Brics Brasil: divergências sobre Conselho de Segurança da ONU impediram comunicado conjunto

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."

Em outra categoria

A Procuradoria-Geral da República afirma que a desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa - cunhada do ex-presidente José Sarney -, do Tribunal de Justiça do Maranhão, combinava textos de despachos e de sentenças inteiras com seu genro, o advogado e ex-deputado federal Edilázio Gomes da Silva Júnior (PSD-MA).

Em conversas interceptadas pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos, o genro não apenas passava suas teses sobre casos judicializados, como chegava a escrever trechos completos de sentenças no interesse de uma organização criminosa que, segundo os investigadores, se instalou na Corte estadual durante dez anos.

O Estadão pediu manifestação do Tribunal do Maranhão e de Nelma. O espaço está aberto.

Quando a Operação foi desencadeada, em agosto do ano passado, agentes federais encontraram com Edilázio quase R$ 1 milhão em dinheiro, cuja origem ele não soube explicar. Na ocasião, o genro de Nelma afirmou que a investigação 'é baseada em ilações que buscam atingir sua imagem'. Ele se disse inocente.

Segundo a Procuradoria, além de Nelma Sarney, outros três desembargadores - um deles aposentado -, dois juízes de primeiro grau e mais 23 investigados atuavam em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa 'nas estruturas' do TJ maranhense.

Os detalhes do esquema constam de denúncia de 313 páginas da PGR, subscrita pela subprocuradora Luiza Cristina Frischeisen. Ela pede ao Superior Tribunal de Justiça a decretação da perda de cargos dos magistrados e a condenação de todos à devolução de R$ 54,3 milhões, valor supostamente amealhado em propinas pela organização.

Também são acusados os desembargadores Luiz Gonzaga Almeida Filho, Antônio Pacheco Guerreiro Júnior e Marcelino Everton Chaves (aposentado) e os juízes de primeiro grau Alice de Souza Rocha e Cristiano Simas de Souza. O Estadão pediu manifestação dos magistrados, via assessoria do Tribunal. O espaço está aberto.

Segundo a acusação, Nelma, Luiz Gonzaga, Marcelino Chaves e Guerreiro Júnior 'exerceram a liderança coletiva da organização criminosa'.

"O êxito das empreitadas criminosas dependia, ao fim e ao cabo, dos atos de ofício praticados com infração de dever funcional pelas autoridades com foro por prerrogativa no Superior Tribunal de Justiça, que controlaram e delinearam a atuação dos demais membros da organização criminosa", sustenta a Procuradoria.

A investigação da Polícia Federal na Operação 18 Minutos - tempo entre a emissão de alvarás e saques milionários - indica que, após receber manifestação produzida pelo genro no âmbito de uma ação contra o Banco do Nordeste, Nelma encaminhou o mesmo texto para sua assessora, Carolina Arósio Jorge, incluindo-o na minuta da decisão.

"Ao final, a decisão foi expedida da forma como sugerida por Edilázio Júnior", afirma a Procuradoria.

Nelma já está afastada das funções por ordem do Conselho Nacional de Justiça. A Procuradoria sustenta que a chefe de gabinete da desembargadora, Zely Brown, reconheceu a influência de Edilázio Júnior nas decisões.

A PF resgatou mensagem de Edilázio. "Conceder o efeito suspensivo em parte, tão somente para impedir qualquer levantamento até o julgamento do presente agravo de instrumento", orientou o genro.

Nelma encaminhou o texto de Edilázio para a sua chefe de gabinete. Posteriormente, a manifestação do ex-deputado foi publicada como decisão judicial. "Ante o exposto, defiro o pedido liminar para conceder o efeito suspensivo requerido, ressaltando que todos os valores depositados somente poderão ser levantados por quaisquer das partes após o julgamento do mérito deste agravo de instrumento."

Segundo a Operação 18 Minutos, entre setembro de 2015 e dezembro de 2016, enquanto exercia o cargo de corregedora-geral de Justiça do Maranhão, Nelma alterou o rumo de uma execução extrajudicial para que o caso fosse, deliberadamente, analisado pela juíza Alice Rocha, da 5.ª Vara Cível de São Luís.

A denúncia pontua que a ação 'foi realizada em razão de ajuste ilícito (solicitação/oferecimento de vantagem indevida) com os membros da organização criminosa'.

O caso teve início em 1983. Em 1997, o advogado Francisco Xavier - que havia trabalhado no Banco do Nordeste - ajuizou uma ação contra a instituição. Ele requereu o pagamento de valores referentes a uma suposta atuação sua em uma ação em nome da instituição. Em 2014, a título de acordo extrajudicial, Xavier e seus representantes do escritório Maranhão Advogados alegaram que ele tinha um saldo a receber do banco de R$ 12 milhões.

Em 2015, a 7ª Vara Cível do Termo Judiciário da capital maranhense identificou que o pedido do advogado induzia a erro, ao fazer uma atualização incorreta dos valores de cruzeiros para reais. Segundo o setor de contadoria, o saldo remanescente seria de R$ 51,9 mil.

Para tentar reverter a decisão, diz a Procuradoria, o grupo teria atuado com Nelma Sarney para afastar o juiz natural da causa, indicando a juíza Alice Rocha, que possibilitou a execução de valores inflados no processo.

Segundo a denúncia, Edilázio Júnior era sócio do escritório Maranhão Advogados e atuou com os advogados Felipe Ramos, filho de Francisco Xavier, e Carlos Luna para "negociar" com Nelma.

Ajuste de decisões

A Operação 18 Minutos identificou mensagens no celular de Zely Brown, assessora e chefe de gabinete de Nelma Sarney, "Fica evidente o recorrente ajuste de decisões entre a desembargadora e Edilázio Júnior."

Em uma ocasião, Zely 'mencionou expressamente' que recebeu um pedido de Edilázio para que Nelma concedesse efeito suspensivo em um recurso de apelação.

No dia 8 de junho de 2022, Zely escreveu. 'Segue decisão de reconsideração para a senhora analisar e autorizar a inserção no pje'

Nelma pergunta. 'de que?'

Zely. 'Empresa são benedito - pedido de edílázio para reconsiderar a concessão do efeito suspensivo antecipatório da apelação'.

Nelma. 'Ok'

A Procuradoria diz que a organização era formada por três núcleos - judicial, causídico e operacional. A função de Edilázio no esquema, descreve a acusação, foi a de representar os interesses dos magistrados supostamente corrompidos, fazendo a 'ponte' entre os núcleos judicial e causídico da organização criminosa.

"O denunciado, além de colaborar com os magistrados no recebimento das vantagens indevidas, agiu para ocultar e dissimular a origem criminosa dos valores, tendo se beneficiado do dinheiro."

Ainda segundo o Ministério Público Federal, para garantir o pagamento aos magistrados, foi orquestrado um esquema de lavagem de dinheiro, a partir do fracionamento de saques e transferências bancárias para contas de terceiros.

A Operação 18 Minutos foi desencadeada no dia 14 de agosto de 2024, por ordem do ministro João Otávio de Noronha, do STJ. A investigação recebeu esse nome porque 18 minutos foi o tempo entre a decisão judicial e um saque de R$ 14,1 milhões contra o Banco do Nordeste. Um outro saque foi de R$ 3,4 milhões.

'Líder'

A Procuradoria pede a condenação da desembargadora Nelma Sarney pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com a qualificação de 'líder do grupo'.

A Edilázio, foram imputados os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço à investigação.

"As provas demonstram que os desembargadores e os advogados não negociaram somente as decisões narradas nos eventos 1 e 2 (alvarás contra o Banco do Nordeste), mas mantiveram um vínculo estável e permanente durante anos, inclusive com pagamentos de vantagens indevidas às autoridades para estabelecimento de uma relação de favorecimento recíproco e troca de vantagens indevidas, com vistas à perpetuação do esquema", afirma a subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen, que subscreve as 313 páginas da denúncia.

Estável e duradoura

A Operação 18 Minutos destaca que Nelma e Edilázio 'recorrentemente, negociaram juntos o recebimento de vantagens indevidas em troca de atos de ofício da desembargadora'.

A denúncia aponta que uma 'relação estável e duradoura para o recebimento de vantagens indevidas restou evidente pela ocorrência de reuniões presenciais' entre Nelma e advogados na casa de Edilázio. "Nos dias dos encontros ou nos dias anteriores, os advogados sacaram milhares de reais em operações fracionadas."

A PF reconstituiu datas de 'encontros presenciais' do grupo para pagamento de propinas por meio de dinheiro em espécie.

1) 6 de novembro de 2021, reunião entre o advogado Carlos Luna e Edilázio, na residência do genro de Nelma; nos dias 3 e 4, Luna e um outro advogado, José Helias Sekeff teriam feito 'saques fracionados'; 2) 5 de maio de 2022: jantar entre Nelma, José Helias Sekeff, Carlos Luna e Edilázio, na casa do genro. No mesmo dia e no dia anterior os advogados realizaram 'saques fracionados'.

Entre 2015 e 2023, crava a denúncia, Nelma Sarney 'recebeu centenas de depósitos de dinheiro em espécie, operações que foram fracionadas em valores baixos a fim de evitar comunicações ao COAF (unidade de inteligência financeira que mapeia operações atípicas)'.

'Holding familiar'

A desembargadora alegou em seu depoimento realizar transações com dinheiro em espécie 'por não ter familiaridade com operações por meios eletrônicos'. Segundo os investigadores, no entanto, ela possui uma holding familiar, 'complexo instrumento de planejamento financeiro e blindagem patrimonial', a Tresa Empreendimentos e Participações Ltda.

A denúncia de 313 páginas ressalta que Nelma, além de receber propinas por meio de dinheiro em espécie, 'pessoalmente e por meio de Edilázio', também recebeu transferências e pagamentos em favor de seus familiares, realizados por advogados e laranjas.

O rastreamento identificou que entre 7 de novembro de 2022 e 12 de junho de 2023, Carlos Luna 'pagou por volta de R$ 100 mil em boletos bancários cadastrados em nome de Edilázio Júnior e Alina Sarney (mulher de Edilázio e filha de Nelma).

"Ademais, José Helias Sekeff e Carlos Luna transferiram milhares de reais para Paulo Martins, assessor de Nelma Sarney no Tribunal de Justiça do Maranhão e ex-assessor de Edilázio Júnior na Câmara dos Deputados", diz a acusação.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO E OS DESEMBARGADORES

O Estadão pediu manifestação do Tribunal de Justiça do Maranhão. O espaço está aberto também a todos os denunciados pela Procuradoria-Geral da República mas, até a publicação deste texto, sem sucesso. (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS

O Estadão busca contato com os advogados citados na denúncia do Ministério Público Federal como envolvidos no esquema instalado no Tribunal de Justiça do Maranhão mas, até a publicação deste texto, sem sucesso. O espaço está aberto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu a um evento de motociclistas em Brasília na tarde desta terça-feira, 29. De tornozeleira eletrônica, acenou a apoiadores e esteve no estande da marca de capacetes da família.

Bolsonaro deixou o local de carro, à frente dos motociclistas que saíram pelas ruas da capital federal. Na sequência, subiu em um trio elétrico, que segue junto com a motociata.

O ex-chefe do Executivo estava acompanhado do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Também estiveram presentes a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), os deputados Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, e Hélio Lopes (PL-RJ).

Bolsonaro já havia afirmado que não seguiria o trajeto pilotando uma moto. Ele disse que, por questões de saúde, está sob "medida restritiva da dona Michelle".

Pelo menos cinco representações contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram protocoladas na Câmara desde sua mudança para os Estados Unidos, em março deste ano. Os pedidos incluem a cassação e suspensão do mandato, além do bloqueio de bens. As ações são fundamentadas em acusações de atentado à soberania nacional, com base na atuação do parlamentar junto a autoridades norte-americanas.

Eduardo se diz ativo nas articulações com o governo norte-americano por sanções ao Brasil, como a imposição de tarifas de 50% aos produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump em 9 de julho, e a suspensão dos vistos dos EUA de ministros do STF, anunciada na sexta-feira, 18.

Segundo o deputado, as medidas teriam como objetivo pressionar o governo e o Judiciário brasileiros diante das ações penais contra seu pai, Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

PSOL pede que Câmara negue a licença de Eduardo

Antes da viagem, deputados do PSOL pediram no dia 19 de março à Mesa Diretora da Câmara que o pedido de licença de Eduardo Bolsonaro fosse negado e que a Casa declarasse abandono de mandato.

"O representado claramente abusa das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional, utilizando-se da licença parlamentar não para tratar de questões estritamente particulares, mas para fugir da jurisdição brasileira e desempenhar atividades políticas no exterior, configurando, portanto, abandono de mandato", afirmam os psolistas.

O pedido do PSOL no entanto, não foi atendido, e o afastamento de 122 dias foi concedido ao deputado, sendo dois dias por "questões de saúde" e 120 dias por "questões pessoais.

Cassação de mandato

No dia 27 de maio, o deputado Lindbergh Farias (RJ), líder doPT na Câmara, protocolou uma ação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato do deputado, que na época estava licenciado das atividades parlamentares.

O petista argumentou que o filho de Jair Bolsonaro estaria cometendo crimes de obstrução de Justiça e atentando contra a soberania nacional. Lindbergh sustenta que o deputado articula um movimento de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos.

"Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura", disse Lindbergh. O petista denunciou que o filho do ex-presidente "está claramente querendo coagir os ministros do STF".

Nova representação pela cassação de mandato

No dia 10 de julho, após o anúncio do tarifaço de Donald Trump, Eduardo Bolsonaro publicou uma nota em que cobra que o Congresso paute a anistia ao seu próprio pai. Diante disso, o PT protocolou uma nova representação na Câmara dos Deputados, pedindo a cassação do mandato do parlamentar.

O texto complementa o primeiro processo apresentado e diz que o envolvimento "direto" do parlamentar nas sanções econômicas unilaterais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "constitui ato de afronta explícita à soberania nacional, ao princípio da independência dos Poderes e às normas éticas que regem a função parlamentar".

PSOL também pede a cassação do mandato de Eduardo

Também no dia 10 de julho, o PSOL protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de cassação do mandato de Eduardo por quebra de decoro parlamentar após o seu apoio à taxação de 50% de Donald Trump.

"Eduardo Bolsonaro conspirou e conspira contra o Brasil. Chama a atenção que ele, advogado e deputado federal eleito, tenha desrespeitado o artigo 1º da nossa Constituição, sobre a soberania do país, e passado por cima do Regimento Interno da Câmara Federal, instituição a qual ele está vinculado", afirmou a líder da bancada do PSOL, Talíria Petrone, em nota.

Suspensão preliminar de mandato

No dia 15 de julho, Lindbergh anunciou que está coletando assinaturas para apresentar um requerimento à mesa diretora da Casa, comandada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo suspensão preliminar do seu mandato.

O petista pede que a mesa "reconheça a gravidade institucional das condutas praticadas por Eduardo Bolsonaro" e que o Conselho de Ética seja acionado para dar andamento a representações contra o deputado.

Bloqueio de salário

Além do pedido de suspensão do mandato, Lindbergh acionou Hugo Motta no dia 21 de julho pedindo o bloqueio imediato do salário de Eduardo, um dia após o término de sua licença de 122 dias.

Lindbergh Farias afirmou ser inadmissível que o filho "03" do ex-presidente continue se beneficiando de salário pago com recursos públicos "para atuar contra as instituições e os interesses do Brasil", já que Eduardo permanece nos Estados Unidos.

Na petição, Lindbergh Farias afirma que, após o término da licença e a ausência injustificada de retorno às atividades parlamentares, deve ser proibido o recebimento de salário e verbas indenizatórias, "em conformidade com o princípio da moralidade administrativa e os deveres éticos do parlamentar".

Boulos pede à PF que Eduardo Bolsonaro seja demitido

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta segunda-feira, 28, uma representação à Polícia Federal (PF), solicitando a instauração de um processo administrativo disciplinar contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), escrivão de polícia afastado para o exercício do mandato parlamentar.

O argumento de Boulos é que a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, para onde se mudou no início do ano em busca de sanções contra autoridades brasileiras para livrar o pai, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da prisão, caracterizam condutas passíveis de demissão do serviço público. Procurado pelo Estadão, o parlamentar do PL não respondeu.

Os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e crime contra a soberania nacional são considerados crimes contra a administração pública.

A atuação de Eduardo no país americano está sendo investigada pela PF, em inquérito autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).