Teatro Contêiner recebe apoio de grupos teatrais em carta conjunta contra a ação de despejo

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O Teatro de Contêiner Mungunzá, que recebeu ordem de despejo da Prefeitura de São Paulo com prazo de 15 dias na última quarta-feira, 28, recebeu o apoio de mais de 40 teatros de São Paulo e 60 coletivos. Em uma carta assinada por todos, eles pedem que o espaço na Santa Ifigênia seja mantido.

 

Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista, alega na ordem de despejo que o terreno será usado como um "hub de moradia social". Os artistas, no entanto, alegam que o local contribui para a cultura e para a formação social da população e que outros prédios da região que foram reivindicados com o mesmo argumento não tiveram esse destino.

 

No Instagram, o Teatro de Contêiner Mungunzá falou sobre a carta, mas não revelou seu conteúdo.

 

"Fechar o Teatro de Contêiner é inadmissível. O poder público deveria estimular os teatros, jamais despejar um espaço cultural vivo e pulsante. Teatros de São Paulo unidos em defesa do Teatro de Contêiner: são mais de 60 assinaturas de coletivos da cidade reunidas em apoio a nossa permanência", diz a legenda.

 

A Companhia Mungunzá de Teatro é responsável pelo Teatro de Contêiner que ocupa o terreno na Rua dos Gusmões, no centro de São Paulo, desde 2016. Segundo o coletivo, o local estava em desuso.

 

Ao Estadão, Marcos Felipe, ator e produtor pela companhia, já havia afirmado: "O Teatro de Contêiner é referência no seu trabalho com a comunidade, um ponto turístico da cidade. É inadmissível que a gente destrua um equipamento de cultura para a construção de mais um prédio".

 

Por que o Teatro do Contêiner vai ser despejado?

 

O Estadão obteve acesso à notificação judicial que ordena o despejo do teatro, sob a justificativa da construção de um conjunto habitacional no local.

 

Lê-se, no documento, a explicação da ordem: "A Prefeitura de São Paulo entende que a área onde está situada atualmente o Teatro de Contêiner é um ponto estratégico para que seja instrumentalizado um novo programa habitacional municipal.

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Um incêndio de grandes proporções atinge um galpão com materiais recicláveis localizado na altura do número 272 da Rua Sinumbu, na Liberdade, região central da capital paulista, nesta quinta-feira, 16.

O acionamento do Corpo de Bombeiros foi feito por volta das 17h40. Até a publicação deste texto, ao menos nove viaturas e 28 militares foram deslocados para o controle das chamas. Ainda não há informação sobre vítimas e sobre as causas do incêndio.

A Rua Sinumbu é uma travessa da Rua Barão Iguape e desemboca no encontro da Rua Glicério com a Rua da Glória. Nas proximidades do galpão, há imóveis e outros terrenos, que podem ser atingidos pelas chamas.

Imagens captadas pela TV Globo mostram o fogo saindo pelo teto do galpão, já danificado pelo incêndio, junto de uma grande coluna de fumaça densa. Cerca de uma hora depois do chamado aos bombeiros, o fogo ainda consumia o galpão.

Informações preliminares apontam que o local se trata de um depósito de material reciclável. Os bombeiros buscam acessar o interior do espaço para tentar fazer a retirada deste material e controlar o fogo, segundo a porta-voz do Corpo de Bombeiros, Karol Burunsizian.

"A gente está controlando as chamas ainda. Tem bastante chama no interior (...). Possui muito material reciclável e estamos buscando ter acesso por outra rua para acessar outro foco de incêndio", disse Karol ao programa Brasil Urgente, da Band.

Ela afirma que não há vítimas no local. "No piso superior tem residências, mas não há ninguém, não tem vítimas. Os bombeiros fizeram a varredura e não há vítimas nessa ocorrência".

A porta-voz acrescenta que a preocupação é controlar o incêndio e impedir que o fogo atinja edificações vizinhas. Após o combate às chamas, a perícia deverá ser chamada para fazer a vistoria e investigar as causas do incêndio.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Faierstein, afirmou que haverá um esforço do órgão regulador para participar da discussão sobre a cobrança por bagagens pelas companhias aéreas, buscando conciliar preocupações de consumidores e das empresas. O tema voltou a ganhar repercussão após reação do Congresso Nacional contra tarifas extras anunciadas pela Gol no mesmo molde já praticado pela Latam.

"Conversei com o presidente Hugo Motta sobre as preocupações do Congresso quanto à cobrança por bagagens. Queremos reduzir custos das passagens, mas não podemos criar dificuldades para as empresas operarem no Brasil", afirmou em coletiva de imprensa no início da noite desta quinta-feira, 16, referindo-se a diálogo presidente da Câmara.

Mais cedo, o deputado Da Vitória (PP-ES) apresentou projeto que estabelece que é direito do passageiro levar bagagens de mão sem cobrança adicional. Motta (Republicanos-PB) afirmou na rede social X que pautará um requerimento de urgência para o projeto.

As passagens que preveem essas taxas são praticadas apenas pela Latam e agora devem ser iniciadas pela Gol. Porém, em ambos os casos, só se aplicam para rotas internacionais. O texto do projeto de Da Vitória diz que a gratuidade deve se dar também para as rotas internacionais.

Faierstein disse na coletiva que a extensão da regra para viagens entre o Brasil e o exterior afetaria as companhias estrangeiras, aumentando os desafios do País para se conectar com o resto do mundo. "O regulamento atual da Anac permite cobrar bagagens em linhas internacionais", destacou.

O tema enfrenta forte oposição do Congresso há muitos anos. Em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro vetou a volta do despacho gratuito de bagagem em voos, ao sancionar a Lei 14.368, que flexibilizou regras do setor aéreo. Desde então, o veto está pendente de análise pelos parlamentares.

O diretor-presidente da Anac afirmou que não é possível, neste momento, apontar quais termos poderão pacificar o entendimento entre o Congresso e as companhias aéreas, que foram demandadas para que se manifestem sobre o assunto. "Companhias se mostraram dispostas a dialogar", acrescentou.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação contra um grupo criminoso que despachava malas com cocaína para a África pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Foram cumpridos cinco mandados judiciais de busca e apreensão e quatro de prisão. Dinheiro em espécie, uma moto e dois veículos de luxo foram apreendidos. Entre os suspeitos está um funcionário do terminal, segundo a PF.

Os suspeitos não tiveram os nomes divulgados, o que impossibilitou o contato com as defesas. A reportagem procurou a concessionária do aeroporto, a GRU Airport, e aguarda retorno.

As investigações tiveram início no dia 12 de junho, quando o grupo tentou introduzir três malotes contendo cerca de 160 quilos de cocaína na área restrita do aeroporto. A ação foi flagrada: um militar da Aeronáutica percebeu a movimentação suspeita e acionou a Polícia Federal.

A PF apreendeu a droga e atuou para identificar o modus operandi da organização criminosa. Os alvos foram identificados a partir da análise de imagens de câmeras, registros de acesso e movimentações internas no aeroporto.

De acordo com a investigação, o grupo utilizava dois veículos, sendo que um deles atuava como "batedor", monitorando a presença de policiamento no entorno do aeroporto. O outro transportava o entorpecente até a área restrita do aeroporto. Nesse local, um funcionário do terminal, também envolvido no esquema, desviava a droga até a aeronave com destino a Joanesburgo, na África do Sul.

Do país sul-africano, segundo a PF, o entorpecente seria distribuído para outras nações do continente e seguia também para a Europa. O grupo mantinha conexões com redes internacionais de tráfico de cocaína. Durante a operação denominada Denied Drop (queda negada, em tradução livre), os agentes cumpriram mandados em regiões próximas ao aeroporto, em Guarulhos, e em outras cidades da região.

Troca de etiquetas

A nova operação da PF mostra que o aeroporto de Guarulhos continua sendo usado como rota para despachar drogas para o exterior por grupos criminosos. Em julho deste ano, a PF prendeu um dos líderes de uma quadrilha que trocava etiquetas de bagagens de passageiros para o envio de cocaína para a Europa. O esquema foi descoberto em 2023, após a prisão de um casal de brasileiras na Alemanha por suposto tráfico de drogas.

Elas foram detidas ao desembarcar no aeroporto alemão com cerca de 40 kg de cocaína nas malas que não eram delas: as etiquetas de suas bagagens tinham sido colocadas nas malas com drogas no aeroporto onde embarcaram, em Guarulhos. Mesmo inocentes, elas ficaram detidas durante 38 dias. As brasileiras só foram libertadas depois que o Ministério Público alemão recebeu o inquérito da PF brasileira comprovando a troca de etiquetas e autorizou a soltura delas.