Roteiro é fiel ao livro que deu origem ao filme 'Conclave', mas acrescenta algumas nuances

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O livro que deu origem ao filme Conclave, de Edward Berger, foi publicado originalmente em 2016 por Robert Harris e traduzido no Brasil pela Alfaguara. A história se concentra nas complexidades e na política em torno da eleição de um papa, bem como em toda a ação de bastidores entre os cardeais que tal evento requer.

 

O roteirista Peter Straughan segue bem de perto o texto original. Mais do que isso, é capaz de acrescentar novas camadas ao trabalho concebido pelo escritor inglês. Ele já fizera algo parecido na ótima versão de O Espião Que Sabia Demais, clássico de John Le Carré transportado para as telonas em 2011.

 

Conclave, o filme, reformula elementos do livro de forma sutil, incluindo nomes de personagens, nacionalidades e até mesmo a estrutura de algumas passagens, sem deixar de replicar os momentos-chave, como o final fantástico e surpreendente desse thriller papal.

 

No livro, o nome do personagem principal é Cardeal Lomeli, de origem italiana, enquanto no filme ele é chamado de Cardeal Lawrence, alteração motivada pela escalação do britânico Ralph Fiennes para o papel. Protagonista complexo, o decano tem orgulho da sua solidão e, mesmo frágil pela idade, se vê como um "guerreiro dentro de um castelo medieval".

 

Mudança similar ocorre com o Cardeal Bellini (Stanley Tucci) nas telonas. A decisão de americanizá-lo se deve provavelmente a uma tentativa de ressaltar a natureza global da Igreja Católica no século 21, ainda mais por se tratar de uma figura cuja mentalidade é mais progressista e liberal, ao contrário do conservador Cardeal Tedesco, vivido por Sergio Castellitto. Outros destaques são John Lithgow como o Cardeal Tremblay, canadense moderado, e Isabella Rossellini, como a freira Agnes.

 

Cargos

 

Harris faz questão de deixar claro, no início, que, embora tenha usado os títulos reais (arcebispo de Milão, decano do Colégio dos Cardeais e assim por diante), não se inspirou em quem ocupava o cargo na vida real. "Da mesma maneira, a despeito de semelhanças superficiais, o Santo Padre falecido em Conclave de modo algum pretende ser um retrato do papa atual", reforçou.

 

No livro, há muito contexto histórico e informações que podem não ser tão fáceis de digerir. Algumas delas, no entanto, são curiosas. Por exemplo: a preocupação excessiva dos cardeais para que o embalsamamento do corpo de um papa seja bem-feito. O tema atormenta o pontificado desde o ocorrido com Pio XII, cujo cadáver explodiu em frente à arquibasílica de São João de Latrão, em 1958.

 

O filme, por outro lado, evita esse tipo de digressão e vai direto ao ponto para desenrolar a trama em duas horas, de modo ágil como um bom suspenses investigativo deve ser. Tudo transcorre de forma simples: o papa morre, cardeais se reúnem na Capela Sistina, há a primeira votação, a segunda votação, a terceira votação, e assim por diante, até a fumaça branca emanar pela chaminé. Cada estágio é acompanhado por alguma nova reviravolta ou mistério.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um laudo da Polícia Federal concluiu que a ponte Juscelino Kubitschek, na BR-226, entre os Estados de Tocantins e Maranhão, caiu por falta de manutenção e reformas mal executadas, além de negligência e descaso por parte do poder público. As informações foram divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo.

A ponte sobre o Rio Tocantins desabou no dia 22 de dezembro, deixando 14 pessoas mortas e outras três desaparecidas até hoje. A estrutura tinha 533 metros de extensão e foi inaugurada em 1961. A ponte ficava entre os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), na divisa entre os dois Estados.

Segundo o laudo, a ponte foi cedendo em um período de 15 e 30 segundos e o vão central desabou em menos de um segundo. Os técnicos dizem que, ao longo do anos, a estrutura da ponte não suportou o aumento de veículos e da carga transportada por caminhões no local.

A última grande reforma ocorreu entre 1998 e 2000. Segundo o laudo, nessa intervenção, foi colocado um reforço na lateral da ponte, retirada a camada original de concreto no chão e aplicada uma nova camada de asfalto. O reforço lateral "foi arrancado do concreto feito fita crepe" no desabamento, segundo o perito Laércio de Oliveira Silva Filho. Não se sabe o motivo da colocação do asfalto, e essa obra pode ter comprometido a estrutura da ponte.

Um relatório encomendado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) publicado em 2020 concluiu que a estrutura era "sofrível e precária" e recomendou reformas na ponte. Uma licitação foi feita em 2024 para selecionar uma empresa e fazer a obra, mas a disputa não teve vencedor e a ponte caiu antes de qualquer revitalização.

O laudo foi encaminhado para o delegado da Polícia Federal que investiga o caso. "Houve uma omissão por parte de agentes públicos quanto à manutenção da obra. Então, não posso falar que esse desastre foi um caso fortuito ou uma força maior. Ele foi anunciado e era plausível que ele poderia acontecer", disse o delegado Allan Reis de Almeida.

O DNIT afirmou à TV Globo que uma comissão técnica concluiu a apuração do acidente e encaminhou o relatório para a corregedoria do órgão. O Ministério dos Transportes disse que o superintendente regional do DNIT no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, foi exonerado em abril e reforçou que uma nova ponte será entregue em dezembro deste ano. Pereira, por sua vez, disse ser inocente e negou responsabilidades sobre a tragédia.

Após a queda da estrutura em dezembro, o diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, afirmou que o órgão tinha responsabilidade sobre a tragédia. O Ministério dos Transportes fechou um contrato emergencial de R$ 171 milhões para reconstruir a estrutura, com previsão de entrega em dezembro de 2025.

Conforme o Estadão mostrou, o Congresso Nacional mandou R$ 35,6 milhões em emendas parlamentares para as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ligadas pela ponte, mas nenhum recurso foi direcionado para a estrutura, e sim para shows, luzes de LED e outros projetos.

A Polícia Civil prendeu neste sábado, 26, mais um suspeito de participar da onda de vandalismo que atinge os ônibus da capital e da região metropolitana de São Paulo. Ao todo, são 19 presos por ataques aos transportes coletivos no Estado.

O caso aconteceu no Brás, região central da cidade. Um homem de 31 anos foi flagrado vandalizado dois ônibus na Rua João Teodoro, conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP). Ele fugiu na sequência.

A Polícia Militar foi acionada e, após os relatos dos motoristas, os agentes localizaram o suspeito. O homem não teve a identidade revelada e, por isso, não foi possível localizar a sua defesa. Ele foi detido e permanece à disposição da Justiça.

O caso foi registrado no 8°DP (Brás) como dano, perigo para vida ou saúde de outrem e atentado contra a segurança de outro meio de transporte, informou a SSP-SP.

Outro homem, de 33, também foi detido neste final de semana após atentar contra um ônibus na Rua Doutor Luís Aires, zona leste da capital. Segundo a SSP, após ter uma carona negada pelo motorista, o suspeito passou a chutar o coletivo, a jogar latas de cerveja e arremessou uma pedra que acabou quebrando um vidro traseiro do veículo.

Informações preliminares apontam que ele estava sob efeito álcool ou drogas - ou os dois. De acordo com a secretaria, como a intenção do homem não "vandalizar o coletivo em si", a sua prisão não foi incluída na lista de pessoas detidas por atacar intencionalmente o ônibus.

"As forças de segurança do estado seguem empenhadas na identificação e detenção dos autores de ataques a ônibus. Até o momento, 19 suspeitos já foram presos", informou a SSP-SP.

Dois deles são os irmãos Edson e Jorge Campolongo, que admitiram a participação em, ao menos, 18 ataques em diferentes cidades - São Bernardo do Campo, Osasco e capital. Um terceiro foi detido na sexta. Ele foi flagrado arremessando uma pedra contra um coletivo que estava parado em um semáforo na Avenida Cupecê, zona sul (veja o vídeo acima).

A onda de depredações de ônibus já soma mais de 500 casos apenas na capital, nos cálculos da SPTrans. Os atos de vandalismo ficaram mais intensos depois de 12 de junho. Em resposta à série de ataques, a Prefeitura colocou 200 guardas civis metropolitanos dentro dos ônibus para reforçar a segurança - as linhas onde os agentes circularão não foram divulgadas por estratégia. Há o plano ainda de colocar 200 policiais militares no interior dos ônibus para reforçar a proteção, que ainda está em discussão.

"Os delitos cometidos na cidade de São Paulo e região metropolitana continuam sendo investigadas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Capital, com o apoio de unidades regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER)", acrescentou a Secretaria da Segurança Pública.

Roberto Loscalzo, fundador da pizzaria Veridiana, em São Paulo, teve sua morte anunciada na noite de sábado, 26, aos 81 anos de idade. A informação foi divulgada no perfil do restaurante no Instagram. A causa não foi informada.

Segundo o estabelecimento, Loscalzo "foi o criador de todo o estilo" da pizzaria, com foco em ambiente e hospitalidade acolhedores. "Roberto acompanhava as unidades todas as noites, com olhar atento e generoso. Foi nossa principal referência e deixa um legado que levaremos adiante com muito amor".

O comunicado informa que as três unidades da pizzaria Veridiana serão mantidas abertas "em sua homenagem, exatamente como ele gostava de ver". "Seguiremos honrando sua memória, com o coração cheio de gratidão".

Roberto Loscalzo e a Veridiana Pizzaria

Com o conceito de ser um "restaurante que serve pizzas", a Veridiana Pizzaria completou 25 anos na capital, onde tem três unidades, no último mês de junho. Em média, são 35 mil pizzas assadas todos os meses. A instituição também chegou à 11ª posição no Top 50 Pizzas da América Latina.

A Veridiana Pizzaria foi fundada por Roberto Loscalzo e Tonino Grieco no bairro de Higienópolis. Mas, recentemente, a gestão estava a cargo de Jeremias Pereira e Nina Loscalzo.