Casa Branca diz que Trump acredita na retomada do domínio dos EUA em IA

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A secretária de imprensa dos Estados Unidos, Karoline Leavitt, disse que o presidente norte-americano, Donald Trump, acredita na retomada do domínio do país em inteligência artificial (IA) e que as implicações da DeepSeek para a segurança nacional estão sendo analisadas. Na primeira coletiva de imprensa do segundo mandato do republicano, a representante disse que a data de 1º de fevereiro para as tarifas contra o México e Canadá segue válida, mas não há previsão de quando as tarifas para o aço e cobre entrarão em vigor.

Karoline Leavitt afirmou que a suspensão de todos os subsídios e empréstimos federais, que foi anunciada mais cedo nesta terça-feira, 28, será temporária e não é uma "pausa geral na assistência federal".

Em relação aos imigrantes, Leavitt defendeu que as deportações tornam os Estados Unidos cada dia mais seguros e que imigrantes que quebraram as leis americanas são criminosos.

"Os Estados Unidos não vão mais tolerar a imigração ilegal", disse ela.

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) negou nesta quarta-feira, 30, um recurso de Jair Bolsonaro (PL) em uma ação movida contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) por falas associando o ex-presidente ao assassinato de Marielle Franco, em 2018. Bolsonaro pedia uma indenização de R$ 50 mil e retratação pública. No entanto, em fevereiro deste ano, a ação já havia sido julgada improcedente.

A ação de Bolsonaro questionava pronunciamentos feitos por Boulos em 2023. O ex-presidente apresentou à justiça publicações do X (antigo Twitter) e uma entrevista de Boulos à CNN, em que ele teria feito "ilações" e "acusações" sobre uma suposta participação do ex-presidente no assassinato da então vereadora do PSOL.

A defesa de Jair Bolsonaro foi procurada pelo Estadão e ainda não se manifestou.

Na entrevista, Boulos disse: "O que levaria Bolsonaro, se não tivesse nada a esconder em relação ao assassinato da Marielle Franco, a colocar sob sigilo telegramas do Itamaraty que tratam do caso Marielle? Quem deve teme!".

Já em postagens na rede social, o deputado escreveu: "O pacote 'anticrime' de Moro reforça sombrias aproximações entre o governo Bolsonaro e Duterte, das Filipinas que é acusado de, no passado, ter liderado 'esquadrões da morte', semelhantes à milícia suspeita de matar Marielle Franco e de ter ligações com a família de Bolsonaro".

No acórdão, a juíza Maria Isabel da Silva entendeu que, pelo recorrente, no caso, Bolsonaro, ser ex-presidente e "figura pública, comumente assídua nas redes sociais", ele estaria exposto a "críticas mais acintosas do que ocorre com as demais pessoas".

Além disso, a juíza também entendeu que as manifestações de Boulos "se inserem no contexto do debate político, ainda que expressas de forma incisiva, estando relacionadas ao exercício do mandato parlamentar".

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é "bem-intencionado" e disse apoiar uma anistia caso o parlamentar seja condenado por ameaça à soberania nacional.

Zema, porém, criticou a atuação de Eduardo pelo tarifaço de 50% a produtos brasileiros nos Estados Unidos e disse que não se deve colocar interesses particulares acima dos nacionais. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 31, em entrevista ao jornal O Globo.

"Acho que ele (Eduardo Bolsonaro) até tem sido bem-intencionado na questão, mas agora nós não podemos colocar os interesses do Brasil abaixo de um interesse particular de quem quer que seja", declarou.

Eduardo, que se autoexilou nos EUA, tem pedido por sanções contra o Brasil e contra autoridades nacionais para favorecer o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na ação penal por golpe de Estado.

Para o governador, a situação de Eduardo se assemelha a dos envolvidos no 8 de Janeiro e endossa o pedido de anistia.

"Eu sou da posição de que nós temos de olhar para o futuro, e não ficar remoendo feridas do passado. Quem começa a carregar sentimentos de culpa, de ressentimento, para de andar para frente", disse. "Eu sou favorável, sim, está dentro do mesmo contexto, do 8 de Janeiro e de outras questões que vêm sendo discutidas."

Na semana passada, em entrevista ao Estadão/Broadcast, o governador mineiro afirmou que Eduardo "causou um problema para a direita" ao articular as tarifas contra o Brasil. Após a declaração, o filho do ex-presidente se defendeu afirmando que Zema representa a "turminha da elite financeira".

"Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania (se referindo aos condenados pelo 8 de Janeiro), não há problema, mas mexeu na sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver", respondeu Eduardo ao mineiro.

Tanto Zema quanto Eduardo são apontados como possíveis sucessores de Jair Bolsonaro na disputa presidencial de 2026, uma vez que o ex-presidente está inelegível até 2030, condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), comparou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao dizer que Lula ficou preso durante um ano e, apesar disso, não atentou contra a autonomia do Judiciário.

"Lula ficou preso um ano e meio, não foi um dia e meio. Com um ano e meio preso, e nunca quis derrubar a democracia nem o Poder Judiciário", disse o vice-presidente.

Lula foi preso em 7 de abril de 2018, condenado a pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato.

Durante o tempo que esteve na prisão, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o então ex-presidente criticou o Judiciário inúmeras vezes. Ele não defendeu sanções contra o Poder nem seus representantes.

No discurso antes de se entregar à Justiça, o petista criticou ministros da Suprema Corte por supostamente se subordinarem à opinião pública. Lula foi solto um ano e sete meses depois, quando o STF declarou que a prisão após condenação em segunda instância é inconstitucional.

Mais tarde, o processo contra ele foi anulado por falhas processuais, sem análise do mérito. O ex-juiz da operação e hoje senador Sérgio Moro (União-PR) foi considerado suspeito para conduzir os casos, por agir em conluio com procurador.

Tanto as tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos quanto sanção individual aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem influência do lobby encampado pelo filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tenta livrar o pai da condenação na ação penal do golpe de Estado.

Na sequência, ao ser questionado se o tom "de confronto" adotado pelo governo acaba prejudicando a situação, Alckmin afirmou que Lula tem um perfil conciliador e que sempre resolveu os impasses com diálogo.

Alckmin participou do programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, na TV Globo, para comentar a oficialização da tarifa de 50% a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira, 30.

O anúncio ocorreu no mesmo dia Moraes foi punido pelo governo de norte-americano com a Lei Magnitsky, sendo a primeira vez que uma autoridade de país democrático é alvo da lei americana. Entre as punições estabelecidas, estão a proibição de entrada nos Estados Unidos, o bloqueio de bens e propriedades no país, e o bloqueio de contas bancárias e o acesso do ministro ao sistema financeiro americano.