'Beleza Fatal', primeira novela da Max, questiona os limites da vingança; conheça a trama

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A mocinha clássica (ou nem tanto), a vilã inescrupulosa e carismática e a grande mãe de família. Beleza Fatal, primeira novela do autor e escritor Raphael Montes estreia nesta segunda-feira, 27, na Max, com todos os elementos clássicos de uma telenovela. A trama terá 40 capítulos - eles serão disponibilizados em blocos de cinco episódios por semana.

 

Além do Brasil, Estados Unidos, Portugal e toda a América Latina poderão assistir à produção, a primeira incursão original da Max no gênero no Brasil. A plataforma dedicada às séries abrigará um produto que evoca o formato de série nos primeiros quatro primeiros capítulos. No quinto, encontra, enfim, sua vocação: a de ser um novelão.

 

Na história, Lola, personagem de Camila Pitanga consegue sair do interior para morar no Rio de Janeiro. Ambiciosa, ela trabalha como secretária de Rog, o Dr. Peitão, cirurgião plástico inescrupuloso interpretado por Marcelo Serrado. Sofre assédio moral e sexual, mas se mantém firme na busca de seu ideal: montar uma clínica de estética e ficar rica.

 

O vento passa soprar a favor de Lola quando ela se torna cúmplice de Dr. Peitão e do rico e famoso cirurgião Benjamin Argento (Caio Blat) na morte de uma jovem aspirante à modelo que, por imprudência dos dois, morre nas dependências da clínica. Flagrada pelo marido, o policial Rubem (Rei Black), Lola comete um assassinato. Convence sua prima, a simplória Cléo (Vanessa Giácomo) a assumir o crime. Livre da cadeia e com os dois médicos nas mãos, ela começa sua ascensão meteórica.

 

Sofia, filha de Cléo, interpretada por Camila Queiroz, fará de tudo para vingar o que Lola fez com a mãe dela. Já adulta, ela se torna assistente da vilã, que não sabe que ela é a menina que humilhou no passado. Elvira, personagem de Giovanna Antonelli, a terceira protagonista da novela, é o ponto de apoio e o equilíbrio da jovem.

 

"Conforme você avança nos capítulos, percebe que Lola não é um monstro. Ela tem seus traumas e medos. A mocinha (Sofia) tem boas intenções. Ela entra em uma jornada de vingança, pois sofreu uma grande injustiça. Mas, até que ponto você pode ir para lutar por justiça? Ao fazer essas perguntas na novela, faço-as também a quem está assistindo", diz Montes ao Estadão.

 

Conhecido pelo roteiro de Bom Dia, Verônica, série de sucesso da Netflix, e por livros como Jantar Secreto e Uma Família Feliz, Montes questiona a moral de cada um - não apenas por meio de Lola, mas também de Sofia, Elvira e de tantos outros personagens, como o cirurgião bem sucedido e corruptor Átila Argento (Herson Capri) e a policial corrompível Viviane (Naruna Costa).

 

"Nós vivemos na tentativa de ser uma pessoa correta e ética, que espero que todos queiram ser, mas, eventualmente, cometemos deslizes, e nos arrependemos também", justifica Montes. O autor teve a supervisão do experiente Silvio de Abreu para escrever Beleza Fatal. A direção é de Maria de Médicis, igualmente experimentada em produções da TV Globo.

 

Camila Pitanga, a Lola, também defende sua personagem. "Ela é inescrupulosa e assassina. Tem uma inimiga oculta (Sofia), e não espera por isso. Por conta da luta que ela trava para manter seu lugar, e com suas constantes derrocadas, Lola se torna fascinante para o público", diz a atriz.

 

Do outro lado, Sofia, obcecada pela vingança, diz Camila Queiroz, perde a mão do que é o suficiente para punir Lola. "Ela acha que vai se curar se ela prejudicar quem a prejudicou. Não tem limite. Mas veremos o preço disso", conta Queiroz.

 

Elvira Paixão, de Giovanna Antonelli, é a personagem popular de Beleza Fatal. Dona de casa que se vira entre mil profissões para pagar o aluguel no fim do mês. Apesar da tragédia da morte da filha, vítima do Dr. Peitão, sempre vê o lado positivo da vida. "É uma brasileira de garra, uma leoa. Os pequenos deslizes dela têm causa nobre. Nunca é só por ela. Se ela consegue um filé mignon, chama os vizinhos todos. A família Paixão é o coração da novela, a parte da justiça", explica Antonelli.

 

As injustiças do dia a dia

 

Além de vingança, justiça e poder, Beleza Fatal aborda outros temas - com ousadia. Dr. Peitão é um desses cirurgiões conhecidos por estarem na TV o tempo todo, sempre com o ego inflado. Entra aí, a discussão sobre os limites dos procedimentos estéticos, não só em sua clínica instalada em um shopping center, como também na renomada Clínica Argento.

 

Átila Argento trava grandes embates com o filho Benjamim. Cobra ética do herdeiro inconsequente. No entanto, expulsa uma mulher transexual de sua clínica. "Não quero esse tipo de gente aqui", grita, na frente dela.

 

Andréa, interpretada por Kiara Felippe, professora de dança da neta de Átila, será acolhida pelo Dr. Tomás, personagem de Murilo Rosa. Mais do que isso. Os dois viverão um romance. Tudo posto de forma natural, sem estereótipos. "O Tomás sente que falta alguém na vida dele. Quando ele se envolve com a Andrea, todo mundo fica contra ele. Ele se coloca na dor da Andréa. É um homem se apaixonando por uma mulher e ponto", explica Murilo.

 

A representatividade de raça também é posta de maneira fluente. Romaní, intérprete do policial Gabriel, filho de Lola, afirmou na coletiva de imprensa da novela que essa é a segunda oportunidade em que não é escalado para interpretar um bandido em uma produção.

 

"Ser um policial civil, correto, não branco, tatuado, soa como algo normal na novela. Não é algo 'olha aí a representatividade'. É bom poder trabalhar, fazer todo tipo de personagem", diz o ator e cantor, com ascendência libanesa e cigana, ao Estadão.

 

O ator Breno Ferreira, que dá vida a Alec, parceiro e amor de Sofia, vai na mesma linha de raciocínio de Romaní. "Meu personagem anda de terno, vive em uma família fundada no amor. Em um País como o nosso, tive a sorte de nunca ter feito um traficante, mas tive muitos convites para fazê-los. Não é confortável", diz.

 

Ferreira diz que a novela é "corajosa" em escalar atores pretos em diversos personagens, com relevância na trama para além da questão racial. "Sou um homem preto, retinto, brasileiro. Isso está posto. Meu corpo já é político. Às vezes, não querer falar sobre isso é um presente para nós", finaliza.

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O projeto de lei do novo licenciamento ambiental foi aprovado no Congresso Nacional ainda neste mês de julho, após a Câmara dos Deputados dar aval a mudanças no texto feitas pelo Senado Federal.

Defensores do texto apontam morosidade e excesso de exigência no modelo atual. Já os críticos veem riscos ecológicos com a reforma.

Outro risco é de contestações jurídicas caso a caso, especialmente em projetos isentos de licença. Também pode parar na Justiça a definição dos parâmetros para classificar quais os empreendimentos de pequeno e médio portes, por exemplo, uma vez que cada Estado poderá adotar seus critérios.

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Ao Estadão, Marina disse que o novo licenciamento ambiental é "extremamente duvidoso". "Os defensores do PL do Licenciamento Ambiental alegam que ele trará modernização e redução da burocracia, mas ocorrerá exatamente o contrário", afirmou a ministra. "Ao não explicitar as competências dos conselhos nacional e estaduais de meio ambiente no estabelecimento de regras para o licenciamento, o projeto abre enorme terreno para a judicialização."

Entre os pontos que podem ser apontados como inconstitucionais, segundo especialistas, estão:

- a Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), autodeclaratória e já aplicada para empreendimentos de baixo porte em alguns Estados e cidades. Agora o modelo é previsto para todo o País e inclui empreendimentos de médio porte. Mas o STF já julgou inconstitucional, em ao menos três ações, a dispensa de licença para empreendimentos de médio impacto.

- dispensa da licença para boa parte das atividades de agronegócio e infraestrutura.

- a nova lei só prevê consulta à Funai em terras indígenas ou quilombolas homologadas, o que pode ser visto como uma violação ao direito constitucional desses grupos.