Ela quer o saquê no restaurante e no boteco

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Fique tranquilo, não foi você quem nunca escutou. Sakelière está longe de ser um verbete de dicionário. Ainda assim, o termo cai bem. Yasmin Yonashiro é alguém cujo trabalho é oferecer, aconselhar e devotar-se ao saquê. Uma sakelière.

 

Durante metade cravada de seus 36 anos, Yasmin serviu, investigou, tomou e se apaixonou pela bebida. Do falecido Shaya, no Itaim, ao impecável Goya Zushi, nos Jardins, desenvolveu mais de 80 cartas personalizadas para restaurantes.

 

Entre uma e outra, desencanou de ser pedagoga e até virou embaixadora de marcas, como as Next Generation da japonesa Suntory (a vodca Haku, o gim Roku e o uísque Toki, que ela deve trazer para terras tupiniquins).

"Desde o início, tudo o que se falava de shari, de peixe, de shoyu, de vinagre, de umami eu estudava, porque queria entender o que estava vendendo. Aí eu descobri o saquê", conta a sommelière. Ou foi mesmo o saquê que descobriu Ya?

 

O fermentado alcoólico de arroz a hipnotizou nos tatames do Kinoshita: "Eu atendia vestida de quimono, fazendo uma coisa que as pessoas veem como serviçal. Sendo mulher, é uma coisa complicada, então assumi um personagem".

 

Com seus 20 anos, a jovem acatou o conselho de Susana San, esposa do chef da época, Tsuyoshi Murakami: "Fui aprender odori, a dança tradicional japonesa. Aí as coisas se uniram, porque o serviço é uma dança, você tem de saber lidar com as pessoas, criar uma energia e uma experiência memorável para elas, e o salão é o palco".

 

FURACÃO

 

Primeira aluna de Alexandre Tatsuya, sake samurai e dono da loja Adega de Sake, e "filha postiça" de dona Margarida Haraguchi, a mulher à frente do primeiro izakaya famoso de São Paulo, ela se formou pelo Sake Service Institute, com sede em Tóquio, foi cortejada pela Playboy e é divorciada para não ser "pescoço de homem" nenhum.

 

Yasmin é um furacão que passou por dezenas de produtores de saquê, serviu incontáveis doses e segue ensaiando seu próprio balé. "O odori é coisa de outra vida", ela gosta de repetir. A bebida, por sua vez, foi a resposta a um anseio - o de trabalhar com a cultura japonesa. "Desde criança, fiz aula de japonês numa associação de bairro, via filme, mangá, anime. A gente não tinha tanto acesso e meus pais nem entendiam", relembra.

 

Agora, Ya está a caminho do Japão pela sétima vez. Pela primeira, convicta de ser nipo-brasileira, de ter a missão de aproximar a cultura de lá das pessoas no Brasil: "O lámen hoje faz essa ponte junto ao saquê" - uma ponte que ela atravessa diariamente no Jojo Ramen, do qual é sócia.

 

Na unidade de Santa Cecília, aliás, o Hakutsuru Junmai seco sai até de torneira: "Por causa do odori, fico vidrada no gestual das mãos. Via o pessoal tirando chope e pensava: dá para tirar bem bonito. Imagine tirar um saquê on tap?", conta.

 

Ao devaneio, somou-se o fato de que provar chopes diferentes era mais barato do que pedir garrafas. "Quis fazer a mesma coisa para mostrar que saquê não é só refinado e para quem tem dinheiro", complementa.

Do discurso, a especialista vai à prática: "Só peço que a pessoa não beba no massu, porque ele não valoriza o saquê, a borda é larga, o negócio é de plástico ou de madeira, que interfere no paladar e no aroma. Fora isso, nenhum preconceito. Até porque, se não fosse a saquerinha, o saquê não teria o tamanho que tem hoje".

 

Heresias descartadas, Yasmin já preparou muita caipilé como embaixadora do Jun Daiti: "Tenho vergonha disso? Zero. Sempre tive a intenção de desenvolver o saquê no Brasil, seja no boteco, seja no restaurante japonês mais chique que tiver".

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um homem de 51 anos, com registro de CAC (sigla para Colecionador de armas de fogo, Atirador Desportivo e Caçador), atirou e matou dois jovens de 19 anos que o assaltaram na noite da última quarta-feira, 30, em São Paulo. O caso aconteceu na Avenida Portugal, na zona sul da cidade.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP), os dois suspeitos eram investigados pela morte do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, vítima de latrocínio em janeiro deste ano na Chácara Santo Antônio.

De acordo com a SSP-SP, o CAC foi abordado pelos dois rapazes em uma motocicleta. Os criminosos anunciaram o assalto e pegaram os celulares do homem e do filho dele, que também estava presente.

Conforme o registro, os assaltantes chegaram a efetuar um disparo, que não atingiu o CAC. O homem, então, reagiu e baleou os dois suspeitos, que morreram no local.

Depois da ocorrência, a Polícia Militar encontrou um veículo abandonado e apreendeu a arma do CAC e o revólver calibre .38 dos suspeitos. O carro também foi apreendido. A Secretaria não deu detalhes sobre o envolvimento do automóvel com o caso.

O CAC chegou a ser autuado por porte ilegal de arma de fogo de fogo. Ele pagou a fiança e foi liberado na sequência. "A ocorrência foi registrada no 27º Distrito Policial (Campo Belo), que requisitou exames periciais", afirmou a SSP-SP. A reportagem não localizou a defesa do homem.

Morte de delegado

O delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior estava de folga e andava pela rua Amaro Guerra - de camiseta, bermuda e chinelo - quando foi abordado por um criminoso armado, próximo de uma obra. Ele roubou os pertences e revistou Belarmino, que também possuía uma arma.

Na sequência, o homem atirou quatro vezes contra a vítima e fugiu do local em uma motocicleta em posso da arma e do celular de Belarmino. Imagens de câmeras de monitoramento gravaram a ocorrência.

Cerca de 10 dias antes do crime, Josenildo Belarmino tinha recebido a notícia de que tinha passado em um concurso para delegado para atuar em Recife, Pernambuco, seu Estado natal. Com 32 anos, ele estava em vias de pedir a exoneração da Polícia Civil de São Paulo para assumir o novo cargo.

O deputado estadual Delegado Olim (PP) sofreu um assalto na manhã desta quinta-feira, dia 1º, na Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Antônio de Assunção Olim, de 66 anos, que é ex-policial civil, foi abordado por um ladrão armado com revólver e teve que entregar o relógio da marca Rolex que levava no pulso. O suspeito fugiu em uma moto vermelha. A reportagem entrou em contato com o deputado e aguarda retorno.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) informou que a Polícia Civil realiza diligências para identificar e localizar o suspeito do roubo.

De acordo com o registro policial, o parlamentar transitava de carro pela rua Casa do Ator, na Vila Olímpia, quando seu veículo foi abordado pelo suspeito, que chegou ao local de motocicleta, com o rosto coberto pelo capacete.

Armado com um revólver, o homem anunciou o assalto e exigiu a entrega do relógio. O deputado não reagiu e entregou seu Rolex ao homem armado. Após a ação, o suspeito fugiu levando o objeto - o preço de um relógio dessa marca oscila entre R$ 29 mil e R$ 69 mil. Até a manhã desta sexta-feira, 2, o ladrão não havia sido localizado.

O roubo foi registrado na 1ª Delegacia da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (Disccpat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Tentativa de assalto em 2022

O Deputado Olim faz parte da bancada da bala na Assembleia Legislativa de São Paulo, um grupo de parlamentares que defende a flexibilização nas leis que restringem o uso civil de armas de fogo.

Em março de 2022, o deputado estava em um carro com o atual delegado geral da Polícia Civil, Artur Dian, quando foram abordados por um suspeito, na Avenida Angélica, em Higienópolis. Dian reagiu e baleou o autor da abordagem. Na ocasião, Olim disse em sua rede social que o criminoso queria roubar o relógio deles.

Como mostrou o Estadão, bairros nobres da capital paulista, como a Vila Olímpia, na zona sul, e Pinheiros, na zona oeste, têm visto uma escalada de crimes roubos, geralmente praticados por suspeitos em motos. Os criminosos agem em dupla - cada um em uma moto -, ou sozinhos para não chamar a atenção, como aconteceu no caso do Deputado Olim.

Segundo a SSP, só este ano, mais de 2 milhões de motos foram vistoriadas por meio da Operação Impacto, com fiscalização de condutores e verificação de antecedentes criminais.

A Igreja do Quadrado de Trancoso, situada no distrito de Trancoso, em Porto Seguro (BA), foi arrombada e vandalizada na tarde da quarta-feira, dia 30. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver objetos sacros e móveis danificados no interior da construção, que é um dos principais símbolos históricos da região.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito é um homem de 25 anos, que fugiu após o crime e foi encontrado posteriormente junto a familiares, apresentando "comportamento agitado e discurso desconexo".

A Prefeitura de Porto Seguro se manifestou por meio de nota oficial, classificando o ato como um "desrespeito à memória, à cultura e ao patrimônio histórico do município". O prefeito Jânio Natal (PL) também publicou uma nota de repúdio nas redes sociais.

"As relíquias destruídas fazem parte da alma de nosso povo e da identidade de nosso País. Quero assegurar a todos que eu e a Prefeitura faremos tudo para que os danos sejam reparados", escreveu.

O suspeito foi encaminhado para atendimento médico e segue internado sob escolta da Polícia Militar. A Delegacia Territorial de Porto Seguro investiga o caso como dano qualificado contra o patrimônio.