Alexandre Nero anuncia pausa na carreira após 'Vale Tudo': 'Vou dar pane'

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Alexandre Nero está de férias após o fim do remake de Vale Tudo e não pretende voltar tão cedo aos trabalhos. Em participação no programa Sem Censura nesta terça-feira, 28, o ator declarou uma pausa por tempo indeterminado na carreira.

Nero contou que precisa de um tempo para descansar depois de ter feito quatro produções seguidas. "No final [de Vale Tudo], eu já não estava mais conseguindo decorar [os textos]. Eu já tenho dificuldade... falei: 'vou dar pane. Preciso parar'", afirmou.

Segundo o ator, ele chegou a receber propostas após o fim da novela, mas preferiu recusá-las. "Tive que dizer alguns 'nãos'. É difícil demais dizer não, mas eu tive que dizer. Eu ia enlouquecer", explicou.

Por enquanto, o artista não tem projetos em vista. "Eu precisei realmente parar de pensar", desabafou.

Em Vale Tudo, ele interpretou o empresário Marco Aurélio, responsável pela morte da protagonista Odete Roitman (Debora Bloch). A novela chegou ao fim no último dia 17 de outubro.

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A Defensoria Pública do Rio de Janeiro alega indícios de ilegalidade durante a megaoperação nos complexos de favelas da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense, na terça-feira, 28.

A ofensiva conjunta entre as polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho teve 121 mortos. Foram presas 113 pessoas, de acordo com balanço do governo do Rio. O governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como um "sucesso" e disse que as únicas vítimas foram os quatro policiais que morreram baleados nos confrontos. Foi a operação mais letal da história do Rio.

De acordo com o defensor Marcos Paulo Dutra, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos e Coordenação Criminal da Defensoria Pública, há indícios de violações que estão sendo apuradas pelo órgão, como denúncias de corpos com facadas e decapitações, além de torturas provocadas às pessoas mortas e presas.

"Tiraram na faca. Pessoas sem pescoços. Deixaram a cabeça na árvore. Coisa de louco", diz Tarsiellen Teixeira Francisco, familiar de um dos mortos.

"Já conversamos inclusive com os peritos para alinhar. Para que as perícias sejam feitas realmente com tranquilidade e com muito trabalho conjunto e um trabalho com muita precisão, porque os relatos que recebemos aqui na Penha são muito preocupantes. São relatos de violações, de facadas, de coisas assim, são relatos, por exemplo, da tortura, de tiros só na cabeça, no rosto, no peito", pontua o defensor, que afirma que há relatos, ainda sem confirmação de corpos decepados.

Segundo ele, também há indícios de adolescentes e até crianças entre os mortos. "A Defensoria Pública identificou, por exemplo, corpos de sete possíveis adolescentes, sendo que desses sete adolescentes, um, pela compleição física, era criança", reitera.

O secretário da Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, disse nesta quarta-feira, 29, que operação teve 60 dias de planejamento. O Estado diz que a estratégia foi necessária para avançar sobre um território dominado pelo crime organizado. O CV chegou a usar drones com bombas na reação, o que expõe o crescente poder bélico dos traficantes.

A defensora Cristiane Xavier Souza afirma que seis corpos foram liberados após passar pelos processos de perícia. A retomada dos reconhecimentos deve ser feita nesta quinta-feira, 30.

A defensora afirma, ainda, que encontrou dois corpos na Vacaria, região de mata que divide os complexos da Penha e do Alemão, onde dezenas de suspeitos foram encontrados e retirados pelos próprios moradores. "Encontramos dois corpos. Nós não esperávamos encontrar corpos por lá. Estavam entre uma pedra", diz ela.

A DPRJ vai acionar a Justiça, para que as perícias sejam feitas com filmagens e fotos, com objetivo de garantir maior transparência e auditabilidade. O defensor também garantiu que vai acompanhar as audiências de custódias dos presos.

A expansão de vagas na educação profissional e tecnológica (EPT) no Brasil requer ações coordenadas entre o governo federal e os governos estaduais, alinhando a formação oferecida pelas instituições de ensino com as necessidades reais do mercado de trabalho. Em complemento a outras políticas já conduzidas pelo Ministério da Educação (MEC) para ampliar a oferta no País, está o Programa Juros por Educação.

A iniciativa, que integra o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), permite que Estados e Distrito Federal renegociem suas dívidas com a União e façam investimentos em áreas estratégicas, como a EPT de nível médio. Em 20 de outubro, terminou o prazo para o recebimento de contribuições que visam apoiar a implementação efetiva do programa.

"O Propag estabelece uma nova política de renegociação das dívidas estaduais com a União com a vinculação de, no mínimo, 60% dos juros da dívida a investimentos em educação profissional técnica de nível médio. Com o programa, a meta é gerar 3,3 milhões de vagas em cursos técnicos nos próximos dez anos", afirma a pasta.

O Edital nº 5/2025, denominado 'Demanda por Qualificação Profissional', publicado pelo MEC, visou identificar, avaliar e compilar metodologias, ferramentas e estudos que apresentem demandas por formação profissional técnica de nível médio, com abrangência regional ou nacional, englobando setores específicos ou transversais. De modo a ampliar continuamente as fontes de dados e metodologias disponíveis, está prevista a realização de novos ciclos da chamada pública.

Na primeira edição, foram recebidas 55 propostas de 33 instituições que participaram como proponentes, incluindo 13 do terceiro setor, 12 do poder público e oito do setor privado. "As propostas foram submetidas por instituições localizadas em todas as macrorregiões do País - sendo 24 do Sudeste, 20 do Centro-Oeste, 7 do Nordeste, 2 do Norte e 2 do Sul - com maior presença do Distrito Federal e do Sudeste", disse a pasta.

Após o fim do prazo de submissões, o Comitê Estratégico de Governança do Propag no MEC iniciará a fase de habilitação para verificar o cumprimento das exigências documentais. Posteriormente, uma comissão de especialistas será formada para avaliar o conteúdo das propostas, conforme o edital.

O resultado preliminar será anunciado em 9 de dezembro de 2025 no site do MEC, com posterior publicação das metodologias, ferramentas e estudos aprovados em uma plataforma pública de acesso aberto, que servirá de referência para gestores, pesquisadores e sistemas de ensino.

"Prevê-se, ainda, a utilização de ferramentas de inteligência artificial, desenvolvidas em parceria com o Sistema S, para apoiar a organização, a indexação e o acesso aos conteúdos disponíveis na plataforma, otimizando o uso das metodologias e promovendo maior integração entre os entes federativos", afirma o ministério.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirma que analisa o recente decreto de regulamentação do Propag, avaliando seus impactos e eventuais adequações necessárias para fins decisórios. "A atual gestão elaborou um plano de investimentos e metas para a ampliação da oferta de educação profissional técnica", disse. A Seduc esclarece que a chamada pública tinha caráter colaborativo e não era obrigatória.

De acordo com o MEC, o Programa Juros por Educação faz parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para fortalecer a educação profissional e tecnológica e facilitar a empregabilidade no Brasil. Essa estratégia inclui ao menos outras seis iniciativas, entre elas, o Programa Escola em Tempo Integral, que expandiu a jornada escolar para quase 8 milhões de matrículas em 2024.

Oferta de cursos técnicos articulada com demandas de trabalho

Uma metodologia desenvolvida pelo Itaú Educação e Trabalho, em parceria com várias secretarias estaduais, está entre as propostas submetidas ao MEC, de acordo com o Diogo Jamra, gerente de Monitoramento, Avaliação, Articulação e Advocacy da instituição.

"Atualmente, nós apoiamos 17 Estados, em fortalecimento das políticas de educação de ensino tecnológico no Brasil. Uma das ações é tentar construir metodologias para que eles organizem a oferta de cursos técnicos mais articulada com as demandas de trabalho. É preciso entender a demanda do setor produtivo hoje e futuramente", disse ele.

Para Jamra, outro ponto a ser destacado envolve a articulação intersetorial do governo, que é fundamental para entender essas metodologias de ofertas. "Tem alguns Estados que têm investimento para desenvolver sua economia articulada ao agronegócio, outros ao turismo, outros à indústria. Cada Estado tem a sua especificidade", reforça ele.

Desta forma, além da base de dados, o diálogo com o setor produtivo e a comunidade escolar é fundamental. "E tudo isso precisa estar em constante revisão, para saber se algo precisa ser atualizado. Também é preciso observar como será o ingresso aos cursos, que deve permitir o acesso de todos que têm interesse."

Jamra acrescenta que o Itaú Educação e Trabalho tem, inclusive, atuado para demonstrar que o curso técnico de nível médio não representa o fim da trajetória de formação de um profissional. "Defendemos que esse jovem verticalize esse desenvolvimento profissional e estudantil, seguindo seus estudos no ensino superior. São poucas as pessoas no Brasil que conseguem fazer o ensino superior sem ter que trabalhar. Quando se tem um curso técnico, a inserção é mais qualificada", defende ele.

Para Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação, o Programa Juros por Educação não só pode impulsionar o processo de expansão de vagas na educação profissional e tecnológica como contribuir decisivamente para a melhoria da qualidade do ensino. "Não é apenas uma agenda do ponto de vista de empregabilidade, é também uma agenda para tornar o ensino médio melhor, atribuindo mais sentido à escola e tornando-a mais atrativa para os jovens", avalia. Mas traz uma ressalva: "Para dar certo em escala nacional, é um tema que exige muita coordenação do governo federal junto às redes estaduais e apoio técnico e acompanhamento.

O diretor-executivo do Todos Pela Educação cita ainda que existem outras duas importantes alavancas para impulsionar a agenda da educação técnica em escala nacional. "A primeira é a reforma do ensino médio, que foi recentemente reformulada e integra a educação técnica ao currículo do ensino médio. Mudança importante que impulsiona todos os Estados no avanço da educação técnica atrelada ao ensino médio regular", disse.

Nogueira Filho destaca ainda a chamada dupla matrícula do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) como um incentivo significativo para os Estados ampliarem as vagas na educação técnica, pois permite que recebam o dobro do valor por aluno nessas vagas, em comparação com a educação regular, graças à renovação do Fundeb em 2020.

A megaoperação policial realizada na terça-feira, 28, nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi a ação com maior número de policiais mortos desde 2007, segundo dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF). Ao todo, quatro agentes morreram em confronto durante a operação, que deixou 121 mortos, de acordo com o governo.

Entre as vítimas estão os sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39. Ambos foram baleados durante o confronto e morreram no Hospital Getúlio Vargas. Outros dois policiais civis também morreram na operação: Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, chefe de investigações da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, de 34, da 39ª DP (Pavuna), que estava na corporação havia dois meses.

Desde 2007, apenas dois policiais tinham sido mortos em ações desse tipo na capital fluminense. O policial civil André Leonardo de Mello Frias, foi atingido na cabeça por um disparo de fuzil no Jacarezinho, em maio de 2021. O cabo da PM Bruno de Paula Costa foi atingido no pescoço e não resistiu ao ferimento durante uma operação no Complexo do Alemão, em julho de 2022.

A operação de terça-feira também foi a mais letal já registrada no Rio de Janeiro. Em coletiva de imprensa após os confrontos, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos na ação. As vítimas civis, no entanto, ainda não foram identificadas.

Durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29, moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 60 corpos à Praça São Lucas, segundo relatos locais. No início da tarde, todos os corpos tinham sido encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML). De acordo com o último balanço do governo estadual, 121 pessoas morreram, enquanto a Defensoria Pública contabiliza 132 vítimas.