Os bastidores de um sequestro desacreditado

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O fisioterapeuta Aaron Quinn morava em Vallejo, Califórnia, Estados Unidos, e namorava Denise Huskins. Ela tinha ido à casa do namorado na noite de 22 março de 2015. Os dois deitaram-se para dormir, mas foram acordados por dois homens de madrugada. Denise foi levada pelos sequestradores. O que Aaron não esperava é que ele seria suspeito de forjar o sequestro da namorada. E que tanto ele quanto Denise teriam de enfrentar a polícia de Vallejo para provar que o crime foi real.

 

Essa é a história de Um Pesadelo Americano, documentário da Netflix que estreou na quarta-feira, 17. Baseado na história de Denise, que se popularizou com o caso Garota Exemplar - legado do filme de mesmo nome, em que Amy Dunne (Rosamund Pike) forja o próprio sequestro para incriminar o marido, Nick Dunne (Ben Affleck). A série, dirigida por Felicity Morris (Golpista do Tinder), conta com três episódios que relatam o sequestro de Denise, sua batalha contra a polícia de Vallejo e a busca pelo sequestrador.

 

Mesmo com a polícia questionando seu relato, Denise conseguiu reunir provas de seu sequestro. Ela e Aaron foram sedados na noite do sequestro e seus olhos foram tapados. Denise foi levada ao cativeiro e solta 48 horas depois, em Huntington Beach, Califórnia, a 650km de Vallejo e perto da vizinhança onde nasceu e cresceu.

 

Enquanto isso, Aaron foi deixado com instruções dos sequestradores para comunicação com um e-mail não rastreável, sob a ameaça da morte de Denise. Aaron ligou para a polícia de Vallejo, mas o detetive responsável pelo caso, Mathew Mustard, não acreditou nele. Aaron passou os dias seguintes tentando provar sua inocência - o que se agravou quando Denise reapareceu.

 

O motivo do sequestro, segundo o próprio sequestrador - Matthew Muller, que foi encontrado e preso em 5 de julho do mesmo ano pela tentativa de outro sequestro em Dublin - seria dinheiro. Mas Muller não esperava encontrar Denise e, sim, a ex-namorada de Aaron, com quem o homem dividia a casa anteriormente. Muller tinha ainda três comparsas, com quem se alternava nos sequestros e assaltos. O sequestrador, ex-fuzileiro naval, foi condenado a 40 anos de reclusão, sendo posteriormente processado por estupro, roubo e invasão.

 

MALÉFICO

 

Aaron e Denise estão casados e processaram a polícia de Vallejo, conseguindo um acordo no valor de US$ 2,5 milhões. Mas foi apenas em 2021 que a polícia pediu desculpas ao casal. O chefe de polícia Shawny Williams comentou que o que aconteceu com eles foi "horrível e maléfico": "Estou comprometido em ter certeza de que sobreviventes possam ser servidos com dignidade e respeito".

 

Denise detalhou o caso no livro Vítima F: De Vítimas de Crime a Suspeitos e Sobreviventes. Ela comentou, em entrevista para ABC News: "Você pode viver todo tipo de trauma que te deixe devastada e pensar que é impossível seguir em frente. O nosso é um exemplo. Há esperança. Talvez leve um tempo e muito trabalho, mas há esperança".

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Após a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça terem informado que impediram um possível ataque a bomba durante o show de Lady Gaga na praia de Copacabana, no sábado, 3, a equipe da cantora se manifestou, afirmando que só tomaram conhecimento do potencial problema de segurança por meio da mídia, já neste domingo, 4.

Em declaração à agência AP, um porta-voz de Lady Gaga informou que tanto a cantora quanto a sua equipe "tomaram conhecimento dessa suposta ameaça através de informações da imprensa nesta manhã."

"Antes e durante o espetáculo, não houve preocupações de segurança conhecidas, nenhuma comunicação por parte da polícia ou das autoridades a Lady Gaga sobre possíveis riscos", continuou.

O porta-voz ainda destacou que a equipe de Lady Gaga "trabalhou com as forças de ordem durante o planejamento e execução do show e todas as partes confiavam nas medidas de segurança implementadas".

Operação Fake Monster

A operação que investigou o possível ataque a bomba foi batizada de Fake Monster, já que os fãs da cantora são apelidados de little monsters, ou monstrinhos. De acordo com a Polícia, os envolvidos no plano de ataque recrutavam participantes, inclusive adolescentes, virtualmente.

O objetivo era promover ataques coordenados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov. Os criminosos tratavam o plano como um "desafio coletivo" e buscavam ganhar notoriedade nas redes sociais, segundo a PCERJ. O grupo disseminava discurso de ódio contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.

A Polícia Civil de São Paulo chegou a cumprir quatro mandados de busca e apreensão no âmbito da operação, incluindo a localização de um adolescente de 16 anos na cidade de São Vicente, no litoral paulista, que reconheceu ser autos de algumas das mensagens de ódio publicadas na internet.

O adolescente foi localizado no bairro Vila Jockey Clube. Os policiais apreenderam com ele um computador, um celular, um HD externo, um cartão de memória e um videogame. Ele foi liberado na presença do pai dele.

O show de Lady Gaga em Copacabana

A apresentação da cantora no Rio de Janeiro foi considerada a maior de sua carreira, diante de uma plateia de 2,1 milhões de pessoas (estimativa da prefeitura, polícia e organização), e teve repercussão internacional.

No palco, cantou a maior parte de seus sucessos e trocou de roupa inúmeras vezes, como numa performance teatral dinâmica. Também fez diversos pedidos de desculpas e declarações de amor ao público brasileiro. (Com informações da agência AP)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento que discute a adoção do modelo de escolas cívico-militares em São Paulo. Ele pediu vista na última sexta-feira, 2. A Corte julgava se mantinha, ou não, uma decisão do ministro Gilmar Mendes que liberou a implementação do programa.

A decisão de Gilmar atendeu a um pedido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele cassou uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que havia suspendido a lei que instituiu o modelo de escola cívico-militar no Estado. O programa é uma das prioridades de Tarcísio na sua gestão.

Ao avaliar o caso, Gilmar considerou que o TJ-SP invadiu a competência do STF ao suspender o modelo porque a lei que instituiu as escolas cívico-militares também é alvo de ações no Supremo. Por isso, o ministro entendeu que a ação em tramitação na Justiça estadual deveria aguardar julgamento pelo Supremo.

O TJ-SP havia acolhido uma ação da Apeoesp, maior sindicato de professores da rede estadual. A entidade alega que questões relativas a essa modalidade de ensino são de competência federal. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), porém, defende a prerrogativa de o Estado criar o programa.

De acordo com o governo de São Paulo, 300 escolas mostraram interesse pela adoção do modelo cívico-militar em consulta pública. A adesão das escolas ao programa é voluntária. A previsão inicial de implementação era para 2026, mas em fevereiro a Secretaria Estadual da Educação anunciou 100 escolas que devem adotar o modelo a partir do segundo semestre deste ano.

A polícia japonesa prendeu neste sábado, 3, um homem suspeito de ser responsável pelo incêndio que matou a pesquisadora brasileira Amanda Borges da Silva, de 30 anos. O corpo dela foi encontrado com marcas de queimaduras, dentro de um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio, na quinta-feira, 1.

De acordo com informações da NHK, mídia estatal do Japão, o suspeito se chama Abaseriya Patabadige Pathum Udayanga. Ele tem 31 anos, é do Sri Lanka e está desempregado. Ainda segundo a NHK, ele morava no apartamento de dois andares no bairro de Hon-Sarizuka.

Udayanga é suspeito de incêndio criminoso, pois saiu do apartamento sem apagar o fogo. De acordo com a NHK, o incêndio teria começado no quarto e se espalhou para as paredes e o teto do apartamento.

Ele foi interrogado pela polícia e admitiu as acusações. Udayanga afirmou que estava em tanto pânico que não conseguiu apagar as chamas.

A polícia japonesa ainda investiga as circunstâncias do ocorrido e qual o relacionamento de Udayanga com Amanda.

Nascida em Caldazinha, em Goiás, Amanda Borges da Silva era formada em Letras e tinha acabado de concluir o mestrado na área de Linguística.

Ela estava a passeio pela Ásia e foi ao Japão em abril para a acompanhar o Grande Prêmio de Suzuka, de Fórmula 1, realizado no dia 6. Também teria visitado parentes do namorado, na Coréia do Sul.

Um amigo da brasileira contou ao Estadão que ela parou de responder mensagens cerca de duas horas antes do voo dela de volta ao País.