O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), comparou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao dizer que Lula ficou preso durante um ano e, apesar disso, não atentou contra a autonomia do Judiciário.
"Lula ficou preso um ano e meio, não foi um dia e meio. Com um ano e meio preso, e nunca quis derrubar a democracia nem o Poder Judiciário", disse o vice-presidente.
Lula foi preso em 7 de abril de 2018, condenado a pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato.
Durante o tempo que esteve na prisão, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o então ex-presidente criticou o Judiciário inúmeras vezes. Ele não defendeu sanções contra o Poder nem seus representantes.
No discurso antes de se entregar à Justiça, o petista criticou ministros da Suprema Corte por supostamente se subordinarem à opinião pública. Lula foi solto um ano e sete meses depois, quando o STF declarou que a prisão após condenação em segunda instância é inconstitucional.
Mais tarde, o processo contra ele foi anulado por falhas processuais, sem análise do mérito. O ex-juiz da operação e hoje senador Sérgio Moro (União-PR) foi considerado suspeito para conduzir os casos, por agir em conluio com procurador.
Tanto as tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos quanto sanção individual aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem influência do lobby encampado pelo filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tenta livrar o pai da condenação na ação penal do golpe de Estado.
Na sequência, ao ser questionado se o tom "de confronto" adotado pelo governo acaba prejudicando a situação, Alckmin afirmou que Lula tem um perfil conciliador e que sempre resolveu os impasses com diálogo.
Alckmin participou do programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, na TV Globo, para comentar a oficialização da tarifa de 50% a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira, 30.
O anúncio ocorreu no mesmo dia Moraes foi punido pelo governo de norte-americano com a Lei Magnitsky, sendo a primeira vez que uma autoridade de país democrático é alvo da lei americana. Entre as punições estabelecidas, estão a proibição de entrada nos Estados Unidos, o bloqueio de bens e propriedades no país, e o bloqueio de contas bancárias e o acesso do ministro ao sistema financeiro americano.