, deixando 1,2 mil mortos, a maioria civis, segundo dados israelenses. O grupo terrorista também sequestrou 250 reféns, dos quais 129 permanecem em Gaza, incluindo 34 que se acredita terem morrido.

 

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e que considera uma organização terrorista, opinião respaldada por Estados Unidos e União Europeia. As suas tropas lançaram uma ofensiva em Gaza que até agora deixou 33.360 mortos, a maioria civis, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a condenação do jornalista Luan Araújo por injúria e difamação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele foi ameaçado pela deputada com uma arma na véspera do segundo turno da eleição de 2022.

O advogado Renan Bohus, que representa o jornalista, afirmou que o Ministério Público mudou o posicionamento "sem nenhum fato novo".

"A defesa fica abismada, estarrecida com o posicionamento do Ministério Público", disse ao Estadão. "Trata-se de uma segunda perseguição contra o Luan. Ele já foi perseguido com uma arma de fogo. Agora, é perseguido juridicamente."

O parecer do Ministério Público foi enviado em uma ação movida por Carla Zambelli. O processo não gira em torno da perseguição em si. O pano de fundo é um texto escrito pelo jornalista após o entrevero.

A coluna foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan Araújo aborda a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma "seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades".

Em outro trecho, o jornalista afirma que Carla Zambelli é parte de uma "extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte". A publicação não está mais disponível. O texto foi removido por ordem judicial, até a conclusão do processo.

Para o promotor de Justiça Roberto Bacal, que assina a manifestação em nome do MP, a publicação foi uma "retaliação" e ofendeu a honra da deputada.

"Trouxe evidentemente o réu novas ofensas em texto calcado pelo ideal retaliatório e ofensivo, diante de situação particularmente vivenciada, não se podendo admitir que o réu estaria nessas condições, sob o manto da imunidade jornalística para ofender a vítima de modo desmedido", diz o parecer.

Quando Carla Zambelli apresentou a queixa-crime contra o jornalista, o Ministério Público foi contra o processo. O promotor justificou que mudou o posicionamento "diante da prova produzida".

Os depoimentos colhidos na ação foram preponderantes para a manifestação do MP. Roberto Bascal afirma que, a partir das oitivas, ficou comprovado que o jornalista e a deputada não se conheciam e que, antes da confusão, ele não havia escrito reportagens sobre o trabalho dela.

"Houve já, desde o início do desentendimento entre as partes, uma ofensa gratuita e dolosa por parte do acusado contra a deputada ofendida. Neste sentido, não há como ser desvirtuado que a matéria jornalística escrita pelo réu, tempos após o primeiro evento, não contava com a necessária isenção ou imparcialidade jornalística recomendável", acrescenta o promotor.

O Ministério Público chegou a oferecer um acordo de não persecução penal - quando o réu confessa o crime e se compromete a cumprir cláusulas estabelecidas pelo órgão para encerrar o processo. O jornalista, contudo, rejeitou a proposta.

Quando foi ouvido, Luan teve uma crise de ansiedade e a audiência precisou ser suspensa. A defesa ainda vai apresentar seus argumentos finais. Na sequência, cabe ao Juizado Especial Criminal decidir se condena ou não o jornalista.

O advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, afirma que, com o parecer do MP, espera que o jornalista seja "condenado pelos crimes contra a honra que cometeu".

O processo sobre a perseguição tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por causa do foro da deputada. Ela responde por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira, 16, uma súmula que reúne regras para coibir fraude à cota de vagas para candidatas mulheres. A decisão da corte tem que ser seguida por partidos, candidatos e pela própria Justiça Eleitoral nas eleições municipais deste ano. O pleito para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das cidades brasileiras ocorrerá nos dias 6 e, em caso de segundo turno, 27 de outubro.

Defendendo a medida, o presidente da Corte e relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, disse que o direcionamento é importante para que os tribunais regionais eleitorais e os juízes de "todo o território nacional" possam aplicar um mesmo entendimento em casos de fraudes à cota de gênero.

Ainda de acordo com o magistrado, visto que "nas eleições municipais há um número muito maior de fraude do que nas eleições gerais", a norma conduz os próprios partidos à formulação de uma lista de candidatos e candidatas a fim de evitar "surpresas".

Regras

A partir da súmula aprovada, que se fundamenta em julgamentos do Tribunal sobre o assunto, fixou-se o entendimento de que a fraude à cota de gênero, ou seja, à lei que determina que pelo menos 30% das candidaturas lançadas por partidos e federações sejam destinadas às candidatas mulheres, ocorre nos seguintes casos:

- A candidata não recebe votos ou a quantidade é inexpressiva;

- A prestação de contas da candidatura feminina é zerada, padronizada ou não registra movimentação financeira relevante;

- Não se observam atos efetivos de campanha eleitoral da candidata;

- É registrada divulgação ou promoção da candidatura de terceiros por parte da mulher que disputa as eleições.

Dessa forma, a prática ilícita é caracterizada pela negligência em relação às candidaturas femininas, que podem ser inviabilizadas pela falta de recursos, e pelo lançamento de candidatas fictícias. Em março deste ano, a Corte Eleitoral comprovou que partidos de 14 municípios de seis Estados brasileiros cometeram fraude à cota de gênero nas eleições de 2020 ao lançar candidaturas "laranjas".

A partir de agora, o reconhecimento do crime implicará nas seguintes sanções:

- Cassação dos registros e diplomas de toda a chapa do partido infrator - mesmo que os outros candidatos e eventuais eleitos não tenham conhecimento ou participação na fraude;

- Inelegibilidade dos infratores ou omissos em relação à prática;

- Nulidade dos votos recebidos pelo partido no pleito e consequente recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.

Com a aprovação da medida, a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que a consolidação das decisões da Corte "facilitará muito a vida de juízes, de tribunais e, principalmente, da sociedade, das candidatas e dos candidatos, para que a gente tenha clareza no que se vai decidir".

Ainda elogiando a criação da súmula, que vale para a disputa a cargos na Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa do Distrito Federal, assembleias legislativas e câmaras de vereadores, a magistrada ainda afirmou que a norma representa a luta pela igualdade a qual ela se dedica.

A Advocacia-Geral da União (AGU) cobra da ex-presidente Dilma Rousseff uma dívida de R$ 10 mil referente a uma multa por propaganda eleitoral irregular na campanha eleitoral pela reeleição ao Palácio do Planalto em 2014. Ela, o vice de sua chapa, Michel Temer (MDB), e o então ministro da Saúde, Arthur Chioro, foram condenados, em agosto de 2020, por uso de bens da União em benefício da candidata depois de levarem ao ar uma peça de campanha gravada dentro de uma unidade básica de saúde (UBS).

Relator do caso à época no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso estipulou multa de R$ 5,3 mil para cada um, mas somente Temer quitou o valor. Como a dívida dos outros dois réus se arrasta há quase quatro anos, a AGU agora quer o pagamento da quantia com as devidas correções, que chega a R$ 10 mil. No último dia 6, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, intimou Dilma e Chioro a efetuarem o pagamento no prazo de 15 dias.

Procurada, a ex-presidente informou que irá providenciar o pagamento da multa. Já Chioro afirmou, por meio de sua assessoria, que "não foi intimado sobre o referido ato processual. Se for, prestará os esclarecimentos devidos no âmbito do processo judicial".

Em caso de descumprimento, os petistas podem ter seus nomes incluídos no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), ter o valor da multa aumentado e até ser alvo de execução de bens.

Dilma hoje é presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, e recebe US$ 500 mil por ano, o equivalente a mais de R$ 2,5 milhões, somados salário e benefícios. Morando na China, ela mantém ainda regalias concedidas a ex-presidentes, como custeio de passagens aéreas, auxílio moradia, diárias no exterior, auxílio-combustível, manutenção de veículos e serviços de telecomunicações.

Conforme mostrou o Estadão, a ex-presidente usou R$1.728.620 do Tesouro em 2023. Ela tem direito a oito servidores, dos quais seis de apoio pessoal e dois motoristas junto a veículos pertencentes à União.