'Bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra', diz The Washington Post

Política
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O jornal The Washington Post, um dos mais relevantes da imprensa dos Estados Unidos, afirmou neste domingo, 20, que o "bullying de Trump contra o Brasil está saindo pela culatra". Segundo o artigo, o anúncio de tarifas de 50% a produtos brasileiros acabou favorecendo a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ter agravado a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perante a Justiça, em efeitos contrários aos pretendidos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a imposição das taxas às exportações do País.

Desde o início de julho, Trump manifesta desaprovação ao processo em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. A reportagem do The Washington Post afirmou que, além de não ter desestimulado os atos da Justiça brasileira contra Bolsonaro, a investida de Trump agravou a situação de seu aliado na Justiça. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliou que a imposição de entraves econômicos entre Brasil e Estados Unidos pretendeu obstruir o julgamento da ação penal contra o ex-presidente. Por essa razão, o Ministério Público pediu a imposição de medidas cautelares contra Bolsonaro. A Justiça autorizou uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente nesta sexta-feira, 18. Bolsonaro passou a ser monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica, além de estar proibido de se comunicar com diplomatas ou embaixadores e ter que cumprir um recolhimento domiciliar.

O artigo descreve o anúncio de Trump como uma "sorte inesperada" do governo Lula, destacando que, até então, o petista enfrentava um "cenário difícil" para tentar a reeleição 2026. "As pesquisas mostram um renascimento do apoio ao seu governo diante da intimidação americana provocada por Bolsonaro. As tarifas também prejudicaram os interesses das elites empresariais, que costumam ser os maiores defensores da oposição conservadora a Lula", disse o jornal.

O jornal americano também afirmou que o anúncio de tarifas foi precedido por uma "campanha de lobby" do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em março, o filho "03" de Bolsonaro afirmou que buscaria de autoridades americanas sanções contra ministros do STF.

Para o The Washington Post, Trump não considerou que a economia brasileira é mais diversificada que a de outras nações do hemisfério Sul, o que confere ao País uma capacidade de responder às sanções buscando novos parceiros comerciais - o que acaba por prejudicar os próprios americanos.

"As ameaças tarifárias de Trump obrigaram outros países da região a se curvarem a Washington. Mas a economia do Brasil é maior e mais diversificada do que a de seus vizinhos, e seu líder (Lula) percebeu uma oportunidade na crise", afirmou o artigo.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou o Hamas, dizendo que se o grupo continuar a matar pessoas em Gaza, "não teremos escolha a não ser entrar e matá-los". A declaração do líder americano foi feita em uma publicação na Truth Social. De acordo com o republicano, as ações do Hamas não são as acordadas no cessar-fogo com Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira, 16, que concluiu sua conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, e a definiu como "muito produtiva", afirmando que "grandes progressos foram feitos".

Pode meio do Truth Social, Trump afirmou que ele e Putin se encontrarão em Budapeste, na Hungria, "para ver se podemos trazer um fim a esta guerra 'inglória'", numa referência ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Ambos também concordam que haverá uma reunião de conselheiros de alto nível na próxima semana, que serão lideradas, na parte americana, pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

"Também passamos muito tempo falando sobre o comércio entre a Rússia e os EUA quando a guerra com a Ucrânia terminar", acrescentou o republicano.

Segundo Trump, Putin o parabenizou durante a ligação pela paz no Oriente Médio. "Eu realmente acredito que o sucesso no Oriente Médio ajudará em nossa negociação para alcançar o fim da guerra com a Rússia/Ucrânia", pontuou a postagem.

O presidente americano se encontrara com seu homólogo da Ucrânia, Volodimir Zelenski nesta sexta-feira, 17, na Casa Branca.

O Uruguai aprovou nesta quarta-feira, 15, uma lei que legaliza a eutanásia, se tornando um dos poucos países a permitir o procedimento, que continua restrito a algumas regiões ao redor do mundo.

Este é um procedimento no qual um médico administra uma substância letal ao paciente para causar sua morte de forma deliberada e indolor.

A legislação uruguaia não estabelece limites de tempo para a realização. Também permite que qualquer pessoa que sofra de uma doença incurável que cause "sofrimento insuportável" busque o procedimento, mesmo que seu diagnóstico não seja terminal.

As regras relacionadas à eutanásia seguem determinações distintas em cada um dos países onde é autorizada.

O procedimento é permitido em países europeus como Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Portugal. A prática também é autorizada no Canadá.

Segundo as leis de alguns Estados dos EUA, Austrália e Nova Zelândia, a eutanásia é restrita àqueles com expectativa de vida de no máximo seis meses ou um ano.

Na América do Sul, Colômbia, Equador e Peru já haviam descriminalizado a eutanásia por meio de decisões judiciais, mas esta é a primeira vez na região que ela é aprovada por meio de legislação.

No Chile, o presidente Gabriel Boric reacendeu recentemente a pressão pela aprovação de um projeto de lei sobre eutanásia há muito tempo parado no Senado. Debates acirrados e ativismo em torno da prática têm tomado conta da região nos últimos anos.

No Brasil, a prática ainda é considerada ilegal.

Embora relacionados ao fim da vida e frequentemente mencionados como "sinônimos", a eutanásia difere do suicídio assistido. Tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia são formas de antecipar a morte e abreviar o sofrimento, porém, a abordagem é distinta.

Enquanto no caso da eutanásia, o médico injeta uma substância letal, no suicídio assistido o medicamento é administrado pelo próprio paciente. A legislação aprovada no Uruguai permite apenas a prática da eutanásia. (Com agências internacionais)