'O Urso' tem raiva e fortes emoções, mas fio condutor é a gastronomia

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A série The Bear (O Urso) fala sobre muitas coisas: luto, relacionamento, raiva, emoção à flor da pele. Mas não dá para negar que o fio condutor disso tudo é a gastronomia. É a alma e o coração da produção, que chegou à terceira temporada na quarta-feira, 17, com estreia exclusiva no Disney+. A cozinha é o ambiente principal e o que move os personagens.

 

Em coletiva, Matty Matheson resumiu bem como a gastronomia é importante para a história. Não é para menos: além de ser ator e o intérprete do faz-tudo Neil Fak, Matheson é chef e dono de vários restaurantes no Canadá - Matty's Patty's Burger Club, Fonda Balam, Ca Phe Rang, Prime Seafood Palace e, mais recentemente, Rizzo's House of Parm, de comida italiana. Para ele, a série e seus personagens carregam a gastronomia.

 

"Acho que muitas pessoas que tiveram carreiras incríveis, como Carmy teve, ou chefs em geral, trabalharam antes com muitos chefs. Há pequenos pedaços deles que você leva ao longo da vida e isso faz com que você seja quem você é, o bom e o ruim", diz Matty, em coletiva com a presença do Estadão. "Na escola de culinária, um chef me disse que ele carregava outros 30 chefs com ele. Você, assim, conquista habilidades. Queríamos contar uma história de como Carmy foi meio construído dessa maneira."

 

Na terceira temporada de The Bear, Carmy (Jeremy Allen White) se esforça mais que nunca e exige excelência de sua equipe, que faz o melhor para acompanhar sua intensidade. Sua busca pelo primor culinário impulsiona a equipe a novos níveis e estressa os laços que mantêm o restaurante unido. Os chefs já aprenderam que cada segundo conta, mas nesta temporada descobrirão se possuem o necessário para chegar ao amanhã.

 

Ou seja: é a cozinha em seu máximo, levando à frente esse olhar destacado por Matty. E muito dessa responsabilidade de criar o ambiente ficou a cargo de um nome principal: Courtney Storer, produtora e chef de cozinha. É responsabilidade dela criar os pratos e dar o tom gastronômico da série - os pratos, afinal, refletem a personalidade da história.

 

Storer não estava na coletiva, mas Matty Matheson explicou como isso funciona nos bastidores - e como o trabalho dela é importante ali. "Ela lida com o desenvolvimento do menu. Eu trabalho com ela e a equipe dela na ideação do que Carmy e Sydney (Ayo Edebiri) estariam pensando e em como executar esses pratos. Afinal, criar esses menus mostra quem eles são e como se apresentariam através de uma lente culinária", ressalta o chef e ator.

 

E o que é mais difícil nesse processo todo? "Confeitaria", resume. "Muitas das sobremesas que Lionel e Marcus estavam criando e contando em histórias foram difíceis. Confeitaria é muito - sabe, é muita ciência, muito envolvimento. Mas, no geral, nós só tentamos fazer comida bonita e reflexiva e empurrar nossos limites."

 

VIDA REAL

 

O elenco todo concordou, na coletiva, que a relação deles com os restaurantes mudou bastante - essa relação com a gastronomia de Chicago, onde a série se passa. "Muitos restaurantes e muitas pessoas têm sido tão benéficos para a série, para ajudar a produzi-la, trazendo chefs reais de lugares incríveis em Chicago para nos ajudar e nos ensinar, ou permitindo que usem seus locais", diz a atriz Ayo Edebiri. "É uma relação muito bonita pela qual todos somos muito gratos."

 

Com isso, duas coisas aconteceram. Primeiramente, há uma mudança na forma como eles se relacionam com os restaurantes que frequentam. "Todos nós estamos muito cientes de onde estamos, porque abrir um restaurante é uma espécie de corrida contra o relógio, eu acho", explica o ator Ebon Moss-Bachrach, que faz o tenso papel de Richie.

 

Abby Elliott, que vive Natalie 'Sugar' Berzatto, sente a diferença principalmente quando está com os filhos em um restaurante. "Tenho dois filhos pequenos e agora, quando vou a restaurantes, estou constantemente pensando em limpar. Se eles derrubam algo no chão, fico pensando em como as pessoas trabalham duro ali", diz ela. Jeremy Allen White, que fugiu de várias perguntas, concorda. "Acho que todos nós provavelmente temos muito mais interesse e uma hipersensibilidade agora em restaurantes e com restaurantes", afirma o protagonista da série.

 

Já no final da coletiva surgiu talvez a pergunta do encontro: como o elenco passou a lidar com o ambiente machista que existe em restaurantes de alta gastronomia?

 

"Por intermédio dos chefs com quem trabalhamos no programa e que acabamos de conhecer - alguns se tornaram amigos -, me lembro de ter tido muitas conversas sobre como nossas indústrias podem ser semelhantes", diz Ayo. "Sendo mulher e se houver algo remotamente marginalizado em você, esses sentimentos podem se aprofundar. Isso estava na minha cabeça e no meu corpo enquanto eu lia e quando conversávamos sobre roteiros."

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma pesquisadora brasileira, de 30 anos, foi encontrada morta no Japão, na noite de quinta-feira, 1°, do horário local - no período da manhã, no Brasil -, com marcas de queimaduras e dentro de um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio.

Nascida em Caldazinha, em Goiás, Amanda Borges da Silva era formada em Letras e tinha acabado de concluir o mestrado na área de Linguística.

Ela estava a passeio pela Ásia e foi ao Japão em abril para a acompanhar o Grande Prêmio de Suzuka, de Fórmula 1, realizado no dia 6. Também teria visitado parentes do namorado, na Coréia do Sul.

O governo de Goiás confirmou a morte e já providencia auxílio funerário. O Itamaraty afirma que "tem ciência do caso e está em contato com os familiares da brasileira, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais japonesas".

Nas redes, onde soma mais de 11 mil seguidores, ela postou os passeios que fez pelos países asiáticos, como na DisneySea.

As circunstâncias da morte ainda estão sendo esclarecidas. De acordo com um amigo próximo da pesquisadora, que não quis que seu nome fosse publicado, Amanda foi encontrada dentro de um apartamento próximo ao aeroporto de Tóquio com marcas de queimaduras e sem parte dos seus pertences.

Este amigo, que obteve as informações pelos familiares, explicou à reportagem que uma bolsa foi deixada para trás com os documentos, o que ajudou na identificação do corpo pelos parentes, que foram contatados pela polícia japonesa.

Ainda conforme relato do colega de Amanda, a brasileira visitou o Japão sozinha, mas mantinha contato frequente com o namorado, que estaria no Brasil.

Segundo ele, a pesquisadora teria parado de enviar mensagens ao companheiro cerca duas horas antes de embarcar no avião, cujo voo estava marcado para 22h da última quinta, no horário de Tóquio.

Desconfiado, o namorado avisou a família. Os parentes passaram a entrar em contato com o consulado brasileiro no Japão e também com a companhia aérea do voo que Amanda deveria pegar. A empresa, segundo este colega, chegou a confirmar que Amanda não tinha embarcado.

"Ele (namorado) tinha a última localização da Amanda e foi a partir disso que localizaram o corpo em um apartamento bem próximo ao aeroporto", explicou o amigo da brasileira ao Estadão.

Ainda segundo este colega, o companheiro da vítima sabia que ela tinha conhecido um homem indiano durante a viagem, e que Amanda já tinha demonstrado receio com relação ao indivíduo - inclusive, teria passado o contato dele ao namorado. "Porém, o número deste indiano não está mais cadastrado no WhatsApp", disse o amigo.

O Gabinete de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás disse, em nota, que já está em contato com familiares e "providenciando a abertura e andamento do processo que solicita o auxílio funerário para goianos vitimados no exterior".

Em nota, a Prefeitura de Caldazinha lamentou a morte da pesquisadora. "Amanda era uma jovem cheia de sonhos, querida por todos, e sua partida repentina deixa um vazio profundo em nossa comunidade", disse a administração municipal da cidade onde a brasileira nasceu.

"Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares e amigos, oferecendo todo o apoio necessário diante dessa irreparável perda. Rogamos a Deus que conforte o coração de todos que amavam Amanda e que sua memória permaneça viva entre nós, como exemplo de luz, alegria e esperança", acrescentou a nota.

Uma criança de 7 anos que desapareceu em um lago do Rio Solimões quando dormia em uma rede pode ter sido atacada por um jacaré, em Anamã, no interior do Amazonas.

O corpo foi encontrado no fim da tarde desta quinta-feira, 2, com fratura do pescoço. O laudo médico aponta que o ferimento que levou à morte pode ter sido causada pelo ataque do animal. As circunstâncias da morte são investigadas pelas autoridades.

De acordo com a Polícia Militar do Amazonas, o menino Felipe Tinoco desapareceu na quarta-feira, 30, quando pescava com o pai em um lago formado pela cheia do Solimões na comunidade rural de Cuia Grande. Seguindo uma tradição local, eles armaram uma rede entre duas árvores, cerca de um metro acima do nível da água, para descansar durante a pesca.

O menino dormia na rede quando o pai saiu do local para verificar se havia peixe na malhadeira (rede de pesca) armada no rio. Logo depois ele ouviu gritos e correu em direção à criança, mas não encontrou o filho. A rede estava rasgada e as águas, no local, que é de remanso, estavam agitadas.

O pai pediu ajuda e as buscas começaram no mesmo dia. O corpo foi encontrado por moradores da comunidade. Felipe apresentava ferimentos no rosto e no pescoço, além de arranhões pelo corpo. A Polícia Militar fez o traslado para Anamã, onde foi realizada a necropsia.

Os peritos verificaram que a criança não tinha água nos pulmões, descartando afogamento, mas apresentava fraturas nas vértebras do pescoço, além de sinais compatíveis com o ataque de um animal.

Há grandes jacarés na área onde pai e filho pescavam. O jacaré-açu, o mais raro, chega a medir 5 metros de comprimento e pesar até 300 quilos.

A prefeitura de Anamã informou que está dando suporte social e psicológico à família da criança. O corpo de Felipe seria sepultado nesta sexta-feira, na comunidade de Santa Maria.

Caso da onça-pintada

Na madrugada do dia 21 de abril, o caseiro Jorge Avalo foi atacado e morto por uma onça-pintada, no pesqueiro em que trabalhava, na região de Touro Morto, em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Turistas que foram ao local comprar mel viram que o homem estava ausente e notaram manchas de sangue e pegadas da onça no local. A Polícia Militar Ambiental foi acionada.

O corpo do caseiro foi encontrado no dia seguinte, à beira de um rio, parcialmente devorado.

Uma equipe da Ambiental acompanhada por um especialista em onças-pintadas fez a captura do felino. A onça-pintada estava cerca de 30 quilos abaixo do peso. O animal está sob os cuidados de especialistas no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, em Campo Grande, capital do estado.

A prefeitura de Florianópolis decretou, nesta quarta-feira, 1, estado de emergência em saúde pública devido ao avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na cidade.

A medida, válida por 180 dias, foi oficializada por meio do Diário Oficial do Município e prevê ações emergenciais diante do colapso iminente nos serviços de saúde.

Segundo o documento, a decisão foi motivada pelo aumento expressivo nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais, pediátricas e adultas, além da superlotação das unidades de pronto atendimento e hospitais públicos e conveniados. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, o município registrou 459 casos de SRAG e 20 mortes.

O decreto também menciona que a ocupação dos leitos de retaguarda hospitalares atingiu 100%, dificultando o fluxo de atendimento nos serviços de urgência e emergência.

Nas três UPAs da cidade, houve um crescimento de 84,59% nos atendimentos pediátricos e 42,55% nos atendimentos clínicos adultos relacionados a infecções respiratórias, como gripe e infecção aguda das vias aéreas superiores.

Com a formalização do estado de emergência, a Secretaria Municipal de Saúde está autorizada a adotar uma série de medidas, incluindo:

- Dispensa de licitação para compra de insumos e serviços voltados ao enfrentamento da crise;

- Contratação temporária de profissionais de saúde, inclusive renovação imediata de contratos prestes a vencer;

- Ampliação da carga horária de profissionais já contratados.

Essas medidas precisam de autorização prévia do Comitê Gestor de Governo. Além disso, os hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem priorizar a disponibilização de leitos clínicos com suporte ventilatório e de UTI para pacientes com SRAG.

O decreto também estabelece que os processos administrativos relacionados à emergência tramitarão em regime de urgência, com prioridade em toda a administração pública municipal.

De acordo com a prefeitura, as ações coordenadas pela Secretaria Municipal de Saúde devem priorizar a proteção de grupos vulneráveis, como crianças e idosos, e podem ser prorrogadas caso a situação de emergência persista.

O que é a SRAG?

A SRAG não é exatamente uma doença, mas uma complicação séria de outras infecções que afetam o sistema respiratório. Ela acontece quando uma infecção, geralmente viral, causa inflamação intensa nos pulmões, prejudicando os alvéolos, que são estruturas responsáveis pelas trocas gasosas.

Com isso, os sintomas envolvem falta de ar, sensação de peso no peito, coloração arroxeada dos lábios ou das extremidades e, em muitos casos, febre e perda de apetite. Esses sinais indicam que o organismo está enfrentando um quadro respiratório grave, com risco de comprometimento das funções vitais.

Na maior parte das vezes, a SRAG é uma consequência da gripe ou covid-19, mas também pode ser desencadeada por agentes bacterianos ou até mesmo fungos. Por isso, a abordagem médica varia de acordo com a causa.

O aumento repentino de casos pode acontecer por vários motivos combinados, como circulação de vírus sazonais (no outono e inverno, o ar fica mais seco e as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados), circulação paralela de diferentes vírus e até baixa cobertura vacinal.

Como prevenir e tratar?

O tratamento costuma incluir o uso de oxigênio - seja por cateter, máscara ou ventilação mecânica, nos casos mais críticos - e fisioterapia respiratória para ajudar o paciente a recuperar a capacidade pulmonar.

Medicamentos antivirais, antibióticos ou antifúngicos também podem ser usados, dependendo do agente causador.

A melhor forma de prevenir a SRAG é evitar as infecções que levam a esse quadro. A vacinação contra gripe e covid-19 é uma das estratégias mais eficazes.

Além disso, manter hábitos simples, como lavar as mãos com frequência, cobrir a boca ao tossir e evitar contato próximo com pessoas doentes, ajuda a reduzir o risco de contaminação.