Israel pede desculpas após ataque a igreja católica que matou 3 pessoas em Gaza

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Uma ataque de Israel atingiu o complexo da única igreja católica na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, matando três pessoas e ferindo outras 10, incluindo o padre da paróquia, de acordo com autoridades da igreja. O local abrigava centenas de pessoas.

Em um movimento raro, o Ministério das Relações Exteriores de Israel publicou um pedido de desculpas nas redes sociais. "Israel expressa profundo pesar pelos danos à Igreja da Sagrada Família em Gaza e por qualquer vítima civil", afirmou.

O exército israelense também disse que estava investigando a ofensiva e que "faz todo esforço viável para mitigar danos a civis e estruturas civis, incluindo locais religiosos, e lamenta qualquer dano causado a eles."

A secretária de Comunicação e porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou, em telefonema, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O premiê disse que o ataque à igreja ocorreu por engano. Segundo Leavitt, o mandatário questionou a ofensiva.

A violência israelense acontece em meio às discussões para um cessar-fogo na região.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter relação com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 50% sobre todos os produtos brasileiros e disse não ter o que fazer em relação à medida anunciada há duas semanas.

"Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira", disse. "Eu não tenho contato com autoridades americanas."

Em entrevista à jornalista Andréia Sadi, do G1, nesta segunda-feira, 21, o ex-presidente negou ainda que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), possa negociar com autoridades americanas sobre a taxação.

"Ele não pode falar em nome do governo do Brasil. O Eduardo não pode falar em nome do governo brasileiro", disse o ex-presidente.

As declarações desta segunda contradizem a posição que a família Bolsonaro vinha mantendo desde o anúncio das tarifas, no último dia 9. Na ocasião, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual informou que todos os produtos importados do Brasil para os EUA serão taxados em 50%.

Entre as justificativas, estão o tratamento dado pelo País ao ex-presidente e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas de tecnologia. Dois dias antes, Trump havia publicado nota afirmando que Bolsonaro sofria perseguição e "caça às bruxas".

Eduardo, que declaradamente se mudou para os Estados Unidos em busca de sanções contra autoridades brasileiras, se colocou, inclusive, à disposição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para levar as propostas do governador aos negociadores americanos.

Bolsonaro chegou a dizer na última quinta-feira, 17, em visita ao Senado, que Eduardo é "mais útil" nos EUA, e se colocou à disposição para conversar com o presidente sobre tarifaço.

Na convicção do ex-presidente, ele teria condições de barrar a investigação comercial aberta contra o Brasil e a guerra tarifária. "Acho que teria sucesso uma audiência com presidente Trump. Estou à disposição", disse. "Se me der um passaporte, negocio."

Na última sexta-feira, 18, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e foi submetido a outras medidas cautelares por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

Em plenário virtual, a Primeira Turma formou maioria para referendar as medidas impostas pelo ministro, em votos destacando a soberania nacional e o risco de fuga.

Durante viagem à Europa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a se manifestar contra a operação da Polícia Federal (PF) que impôs medidas cautelares a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na noite de domingo, 20, o senador disse que "a propagação de mentiras se alastra rápido quando é contra Bolsonaro".

No X (antigo Twitter), Flávio afirmou que está em contato com o pai e com lideranças aliadas todos os dias. O senador está viajando desde a última quinta-feira, 17, um dia antes do seu pai ser submetido a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de conversar com outros investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na publicação, Flávio afirmou que a viagem já estava programada para o recesso parlamentar - que começou no dia 18 -, e férias escolares das filhas, desde o ano passado. A assessoria de imprensa do senador informou que o senador viajou logo após a ida de Jair Bolsonaro ao Senado e que ele deve retornar no dia 1º de agosto.

"Estarei de volta a Brasília, esperando que Lula já tenha resolvido a taxa de 50% sobre o Brasil, que foi parar na mesma prateleira da Venezuela quando o assunto é falta de democracia", disse Flávio no X.

O senador também repercutiu as manifestações dos bolsonaristas contra a operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A viagem de Flávio ao exterior um dia antes da operação da PF levantou especulações dos opositores sobre uma possível fuga do senador. Em seu perfil no X, o deputado federal André Janones (Avante-MG), com mandato suspenso pelo Conselho de Ética, acusou o senador de ter saído do País para escapar de eventual prisão. "Mais um covarde foge como um rato para não ser preso!", publicou.

O vereador de Belo Horizonte (MG) Pedro Rousseff (PT) também comentou sobre a viagem de Flávio. "O golpista foi pra EUROPA onde deve ficar FORAGIDO", disse o sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff no X.

O jornal The Washington Post, um dos mais relevantes da imprensa dos Estados Unidos, afirmou neste domingo, 20, que o "bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra". Segundo o artigo, o anúncio de tarifas de 50% a produtos brasileiros acabou favorecendo a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ter agravado a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perante a Justiça, em efeitos contrários aos pretendidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a imposição das taxas às exportações do País.

Desde o início de julho, Trump manifesta desaprovação ao processo em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. A reportagem do The Washington Post afirmou que, além de não ter desestimulado os atos da Justiça brasileira contra Bolsonaro, a investida de Trump agravou a situação de seu aliado na Justiça. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliou que a imposição de entraves econômicos entre Brasil e Estados Unidos pretendeu obstruir o julgamento da ação penal contra o ex-presidente. Por essa razão, o Ministério Público pediu a imposição de medidas cautelares contra Bolsonaro. A Justiça autorizou uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente nesta sexta-feira, 18. Bolsonaro passou a ser monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica, além de estar proibido de se comunicar com diplomatas ou embaixadores e ter que cumprir um recolhimento domiciliar.

O artigo descreve o anúncio de Trump como uma "sorte inesperada" do governo Lula, destacando que, até então, o petista enfrentava um "cenário difícil" para tentar a reeleição 2026. "As pesquisas mostram um renascimento do apoio ao seu governo diante da intimidação americana provocada por Bolsonaro. As tarifas também prejudicaram os interesses das elites empresariais, que costumam ser os maiores defensores da oposição conservadora a Lula", disse o jornal.

O jornal americano também afirmou que o anúncio de tarifas foi precedido por uma "campanha de lobby" do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em março, o filho "03" de Bolsonaro afirmou que buscaria de autoridades americanas sanções contra ministros do STF.

Para o The Washington Post, Trump não considerou que a economia brasileira é mais diversificada que a de outras nações do hemisfério Sul, o que confere ao País uma capacidade de responder às sanções buscando novos parceiros comerciais - o que acaba por prejudicar os próprios americanos.

"As ameaças tarifárias de Trump obrigaram outros países da região a se curvarem a Washington. Mas a economia do Brasil é maior e mais diversificada do que a de seus vizinhos, e seu líder (Lula) percebeu uma oportunidade na crise", afirmou o artigo.