EUA devem apresentar projeto de cessar-fogo em Israel à ONU para pressionar Jerusalém

Internacional
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Os EUA devem levar um projeto de cessar-fogo em Gaza para votação no Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo um cessar-fogo imediato e sustentado na guerra de Israel, disse uma autoridade americana, aumentando a pressão sobre Jerusalém para interromper sua guerra de cinco meses contra o Hamas.

 

O projeto de resolução está sendo apresentado enquanto o secretário de Estado, Antony Blinken, está na região pressionando por um acordo de cessar-fogo, na esperança de que isso resulte em um aumento na ajuda humanitária a Gaza e na libertação de reféns mantidos pelo Hamas.

 

O debate no Conselho de Segurança será provavelmente em grande parte simbólico, mas representa a divergência pública mais significativa entre Washington e Israel desde o início da guerra. Mas a redação do rascunho que menciona o reinício das operações em Gaza após uma pausa - o que Israel disse que pretende fazer - poderia levar a um veto da Rússia ou de outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, disseram diplomatas. O projeto também repete a exigência anterior dos EUA de que qualquer cessar-fogo esteja vinculado à libertação de reféns do Hamas, como Israel exigiu.

 

É raro que os EUA apoiem - e muito menos apresentem - uma resolução à qual Israel se opusesse na ONU, um fórum onde Washington tem tradicionalmente usado o seu veto no Conselho de Segurança para proteger Israel de propostas a que se opõe.

 

Os EUA bloquearam resoluções anteriores apelando por um cessar-fogo humanitário em Gaza às quais Israel se opôs, incluindo uma de fevereiro, porque não apelava à libertação de reféns. Um projeto alternativo circulado pelos EUA na época pedia um cessar-fogo temporário.

 

Nas últimas semanas, porém, o número de mortos aumentou e o sofrimento em Gaza escalou, e Israel ameaçou invadir Rafah, a cidade do sul de Gaza onde mais de um milhão de pessoas estão abrigadas. Autoridades dos EUA dizem que passaram a ver a ONU como um meio de pressionar Israel a interromper os combates por motivos humanitários.

 

O governo de Israel, determinado a eliminar o Hamas de Gaza, diz que erradicar os militantes de Rafah, o seu último reduto, é fundamental para os seus objetivos de guerra. "Se você deixar quatro batalhões em Rafah, você perderá a guerra, e Israel não vai perder a guerra", disse o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, na quinta-feira, 21.

 

"Com ou sem os Estados Unidos, não vamos fazer isso. Não temos escolha", disse ele, falando no podcast "Call Me Back" de Dan Senor. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), defendeu em entrevista à Rádio Eldorado nesta sexta-feira, 2, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indique ainda neste ano quem deverá disputar a eleição presidencial de 2026 pelo seu grupo político. O ex-chefe do Executivo federal está inelegível até 2030.

Ciro Nogueira afirmou que a definição ajudaria nos preparativos para a campanha se o escolhido for alguém que esteja exercendo algum mandato agora, como o de governador.

Na avaliação de Ciro, a definição só ficaria para o ano que vem em caso de escolha de alguém da família do ex-presidente para a disputa.

À Rádio Eldorado, Ciro Nogueira também negou o envolvimento de Bolsonaro com a tentativa de golpe de Estado após a eleição de Lula, alegando ter recebido ordens do ex-presidente, como seu ministro da Casa Civil, para conduzir a transição para o novo governo.

Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023 quando o Tribunal Superior Eleitoral condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, pela reunião com embaixadores em que atacou o sistema eleitoral do País, sem apresentar nenhuma prova. Em outubro do mesmo ano, ele foi condenado mais uma vez, por abuso de poder político durante o feriado de 7 de Setembro em 2022, por usar a data para fazer campanha eleitoral, segundo o entendimento dos magistrados.

Fraude no INSS e União Progressista

O presidente do PP também anunciou que deve ser apresentado no Senado, na próxima semana, um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar fraudes no INSS. Já há um requerimento nesse sentido na Câmara, mas Ciro argumenta que, no caso de uma comissão mista, a instalação é obrigatória e mais rápida.

Questionado se a apuração também envolveria o governo de Jair Bolsonaro, já que as investigações da Polícia Federal apontam que já existia um esquema de descontos de aposentadorias e pensões naquele período, o senador disse que a CPMI deveria investigar "o tempo que for necessário".

Ciro afirmou, ainda, ser favorável à saída do governo Lula dos quatro ministros que são do União Brasil e do PP. Os dois partidos anunciaram nesta semana a formação de uma nova federação, chamada União Progressista, que terá a maior bancada na Câmara e no Senado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se reunir na tarde desta sexta-feira, 2, com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, diz o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG). O governo passa por desgaste diante da investigação sobre a fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reunião, segundo o PDT, está marcada para às 16h.

A permanência do ministro no cargo está entre os pontos da reunião. A possível saída de Lupi do governo desagrada ao PDT, que pode deixar a base do governo.

Ao Estadão, nesta quinta-feira, 1º, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), fez críticas ao tratamento dado pelo governo ao ministro pedetista.

"Eu defendo essa posição (a saída do PDT da base). Minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro que não depende só exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei", afirmou.

Na avaliação dele, o governo vem adotando posição duvidosa na condução da crise. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado. Poucas horas após essa entrevista, Lula nomeou o procurador federal Gilberto Waller Junior como novo presidente do INSS, sem consultar Lupi.

Como mostrou o Estadão nesta quarta-feira, 30, Lula determinou uma intervenção no INSS. O presidente não só escolheu o procurador federal Gilberto Waller Júnior para o cargo de presidente do órgão, em substituição a Alessandro Stefanutto - demitido após a revelação do esquema -, como solicitou o aprofundamento das investigações sobre o desvio de recursos.

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagaram a Operação Sem Desconto, que identificou um esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

O valor em deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF. Mas, se retroagir a data até 2016, esse valor sobe para quase R$ 8 bilhões referentes a descontos sem autorização.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, embarcou rumo a Moscou, na Rússia, nesta sexta-feira, 2, partindo com seis dias de antecedência em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva oficial.

A aeronave, um Airbus C-30 (A330-243) da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da base aérea de Brasília às 10h13 (horário de Brasília), com estimativa de pouso na capital russa depois das 5h (horário de Moscou) de sábado, 3, segundo o aplicativo Flightradar24.

O presidente Lula tem chegada prevista à capital da Rússia em 8 de maio, onde participará, ao lado de Vladimir Putin, das celebrações do Dia da Vitória, comemorado em 9 de maio. A data marca os 80 anos do triunfo sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A comitiva oficial fica no país até 10 de maio.

Depois da Rússia, Lula deve ir à China para participar do IV Fórum China-CELAC.

Questionada pela reportagem sobre o motivo da viagem antecipada, a assessoria de Janja não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.