Bocardi diz que demissão foi 'injusta' e revela batalha 'silenciosa e jurídica' contra a Globo

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O jornalista Rodrigo Bocardi classificou sua demissão da Globo como "uma grande injustiça". O comunicador concedeu uma entrevista ao Alpha Pod, apresentado por Celso Giunti na rádio Alpha FM, e falou sobre seu desligamento da emissora carioca em janeiro deste ano.

 

Durante o papo, Bocardi rebateu as acusações feitas contra ele no momento da demissão. "Pegue as 2 mil, 3 mil edições que apresentei do jornal e veja um dia que eu deixei de falar de alguém que deveria ter falado", afirma. "Na boa, o único cara crítico num jornal ao vivo, que criticava todo mundo, como é que iria oferecer um negócio sendo que não era só eu, não era só eu que tinha um comando sobre isso, não tinha. São várias pessoas, é uma equipe, o jornal é ao vivo, dinâmico."

 

Segundo o ex-âncora do Bom Dia São Paulo, ele trava uma batalha judicial contra a Globo. "Não quero mais falar sobre isso. A minha fala sobre isso é silenciosa e jurídica. Porque o que foi feito comigo foi uma grade de uma injustiça. Não existe nada que justifique aquilo."

 

O Estadão entrou em contato com a Globo e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

 

A demissão de Rodrigo Bocardi da Rede Globo, após 25 anos de casa, foi anunciada em 30 de janeiro deste ano. Segundo comunicado da emissora, ele foi desligado por "descumprir normas éticas".

 

"Rodrigo Bocardi, que apresentava o telejornal paulista, foi desligado por descumprir normas éticas do Jornalismo da Globo. Como é de conhecimento de todos, a empresa não comenta decisões de compliance", informou a nota da emissora. Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Globo descobriu que Bocardi dava consultoria e media training para empresas e políticos, cobrando R$ 55 mil a hora.

 

Após a demissão, o comunicador se manifestou em seu Instagram e disse estar tranquilo.

 

"Vou fazer aqui um depoimento no improviso, da maneira que eu gosto, sem texto, sem nada, para agradecer. Agradecer à TV Globo, 25 anos, um quarto de século. Quanto aprendizado, quanta oportunidade. A gente fez muita coisa, a gente chorou, a gente sorriu, a gente se divertiu. Eu quero dizer que nesse período eu atuei da mesma forma, com os mesmos princípios. É isso que deixa a minha consciência tranquila, bem tranquila."

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Quanto maior o crescimento da cabeça - do perímetro cefálico, em específico - no primeiro ano de vida, maior o quociente de inteligência (QI) aos 18 anos de idade. É o que aponta uma pesquisa conduzida por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), realizada em parceria com a Universidade de Oxford e com apoio da Umane.

Estudos anteriores já apontavam que o tamanho da cabeça no nascimento era um fator determinante para a média de QI na vida adulta. O novo estudo, no entanto, mostra que a mudança na medida no início da vida também pode contribuir para o desempenho cognitivo na vida adulta.

"Diversos fatores podem comprometer o crescimento do cérebro durante a gestação, como o tabagismo materno e a ocorrência de infecções na gravidez. A boa notícia é que, mesmo quando a criança nasce com a cabeça pequena, o desenvolvimento posterior pode favorecer a melhora do QI", destaca Marina de Borba Oliveira Freire, autora do estudo e doutora pelo programa de pós-graduação em epidemiologia da UFPel.

A pesquisa é fruto da tese de doutorado de Marina e utilizou os dados de mais de 4 mil bebês acompanhados ao longo de 30 anos, entre 1993 e 2023, na Coorte de Nascimentos de 1993 na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Os dados indicam que, a cada aumento de um desvio-padrão (medida que compara o desenvolvimento de uma criança em relação a outras da mesma idade) no perímetro cefálico durante o primeiro ano de vida, o QI na vida adulta tende a ser 1,3 ponto mais alto. E aumentos maiores podem gerar mais pontos no QI, ou seja, a elevação é proporcional.

Esse efeito, segundo a autora, é ainda mais forte quando o crescimento ocorre nos primeiros seis meses, fase considerada crucial para o desenvolvimento do cérebro.

O estudo cita o exemplo de um menino que nasceu com 31,9 cm de perímetro cefálico, valor abaixo do registrado em 97% dos nascimentos masculinos, conforme os padrões da Curva de Crescimento Infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao longo do primeiro ano, a criança alcançou 46,1 cm, a média esperada para a idade. Esse "salto" representou uma previsão de QI, aos 18 anos, três pontos acima do que ele teria se tivesse mantido a mesma diferença inicial em relação aos meninos de sua idade.

"A ideia para os próximos passos é justamente tentar entender quais fatores estão relacionados com o crescimento do perímetro encefálico para investir em políticas públicas que possam melhorar o momento inicial da vida, mas que vão ter impacto lá na frente", pontua Marina.

Apesar da necessidade de mais estudos, a pesquisadora cita que alguns fatores podem ajudar no desenvolvimento do perímetro cefálico dos bebês, como a amamentação exclusiva, estimulação adequada para a idade e construção de vínculos.

Segundo Evelyn Santos, gerente de investimento e impacto social da Umane, todas as unidades de saúde do País são orientadas a realizar consultas mensais de acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e vacinação até o sexto mês de vida. Após esse período, o acompanhamento deve ocorrer a cada três meses até o bebê completar um ano.

"Quando pensamos em termos populacionais - considerando, por exemplo, que mais de 100 mil crianças nascem por ano em São Paulo -, acompanhar o desenvolvimento pleno desse grupo é fundamental para garantir que a maioria alcance todo o seu potencial no futuro, seja em aspectos como QI ou nas relações desse indicador com outras dimensões da vida", diz a gerente.

Evelyn também destaca que a atenção primária tem um papel fundamental nessa questão. "Hoje, temos uma boa cobertura em vários municípios do Brasil. Quando o médico de família está presente nas equipes, ele realiza o acompanhamento integral de todas as famílias e está capacitado para monitorar o desenvolvimento infantil, encaminhando para um pediatra ou uma rede mais especializada caso seja identificado algum desvio."

"Então, conseguir fazer com que essas famílias sejam atendidas na atenção primária é muito importante", adiciona.

O que é QI?

QI é uma medida usada para avaliar a capacidade intelectual de uma pessoa em relação à média da população. Ele é calculado a partir de testes padronizados que analisam habilidades como raciocínio lógico, compreensão verbal, memória e resolução de problemas. A pontuação média é geralmente 100, e valores acima ou abaixo indicam desempenho superior ou inferior ao esperado.

Embora o QI ofereça uma estimativa do potencial cognitivo, ele não abrange todas as formas de inteligência, como criatividade, habilidades sociais ou emocionais. Marina reconhece essa limitação, mas explica que, ainda assim, a medida é uma das melhores formas disponíveis para medir inteligência.

O Brasil chegou a nove mortes confirmadas por intoxicação por metanol, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 20. Os casos confirmados subiram para 47. No relatório anterior, divulgado na sexta-feira, 17, eram oito óbitos e 46 casos confirmados

De acordo com o boletim mais recente, o aumento de mortes confirmadas se deve a um óbito registrado no Paraná. A Secretaria de Saúde do Estado informou que a vítima foi um homem de 55 anos, morador de Foz do Iguaçu (PR).

Ele procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na última terça-feira, 14, com fortes dores abdominais e relatou ter ingerido bebida alcoólica no dia anterior. Exames laboratoriais confirmaram a presença de metanol no organismo.

As outras mortes confirmadas até momento foram em São Paulo, com seis registros, e em Pernambuco, onde duas pessoas morreram. Há sete mortes suspeitas em investigação.

Os 47 casos confirmados de intoxicação pela substância ocorreram em quatro Estados: São Paulo, com 38 casos confirmados, Paraná (5), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1).

O boletim do ministério aponta que ainda existem 57 suspeitas de intoxicação em investigação no País. Outras 578 notificações foram descartadas.

Em relação aos casos em investigação, são analisados 26 em Pernambuco, 19 em São Paulo, três no Piauí, dois no Rio de Janeiro, dois no Paraná, casos isolados no Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Tocantins.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta segunda-feira, 20, o consumo do azeite extra virgem Ouro Negro e do Chá do Milagre ("pó do milagre" ou "pozinho do milagre") e suspendeu a comercialização, a distribuição, a divulgação e o consumo de 13 lotes do sal do Himalaia da empresa Kinino.

No caso do sal do Himalaia, a medida foi anunciada após a fabricante, a H.L. do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios, responsável pela Kinino, comunicar o recolhimento voluntário do produto.

Laudos emitidos pelo Instituto Adolfo Lutz apontaram que os lotes apresentaram teor de iodo abaixo do estabelecido na legislação. O mineral é obrigatoriamente adicionado ao sal de cozinha no Brasil para garantir níveis mínimos de consumo e reduzir a incidência de doenças relacionadas à sua deficiência, como bócio (aumento de volume na tireoide).

Os lotes suspensos tinham prazo de validade até março de 2027. Veja a lista:

MAR 257 1

MAR 257 2

MAR 257 3

MAR 257 4

MAR 257 5

MAR 257 6

MAR 257 7

MAR 257 8

MAR 257 9

MAR 257 10

MAR 257 11

MAR 257 12

MAR 257 13

O Estadão entrou em contato com a Kinino, mas não obteve retorno. Caso a demanda seja respondida, o texto será atualizado.

Azeite

O azeite extra virgem Ouro Negro, que teve todos os lotes proibidos, foi alvo da Anvisa por ter origem desconhecida e por ter sido desclassificado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Além disso, no rótulo do produto, consta que ele é importado pela Intralogística Distribuidora Concept, empresa com CNPJ suspenso na Receita Federal.

O Estadão não conseguiu localizar o responsável pela empresa.

Chá do milagre

Outro produto proibido foi o Chá do Milagre. O item foi alvo da agência porque sua composição, classificação e fabricante são desconhecidos.

Outra irregularidade identificada foi a divulgação do chá no Facebook e no Instagram com alegações medicinais. As postagens associavam o produto a supostos benefícios terapêuticos, como emagrecimento, combate à ansiedade e à insônia, prevenção de câncer e estímulo sexual. Essa prática não é permitida para produtos como alimentos e chás.