Livro do Ano do Jabuti 2025: Como é 'O Ouvidor do Brasil', de Ruy Castro

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A principal categoria do Prêmio Jabuti 2025, a de Livro do Ano, foi para O Ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim, livro do jornalista, biógrafo e imortal da Academia Brasileira de Letras Ruy Castro.

Como recompensa, o autor levou R$ 70 mil e uma viagem completa à Feira do Livro de Londres, em 2026. O anúncio foi feito em uma cerimônia de premiação na noite de segunda-feira, 27, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Publicado pela Companhia das Letras, o livro também levou a categoria Crônica. Conforme indica o título, a obra busca contar, em 99 crônicas, a complexidade da figura de Tom Jobim (1927-1994), um dos maiores compositores da história da música brasileira.

O livro nasceu da admiração de Castro pela bossa nova e pelo trabalho de Tom Jobim, responsável por grandes clássicos do gênero. Como disse o jornalista e crítico musical João Marcos Coelho em resenha do livro publicada no Estadão, basta ler "uma frase, um parágrafo, para comungarmos deste amor desmedido (mas muito, muito justificado) pelo autor de Águas de Março, Sinfonia da Alvorada e Matita Perê."

Os 99 textos são curtos, entre quatro e cinco parágrafos, mas constroem de forma sucinta um retrato completo de Tom Jobim. As crônicas apresentam lados menos conhecidos do compositor e apresentam bastidores, fatos inéditos e histórias que unem personagens importantes da música brasileiras nas década de 1950 e 1960.

A 67ª edição do Jabuti premiou livros publicados em 2024, ano em que a morte do compositor completou 30 anos. Além de Ruy Castro, nomes como Tony Bellotto e Daniela Arbex foram premiados. Veja a lista completa.

Leia trechos de 'O Ouvidor do Brasil'

"Tom não se queixava do Brasil. 'É o único país do mundo com nome de árvore. E não tem mais esta árvore'. Queixava-se do brasileiro 'que acorda todo dia para destruir o Brasil' (...) 'De que adianta eu sentir saudade do Brasil se ninguém mais sente?'"

"Tom tinha horror a avião (...) Ao compor o 'Samba do Avião', em meados de 1962, queria apenas celebrar uma chegada ao Rio por esse meio, voltando de São Paulo - ele que, na época, só fazia esse trajeto de trem."

"Quando Vinicius de Moraes morreu em 1980 e deram o nome dele à tradicional rua Montenegro, Tom foi contra. Disse: 'Os carros agora passam por cima do Vinicius e os cachorros mijam nele'."

"Pelo fato de os cantores e compositores da bossa-nova gravarem-se uns aos outros, suas canções se espalharam e se eternizaram na memória das pessoas. E faziam isso porque os talentos eram mútuos e as admirações mútuas. A música não era um espelho, mas um caleidoscópio."

"Não parecia se interessar por música, só falava de palavras (...) Sabia nomear cada planta, bicho, acidente geográfico, tipo de vento e de estrela no céu. Certa vez, num avião, descobriu que a aeronave estava voltando porque as estrelas não estavam onde deveriam estar."

O Ouvidor do Brasil: 99 Vezes Tom Jobim

Autor: Ruy Castro

Editora: Companhia das Letras (232 págs.; R$ 79,90 / E-book: R$39,90)

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O Rio de Janeiro retornou ao estágio 1 às 6 horas da manhã desta quarta-feira, 29, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Na tarde de terça-feira, 28, a cidade entrou em estágio 2, após uma megaoperação deflagrada pelas policias Civis e Militar do Estado, com apoio do Ministério Público do Rio, que tinha na mira lideranças do Comando Vermelho (CV) e o combate ao tráfico de drogas nos complexos da Penha e do Alemão.

"O Estágio 1 é o primeiro em uma escala de cinco e significa que não há ocorrências de grande impacto. Neste estágio, podem ocorrer pequenos incidentes, mas que não interfiram de forma significativa na rotina do cidadão", disse o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.

Por volta das 7h, os meios de transportes operavam normalmente. Todas as vias estavam liberadas para o tráfego de veículos.

O município do Rio de Janeiro entrou no estágio 2 às 13h48 de terça-feira, devido a ocorrências policiais que interditaram, de forma intermitente, diversas ruas das zonas norte, oeste e sudoeste da cidade, impactando os modais de transportes e a locomoção da população pela cidade.

A operação, batizada de Contenção, já é considerada a mais letal da história do Estado. Até a tarde de terça-feira, por volta das 16h, eram 64 mortos (sendo quatro policiais) e 81 presos, incluindo Thiago do Nascimento Mendes ("Belão do Quitungo"). O número de mortos pode aumentar.

A facção reagiu e lançou bombas por meio de drones, o que transformou a região em um cenário de guerra, com reflexos em importantes vias da cidade, como a Avenida Brasil e a Linha Amarela.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou à União dez vagas em presídios federais de segurança máxima para transferir presos de alta periculosidade que lideram organizações criminosas no Estado.

"Acreditando que política de segurança pública se faz com diálogo e integração, pedi ao governo federal, então, imediatamente, dez vagas para transferência desses criminosos de alta periculosidade, mostrando que integração e diálogo é a nossa forma de fazer segurança pública", afirmou Castro.

O pedido ocorre no dia da megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, que deixou 64 mortos (sendo quatro policiais) e 11 feridos. O número de mortos deve aumentar, pois corpos encontrados na madrugada desta quarta-feira, 29, ainda não foram registrados oficialmente. A ação, considerada a mais letal da história da polícia fluminense, prendeu 81 suspeitos e apreendeu 93 fuzis.

Mais cedo,na terça, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, entrou em contato com o governador e informou a disponibilidade de vagas em presídios federais para receber os presos da operação. Também propôs uma reunião de emergência nesta quarta-feira, 29, no Rio, com a participação dele e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que cumpre agenda no Ceará.

Castro se reunirá nesta quarta-feira, às 9h30, no Palácio Guanabara, com a cúpula da Segurança Pública estadual para discutir os resultados da Operação Contenção e, em seguida, conversará por vídeo com governadores de outros Estados.

Ainda nesta terça-feira, após a ação, Castro afirmou que o Rio "enfrenta o crime organizado sozinho", sem apoio das forças federais. O Ministério da Justiça e Segurança Pública rebateu, dizendo que tem atendido "prontamente a todos os pedidos" de envio da Força Nacional e que, desde 2023, já acatou todas as 11 solicitações de renovação da presença da tropa no Estado.

O governo federal negou três pedidos de uso de blindados militares na segurança pública do Rio. Segundo interlocutores do Planalto, as solicitações foram recusadas por falta de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento que permite o uso das Forças Armadas em ações de segurança e que não foi solicitado por Castro.

A cidade de São Paulo está em estado de atenção para alagamentos na manhã desta quarta-feira, 29. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, a condição climática atinge a capital desde a madrugada.

"Áreas de instabilidade oriundas do interior paulista causam chuva de até moderada intensidade no fim da madrugada e início da manhã de quarta-feira na capital paulista. Há potencial para ocorrência de rajadas de vendo, áreas de alagamento intransitáveis e extravasamento de rios e córregos", afirma o CGE.

A capital amanheceu com céu nublado e fortes chuvas em algumas regiões da cidade, como zonas norte e leste. Há registro também de trovões em alguns bairros como Limão, na zona norte.

Até o momento da publicação desta nota, não havia registro de impactos das chuvas no funcionamento dos aeroportos de Guarulhos e de Congonhas. No site do Metrô de São Paulo, também não havia registro de interferências.

Estado de atenção para alagamentos:

- Zona Norte, às 5h28

- Zona Sul, às 5h28

- Zona Sudeste, às 5h28

- Zona Leste, às 5h28

- Zona Oeste, às 5h28

- Centro, às 5h28

- Marginal Tietê, às 5h28

- Marginal Pinheiros, às 5h28

Mais chuva nos próximos dias na cidade de SP

De acordo com a Meteoblue, a semana deve terminar bastante chuvosa, com precipitações mais fortes nesta quarta-feira, na quinta-feira, 30, e no domingo, 2. As temperaturas também vão cair, com a máxima abaixo dos 20ºC na quinta e na sexta-feira, 31.