Irlanda: Simon Harris é eleito premiê aos 37 anos, o mais jovem a ocupar cargo

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O legislador centrista Simon Harris foi eleito primeiro-ministro pelo Parlamento irlandês nesta terça-feira, 9, tornando-se, aos 37 anos, o líder mais jovem a ocupar o cargo. Harris assume para substituir Leo Varadkar, que anunciou a renúncia ao cargo no mês passado.

 

Os legisladores do Dáil, a câmara baixa do parlamento irlandês, confirmaram Harris como primeiro-ministro, por 88 votos a 69 contra. "Quero trazer novas ideias, nova energia e nova empatia à vida pública", disse após sua eleição o novo primeiro-ministro, do partido de centro Fine Gael, ao qual Varadkar também pertence.

 

Harris sucede Varadkar, que renunciou devido a razões "pessoais e políticas", no governo de coalizão centrista. A renúncia foi anunciada depois da derrota no referendo proposto pelo governo para modificar as referências à mulher e à família na Constituição.

 

O jovem líder do Fine Gael chega ao posto do chefe de governo a menos de um ano das eleições legislativas irlandesas, que devem acontecer antes de 22 de março de 2025. Harris, neste ano que resta antes das eleições, tentará ganhar votos para seu partido, que se encontra em terceiro lugar nas pesquisas.

 

"Agora é um bom momento para construir um novo contrato social, criando igualdade de oportunidades, apoiando que mais precisa do Estado, protegendo nosso sucesso econômico e utilizando seus lucros para oferecer resultados tangíveis à sociedade", disse Harris em seu discurso após ser eleito.

 

Eleito aos 24 anos

 

Simon Harris, que era ministro do Ensino Superior no antigo gabinete, se torna o mais jovem "taoiseach" (palavra no idioma gaélico para denominar um chefe ou líder) da história da Irlanda. Harris foi eleito pela primeira vez para o parlamento aos 24 anos e foi apelidado de "TikTok taoiseach" por causa de seu gosto por se comunicar nas redes sociais.

 

Seu sucessor Varadkar também foi o primeiro-ministro mais jovem de todos os tempos quando eleito pela primeira vez, aos 38 anos, bem como o primeiro primeiro-ministro abertamente gay da Irlanda. Varadkar, cuja mãe é irlandesa e o pai indiano, também foi o primeiro taoiseach birracial da Irlanda.

 

Como líder da Irlanda, Harris enfrenta desafios que incluem um serviço de saúde sobrecarregado, custos crescentes de habitação e um êxodo de legisladores do Fine Gael, mais de 10 dos quais afirmaram que não concorrerão à reeleição.

 

O novo primeiro-ministro alertou que a unificação da Irlanda, tema recorrente após a vitória do Sinn Fein na Irlanda do Norte, não será sua "prioridade", embora, segundo suas palavras, seja uma "aspiração política legítima". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em outra categoria

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), defendeu em entrevista à Rádio Eldorado nesta sexta-feira, 2, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indique ainda neste ano quem deverá disputar a eleição presidencial de 2026 pelo seu grupo político. O ex-chefe do Executivo federal está inelegível até 2030.

Ciro Nogueira afirmou que a definição ajudaria nos preparativos para a campanha se o escolhido for alguém que esteja exercendo algum mandato agora, como o de governador.

Na avaliação de Ciro, a definição só ficaria para o ano que vem em caso de escolha de alguém da família do ex-presidente para a disputa.

À Rádio Eldorado, Ciro Nogueira também negou o envolvimento de Bolsonaro com a tentativa de golpe de Estado após a eleição de Lula, alegando ter recebido ordens do ex-presidente, como seu ministro da Casa Civil, para conduzir a transição para o novo governo.

Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023 quando o Tribunal Superior Eleitoral condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, pela reunião com embaixadores em que atacou o sistema eleitoral do País, sem apresentar nenhuma prova. Em outubro do mesmo ano, ele foi condenado mais uma vez, por abuso de poder político durante o feriado de 7 de Setembro em 2022, por usar a data para fazer campanha eleitoral, segundo o entendimento dos magistrados.

Fraude no INSS e União Progressista

O presidente do PP também anunciou que deve ser apresentado no Senado, na próxima semana, um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar fraudes no INSS. Já há um requerimento nesse sentido na Câmara, mas Ciro argumenta que, no caso de uma comissão mista, a instalação é obrigatória e mais rápida.

Questionado se a apuração também envolveria o governo de Jair Bolsonaro, já que as investigações da Polícia Federal apontam que já existia um esquema de descontos de aposentadorias e pensões naquele período, o senador disse que a CPMI deveria investigar "o tempo que for necessário".

Ciro afirmou, ainda, ser favorável à saída do governo Lula dos quatro ministros que são do União Brasil e do PP. Os dois partidos anunciaram nesta semana a formação de uma nova federação, chamada União Progressista, que terá a maior bancada na Câmara e no Senado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir na tarde desta sexta-feira, 2, com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, diz o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG). O governo passa por desgaste diante da investigação sobre a fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reunião, segundo o PDT, está marcada para às 16h.

A permanência do ministro no cargo está entre os pontos da reunião. A possível saída de Lupi do governo desagrada ao PDT, que pode deixar a base do governo.

Ao Estadão, nesta quinta-feira, 1º, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), fez críticas ao tratamento dado pelo governo ao ministro pedetista.

"Eu defendo essa posição (a saída do PDT da base). Minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro que não depende só exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei", afirmou.

Na avaliação dele, o governo vem adotando posição duvidosa na condução da crise. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado. Poucas horas após essa entrevista, Lula nomeou o procurador federal Gilberto Waller Junior como novo presidente do INSS, sem consultar Lupi.

Como mostrou o Estadão nesta quarta-feira, 30, Lula determinou uma intervenção no INSS. O presidente não só escolheu o procurador federal Gilberto Waller Júnior para o cargo de presidente do órgão, em substituição a Alessandro Stefanutto - demitido após a revelação do esquema -, como solicitou o aprofundamento das investigações sobre o desvio de recursos.

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagaram a Operação Sem Desconto, que identificou um esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

O valor em deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF. Mas, se retroagir a data até 2016, esse valor sobe para quase R$ 8 bilhões referentes a descontos sem autorização.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, embarcou rumo a Moscou, na Rússia, nesta sexta-feira, 2, partindo com seis dias de antecedência em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva oficial.

A aeronave, um Airbus C-30 (A330-243) da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da base aérea de Brasília às 10h13 (horário de Brasília), com estimativa de pouso na capital russa depois das 5h (horário de Moscou) de sábado, 3, segundo o aplicativo Flightradar24.

O presidente Lula tem chegada prevista à capital da Rússia em 8 de maio, onde participará, ao lado de Vladimir Putin, das celebrações do Dia da Vitória, comemorado em 9 de maio. A data marca os 80 anos do triunfo sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A comitiva oficial fica no país até 10 de maio.

Depois da Rússia, Lula deve ir à China para participar do IV Fórum China-CELAC.

Questionada pela reportagem sobre o motivo da viagem antecipada, a assessoria de Janja não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.