Sérgio Mallandro volta por cima: 'Sou artista, em alta ou em baixa'

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Sérgio Mallandro é tudo aquilo que mostra na TV: é empolgado, anda de um lado pro outro, fala muito e, de vez em quando, não aguenta e solta um "ié-ié" para não quebrar a magia. Enquanto ele está sendo o que esperamos diante de nós, dá para se questionar: será que é agradável ser sempre assim? Melhor: será que ele é sempre assim?

São essas perguntas que norteiam, em partes, a inesperada e divertida comédia Mallandro: O Errado que Deu Certo, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 13. Dirigido pelo estreante Marco Antonio de Carvalho, o filme tem uma proposta interessante: contar como foi um dos pontos baixos da carreira de Mallandro, quando ficou de escanteio na TV.

Na época, perdeu seu carro e ficou sumido das telinhas. Quem achou que isso seria o bastante para acabar com sua carreira, se enganou: hoje, lota teatros no Brasil com seu show de stand-up e seu programa de podcast, Papagaio Falante, tem 300 mil inscritos no YouTube.

"Você é jornalista em qualquer lugar. Aqui, falando comigo, na padaria, no interior, em Nova York. É sempre jornalista", diz ele, em conversa com o Estadão, na ocasião do lançamento do filme, no qual não apenas é a inspiração, mas também protagonista.

Na história do filme, algumas licenças poéticas foram concedidas. Mallandro não está apenas perdendo o carro, mas também a casa. Mudam os nomes dos principais envolvidos em sua trajetória, mas várias homenagens vão aparecendo na tela: tem Zico e até Xuxa como um anjo que ressuscita Mallandro e impede que ele fale seus bordões por um tempo.

As ausências de Silvio Santos e Faustão são sentidas - este último, estrela do hoje clássico Inspetor Faustão e o Mallandro. "Acredito que o filme mostra como eu fui acompanhando as gerações, principalmente com essas participações", conta o ator. "Mostra o Mallandro como ele foi e como ele é agora. No final, isso tudo, é muito gratificante para mim".

Mallandro nos bastidores

Nos bastidores de Mallandro: O Errado que Deu Certo, os envolvidos contam que Sérgio foi extremamente profissional: chegava no set no horário, por mais que detestasse ter que estar lá às 4h da madrugada, e ensaiava à exaustão. Quando precisava de intensidade, não ligava de repetir a cena dezenas de vezes: uma delas, com o personagem irritado após receber o aviso de despejo, salta aos olhos no longa-metragem. É um Mallandro que não vimos antes.

"É muito legal ver a diferença do Sérgio Neiva Cavalcanti para o Sérgio Mallandro", conta a atriz Marianna Alexandre, que interpreta a filha do comediante no longa-metragem. "Ele era extremamente dedicado em cena, decorava todas as falas. Ele se empenhou no filme".

Mallandro também ajudou a criar uma boa parte da história, com roteiro assinado por ele, Pedro Antônio, Sylvio Gonçalves e Ulisses Mattos. "Pediam sempre um roteiro para mim, para fazer um filme. Uma vez cheguei a escrever um argumento, mas não tinha moral da história", diz ele, aos risos. "Até que peguei minha história, que eu conto no stand-up, sobre minha vida, e dei na mão dos roteiristas para eles encontrarem um filme no meio de tudo".

Preconceito contra o Mallandro

Nas redes sociais, o filme viralizou: muita gente achou inesperada a produção sobre a vida de Sérgio Mallandro. Há também, nos posts no Twitter ou em grupos no Facebook, uma boa dose de preconceito contra o trabalho de Sérgio Mallandro e sobre o que ele pode trazer em um filme. Sobre isso, o diretor Marco Antonio de Carvalho tenta colocar um ponto final.

"Tem muita gente que só viu o trailer e acha que vai ser aquilo o sempre. Acham que o filme vai ser 'glu-glu' sempre. E não é isso. Não é assim que o cinema brasileiro funciona", diz o diretor. "Comparados com o cinema dos Estados Unidos, a gente faz filmes com pouco dinheiro. Esse preconceito, no final, afasta o público das boas histórias enquanto também está fazendo muito mal para o Brasil. Acho importante entender que o Mallandro é mais do que vemos na superfície. Precisa e merece ser reconhecido como um ícone brasileiro pop".

Mallandro, enquanto isso, parece não ligar muito para isso - ou, pelo menos, entra no personagem e faz de conta que não se abala. Ele, no final do papo com o Estadão, disse que está ansioso pelo segundo filme. "Quando eu vejo o filme, me emociono. Tenho orgulho da minha história", diz. "Tenho muito a contar com o Silvio Santos. Teve a vez que fiquei preso no avião com o Roberto Carlos, que não entrou. Tenho muita história para contar."

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O cardeal espanhol Juan José Omella, que completou 79 anos no mesmo dia em que o papa Francisco morreu, não está entre os favoritos para assumir o cargo.

Entretanto, a eleição costuma reserva surpresas - o próprio Francisco, em 2012, não acreditava que seria escolhido sucessor de Bento 16, tanto que saiu da Argentina dizendo para sua irmã que logo voltaria e que havia interrompido a arrumação de casa, mas rapidamente a retomaria. Eleito papa, Francisco nunca mais voltou ao país.

Omella, arcebispo de Barcelona, também não se considera com chances de ser eleito. "Sou o último cardeal, o cardeal mais limitado", afirmou à emissora de TV espanhola La Sexta, quando questionado sobre o conclave.

"Eu não penso nessas coisas. Vou participar com prazer nesta eleição e espero que acertemos no que o Espírito Santo nos iluminar", concluiu o religioso.

Mas, se os demais cardeais votantes decidirem alçar a papa alguém com perfil semelhante a Francisco, Omella ganha destaque. Apesar de ser um dos mais importantes integrantes da Igreja Católica na Espanha, onde presidiu a Conferência dos Bispos de 2020 a 2024, ele sempre manteve uma vida humilde, dedicando-se ao cuidado pastoral e promovendo justiça social.

"Não devemos ver a realidade apenas pelos olhos daqueles que têm mais, mas também pelos olhos dos pobres" - a frase poderia ter sido dita por Francisco, mas seu autor é Omella, durante entrevista ao site espanhol de notícias Crux, em abril de 2022.

Nascido em 1946 no vilarejo de Cretas, no nordeste da Espanha, foi ordenado padre em 20 de setembro de 1970. Atuou inicialmente em Zaragoza, e passou um ano como missionário no Zaire, hoje chamado de República Democrática do Congo.

De 1999 a 2015 Omella trabalhou em estreita parceria com a instituição de caridade espanhola Manos Unidas, que combate a fome, as doenças e a pobreza em países em desenvolvimento.

Nomeado bispo em 1996 e promovido a arcebispo de Barcelona em 2015, Omella foi alçado a cardeal em 2016, por decisão do papa Francisco, em medida interpretada como claro endosso às tendências progressistas do religioso.

Em 2023, quando Omella presidia a conferência de bispos espanhóis, uma comissão independente estimou que mais de 200 mil crianças e adolescentes podem ter sido abusados sexualmente pelo clero espanhol, em décadas.

Omella pediu perdão repetidamente pela prática e pela gestão dos abusos sexuais, mas negou que tantas crianças tenham sido abusadas - uma investigação interna da Igreja identificou 927 vítimas desde a década de 1940.

Depois o cardeal disse que os números eram menos importantes. "No final das contas, os números não nos levam a lugar algum. O importante são as pessoas e fazer as pazes na medida do possível", ponderou.

Em 2023, Francisco convidou Omella para se tornar um dos nove cardeais que integram um gabinete para aconselhar o papa sobre questões de governança.

Uma massa de ar seco que cobre o Estado de São Paulo vai garantir o tempo seco e ensolarado ao longo dos próximos dias. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, a temperatura apresenta elevação, e os menores índices de umidade registram declínio.

Na cidade de São Paulo, conforme a Meteoblue, o calor ganha força ao longo dos próximos dias, chegando aos 30ºC entre sexta-feira, 9, e sábado, 10.

No decorrer desta segunda-feira, 5, o ar seco garante o predomínio do sol e a rápida elevação da temperatura. "O dia vai terminar com a entrada da brisa marítima, o que vai provocar a queda da temperatura e o aumento da nebulosidade", acrescenta o CGE. Não há previsão de chuva.

Na terça-feira, 6, o dia começa com formação de névoa úmida e temperatura amena. O sol, no entanto, já predomina ao longo da manhã.

Para a quarta-feira, 7, a tendência é de que o cenário se repita. Em razão do sol forte, a sensação de calor aumenta à tarde, de acordo com o CGE.

Veja a previsão para os próximos dias, de acordo com a Meteoblue:

- Segunda-feira: entre 15ºC e 24ºC;

- Terça-feira: entre 16ºC e 26ºC;

- Quarta-feira: entre 17ºC e 27ºC;

- Quinta-feira: entre 17ºC e 29ºC;

- Sexta-feira: entre 18ºC e 30ºC.

Conforme a Meteoblue, a expectativa é que a máxima permaneça em 30ºC no sábado, vindo a cair para 22ºC, no domingo de dia das mães, 11.

O conclave para escolher o sucessor do papa Francisco começa na quarta-feira, 7. Durante esse período, cardeais ficam isolados e não podem se comunicar com o mundo externo. Uma maioria de dois terços é necessária para eleger o novo pontífice. Se o número de eleitores permanecer em 133, o vencedor precisará de 89 votos.

Na quarta, às 10 horas (pelo horário local), será realizada a missa "pro elegendo Pontífice", celebração litúrgica solene que marca o início do conclave. Os cardeais se reúnem para pedir assistência do Espírito Santo na escolha do novo pontífice.

Os últimos encontros entre cardeais para a escolha do pontífice na Capela Sistina foram curtos e não duraram mais do que cinco dias.

Quanto tempo deve durar o conclave?

Conforme o Vaticano, não há uma previsão exata para que a escolha seja concluída. "Entre os próprios cardeais eleitores há aqueles que esperam um conclave curto, considerando também o Jubileu em andamento, e aqueles que, ao contrário, preveem tempos mais longos para permitir que os cardeais "se conheçam melhor", tendo Francisco, em seus 10 Consistórios, agregado ao Colégio Cardinalício purpurados de todos os cantos do globo.

"Se o conclave demorar, é porque os cardeais não se conhecem, não é porque estão divididos", afirmou o cardeal arcebispo de Porto Alegre, d. Jaime Spengler, durante a homilia na missa em 4 de maio que celebrou em San Gregorio Magno alla Magliana Nuova.

"Alguns, sobretudo da mídia, pensam que é uma questão política. Não, não. Espírito de oração, porque precisamos obedecer a Deus, e aqueles que obedecem a Deus são guiados pelo Espírito Santo."

Uma das principais mensagens sublinhadas pelos cardeais é a necessidade de continuidade do pontificado de Francisco, com os ensinamentos do Concílio Vaticano II. O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, por exemplo, afirmou que "o próximo papa não será uma xerox do papa Francisco."

O que é o conclave?

São reuniões fechadas, nas quais os cardeais eleitores para escolher o novo papa ficam reunidos na Capela Sistina. Seu nome significa "com chave" e foi usado no século 13 para descrever o processo de trancar os cardeais até a eleição ser concluída.

Ele deve começar no máximo 20 dias após a morte ou renúncia de um papa. Os eleitores são isolados de todos os estranhos durante a duração; os últimos três papas foram escolhidos em questão de dias.

Quem está no Colégio dos Cardeais?

Há 252 cardeais em todo o mundo, e como um corpo, eles são responsáveis pelos assuntos da Santa Sé após a morte de um papa, embora com limites.

Atualmente, há 135 cardeais com menos de 80 anos e elegíveis para a votação, vindos de 71 países diferentes, no conclave mais geograficamente diverso da história. Já dois informaram formalmente à Santa Sé que não poderão comparecer por motivos de saúde, reduzindo o número de homens que participarão da reunião na Capela Sistina para 133.

Por séculos, eles escolheram um dos seus. A grande maioria dos eleitores - 108 - foi feita cardeal pelo papa Francisco, de acordo com estatísticas do Vaticano.

Por que o conclave foi criado?

O conclave foi uma forma de constranger os cardeais a apressar o voto para que a Santa Sé não ficasse vaga por longos períodos.

Foi o que aconteceu depois da morte de Clemente IV, em novembro de 1268. O cargo ficou sem titular por 2 anos, 9 meses e 2 dias.

Naquela época, dezoito cardeais se reuniram no Palácio Papal de Viterbo para eleger o novo papa. Foi o conclave mais longo da história, de acordo com a Santa Sé. "Eram tempos difíceis. Durante esse longo período, a população de Viterbo, exasperada, decidiu trancar os cardeais no palácio. As portas foram fechadas com tijolos e o telhado removido. Por fim, Gregório X, arquidiácono de Liège, que na época se encontrava na Terra Santa, foi eleito", conforme o Vaticano.

Em 1274, ele promulgou a Constituição Ubi periculum, que instituiu oficialmente o conclave. Entre outras coisas, estabeleceu-se que ele deveria ser realizado num local precisamente 'fechado a chave' por dentro e por fora.

"O primeiro conclave da história, após a promulgação da constituição, foi o de Arezzo, em 1276, com a eleição de Inocêncio V", segundo a Santa Sé.

Foi em 1621 que Gregório XV introduziu a obrigação do voto secreto e escrito.

"Em 1904, Pio X proibiu o suposto direito de exclusividade, sob qualquer forma. Também foi introduzida a obrigação de sigilo sobre o que acontecia no conclave, mesmo após a eleição, e a regra de manter a documentação disponível apenas ao papa", conforme o Vaticano. O Estadão cobre conclaves desde 1878.

A legislação, atualmente, em vigor para a eleição do novo pontífice é a "Universi Dominici Gregis", promulgada por João Paulo II em 1996 e modificada por Bento XVI em 2013. "Ela estabelece, entre outras coisas, que o Conclave deve ser realizado na Capela Sistina."

Como é feita a votação?

Estão programadas quatro votações a cada dia, duas pela manhã e duas à tarde. Depois de uma eventual 33ª ou 34ª votação, haverá um segundo turno direto e o obrigatório entre os dois cardeais que receberam o maior número de votos na última votação. Mesmo nesse caso, será sempre necessária a maioria de dois terços dos votos.

Os dois cardeais ainda na disputa não poderão participar dessa votação. Se os votos para um candidato atingirem os dois terços dos votantes, a eleição do pontífice é canonicamente válida.

O que representa a fumaça que sai da chaminé?

A estufa é usada para queimar os votos dos cardeais aos candidatos ao papado após a contagem. O voto é dado por escrito em uma cédula oficial do Vaticano. O material é incinerado em seguida. A saída de fumaça preta pela chaminé indica que nenhum candidato obteve os votos necessários, sendo iniciado um novo escrutínio.

Já a fumaça branca na chaminé anuncia um novo papa. "É precisamente para essa chaminé que, nos próximos dias, os olhares do mundo estarão voltados, à espera do tão aguardado sinal: a fumaça branca, que confirma a eleição do sucessor do Papa Francisco", segundo o Vatican News.

O que significa quando dizem: 'Habemus Papam'?

Esta expressão em latim significa "temos um papa". São as palavras usadas pelo "protodiácono" do Colégio dos Cardeais para anunciar, da loggia da Basílica de São Pedro, que um novo papa foi eleito.

Ele então diz o nome de nascimento do novo papa e o nome que ele escolheu usar, também em latim. O atual protodiácono é o cardeal francês Dominique Mamberti. (Com agências internacionais).