Como Tatá Werneck, 5 famosas que falaram abertamente sobre abusos que sofreram

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Alerta: o texto abaixo trata de temas sensíveis como abuso sexual e assédio

Tatá Werneck revelou ter sido vítima de abuso sexual. A declaração foi feita durante o último episódio de seu programa, Lady Night, exibido na última segunda-feira, 4. Ela fez a revelação enquanto entrevistava a atriz Débora Falabella, que está em cartaz com a peça Prima Facie, na qual interpreta uma vítima de violência sexual.

A apresentadora chorou ao explicar que a peça a relembrou de sua situação e das perguntas que eram feitas sobre o abuso que sofreu. "Eu nunca falei disso porque tenho medo de falar. Meus pais lembraram quando eu sofri uma coisa super séria e as perguntas que eram feitas eram sempre diminuindo, descredibilizando, como se eu não estivesse falando a verdade", revelou.

Ela ainda contou que estava muito desesperada e sentindo medo, mas que sabia que precisava sobreviver. "Passaram alguns anos, mas eu me sinto... eu fico temerosa de falar."

A apresentadora não foi a primeira figura pública a relatar abusos. Confira a seguir quem já falou abertamente sobre o assunto.

Anitta

A cantora brasileira revelou que foi vítima de abuso sexual aos 14 anos de idade. A declaração foi feita durante a participação da cantora no documentário de J Balvin, A Great Day with J Balvin.

A brasileira contou que foi abusada por uma pessoa que conhecia, o que fez com que ela se culpasse. "Para mim, foi uma mistura de sentimentos. Não sabia como reagir, não contei para a minha família, para ninguém... só vivi com aquilo por muitos anos", começou.

A cantora ainda disse que se sentia "suja, miserável e culpada". Ela também refletiu que parte de sua culpa vem do pensamento de que as mulheres sentem que tudo é culpa delas. "Eu tinha em mente uma foto de um sonho sobre como eu queria que as coisas fossem".

Xuxa Meneghel

Em 2012, a rainha dos baixinhos revelou que foi vítima de abuso infantil por um professor, um amigo de seu pai e um homem que se casaria com a sua avó. "Quando lembro que tudo isso ocorreu e não pude fazer nada porque eu não sabia, não tinha experiência... O que uma criança pode fazer? Tinha medo de falar para o meu pai e ele achar que era eu quem estava fazendo isso", disse em entrevista ao Fantástico.

À revista Marie Claire, Xuxa disse que não superou a dor do que ocorreu, mas que se acostumou com ela. A apresentadora ainda pediu para que pais ouçam e prestem atenção nos seus filhos.

"Às vezes, sem palavras, ele diz muita coisa. Por favor, preste atenção nos seus filhos. Hoje sou uma mulher que não posso dizer que superei, mas posso dizer que me acostumei com essa dor e com tudo que vivi e passei. E gostaria muito que pelo menos uma ou duas crianças agora, depois de ouvir esse relato, que vocês consigam salvar, observar e deixar que isso não ocorra com elas também."

Giselle Itié

Em setembro, a atriz revelou ter sido vítima de um estupro durante sua adolescência, quando tinha 17 anos. A declaração foi feita na estreia do podcast Exaustas.

"Eu perdi a minha virgindade em um estupro", leu Giselle em um trecho de um texto preparado previamente para o podcast. "Foi nesse momento que eu me perdi de vez e compreendi o quanto eu era 'oca'. [...] Foi no silêncio que o meu corpo gritava e pedia socorro."

Após o episódio, ela desenvolveu depressão e transtornos alimentares, além de ter tentado tirar a própria vida. "A forma como os meninos e homens me tratavam era nojenta", disse.

Luana Piovani

Em 2015, a atriz revelou, enquanto participava no programa de Xuxa Meneghel, que sofreu abusos sexuais aos sete anos de idade. "Tenho minha história e nunca contei para ninguém porque nunca tive coragem. Agora, você me pergunta por que eu nunca contei pra ninguém. Não sei, Xuxa! Eu tinha sete anos e foram várias vezes."

Anos depois, em 2022, ela voltou a falar sobre o assunto, se abrindo um pouco mais.

"Ocorreu duas ou três vezes. Na época, achava que tinha algo errado, desconfiava que aquilo não era certo. Porém, não era algo que achava que tinha que pedir socorro, contar para a minha mãe", disse em entrevista à TV SIC, de Portugal.

Luiza Brunet

A atriz sofreu abuso sexual aos 13 anos, quando trabalhava como empregada doméstica no Rio de Janeiro. O autor do crime tinha em torno de 50 anos e era um vizinho da casa onde ela trabalhava. Luiza fez o relato em 2020, durante uma entrevista ao portal Universa.

"Não sabia que ninguém podia tocar o meu corpo. Estamos falando do final da década de 1970, de uma menina do interior", afirmou Brunet. "Ele sabia quando eu ficava sozinha em casa. Entrava e ia direto onde eu dormia. E batia na porta. Não consigo e nem quero lembrar o que ele falava, mas ele me encostava na parede e eu ficava imóvel. E me cheirava e colocava a mão no meu peito e dentro da minha calcinha. Me lembro de um gemido também. Não houve penetração", disse.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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Dois policiais militares foram presos na terça-feira, 22, acusados de matar um morador de rua, no centro de São Paulo. O caso aconteceu na noite do dia 13 de junho, no Viaduto 25 de Março.

O Estadão apurou que a vítima foi atingida três vezes por tiros de fuzil, um na cabeça, outro no tórax e um terceiro no braço direito. O homem acabou não resistindo aos ferimentos e morreu.

Os policiais Alan Wallace dos Santos Moreira e Danilo Gehrinh foram presos. A reportagem tenta localizar as defesas dos agentes.

A situação que levou aos disparos não está totalmente esclarecida. Conforme o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar, os agentes disseram que viram o morador de rua descendo de uma árvore, e resolveram abordá-lo. Os militares, então, o levaram para baixo do viaduto, atrás de uma pilastra.

"Possivelmente, para não correrem o risco de uma câmera de rua ou de algum estabelecimento captarem as imagens. Se isso ficar comprovado, mostra também a intenção de matar o rapaz. Ou seja, há evidências contundentes do crime", disse o coronel.

A prisão foi realizada a pedido do Comandante Geral da Polícia Militar, o coronel José Augusto Coutinho, que determinou a representação pela prisão preventiva.

Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto e as imagens registradas pelas câmeras corporais foram incluídas na investigação. Ainda de acordo com Massera, os agentes teriam tampado a lente do dispositivo para impedir a gravação da abordagem.

"Ele (o policial) tentou cobrir a lente da câmera com a mão, mas não cobriu totalmente. Logo, temos a tentativa de fraude processual em evidência também, a ser investigada no IPM", afirmou Massera.

A Polícia Militar, em nota, disse que repudia veementemente a conduta de Moreira e Gehrinh no caso. "Assim que teve ciência dos fatos, o comando adotou as providências cabíveis e solicitou à Justiça a imediata prisão dos envolvidos, que foi decretada nesta terça-feira."

"A Polícia Militar é uma instituição legalista e jamais compactuará com qualquer tipo de excesso ou desvio de conduta por parte de seus integrantes, que responderão com rigor às instâncias disciplinares e judiciais competentes", acrescentou o comunicado.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta quarta-feira, 23, que 200 policiais militares vão trabalhar dentro de ônibus das linhas municipais na capital, na tentativa de evitar novos ataques ao transporte público. A onda de depredações de ônibus já soma mais de 500 casos apenas na capital, nos cálculos da SPTrans. Até o momento, 16 suspeitos foram presos, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre eles um funcionário público e o seu irmão.

De acordo com o prefeito, os 200 policiais que atuarão dentro dos coletivos das linhas com o maior número de ataques fazem parte da Operação Delegada, na qual agentes trabalham durante a folga e são pagos pela Prefeitura. Segundo Nunes, o Município desembolsa R$ 1 milhão por dia para 2.400 policiais militares trabalharem na folga.

"Em torno de 200 policiais militares vão ficar, desde a saída da garagem, dentro dos ônibus, acompanhando o percurso para dar garantia de segurança aos passageiros", disse Nunes durante evento de entrega de 120 ônibus elétricos à frota da cidade, na manhã desta quarta-feira.

Investigações continuam

Os policiais investigam a disputa entre empresas do setor como provável motivação do vandalismo ou também disputas sindicais.

Uma das hipóteses das autoridades é a de que empresas de viação queiram criar um clima de medo para desestabilizar o setor e forçar a Prefeitura da capital a fazer mudanças no transporte público. Além disso, outra linha de investigação seria disputas sindicais.

Para o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, existe a possibilidade também de os ataques estarem acontecendo em "efeito manada", sem a necessidade de um grupo articulado estar envolvido .

"Acreditamos que não existe só uma motivação. Existe o efeito manada, o contágio, o propósito inicial, assim como existe alguém pegando onda, uma sucessão de propósitos", disse.

Após a prisão de Edson Aparecido Campolongo, funcionário público apontado pela polícia como suspeito de ao menos 18 ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo, o irmão, Sérgio Campolongo, se entregou nesta quarta-feira, 23, à polícia e também foi preso.

Sérgio é acusado de participar de pelo menos dois casos de depredação a veículos. Ele se apresentou com seus advogados no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo. O Estadão tenta contato com a defesa dos dois presos.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o mandado de prisão foi cumprido nesta quarta. A onda de ataques aos ônibus já soma mais de 500 casos apenas na capital, de acordo com a SPTrans. Até o momento, 16 suspeitos foram presos, de acordo com a SSP.

Edson confessou ter danificado 16 veículos somente no último dia 17, além de ter depredado um ônibus na Avenida Jorge João Saad, no Morumbi, no dia 15, de acordo com a polícia.

Foram apreendidos com Edson um estilingue e pequenas esferas de metal, utilizados nos ataques, informa a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP).

As investigações apontam que os crimes foram planejados com antecedência e que o homem é suspeito de recrutar outras pessoas para promover ataques. Os dois irmãos juntos teriam participado de, ao menos, 18 ataques.

A polícia chegou a Campolongo após as investigações apontarem que o carro dele estava sempre perto dos ataques. Até o momento, as investigações apontam que ele não mirava empresas específicas, e que os ataques eram aleatórios. As ações dos irmãos se concentraram principalmente nas cidades de São Bernardo do Campo e Osasco, ambas na região metropolitana.

As razões para cometer os crimes não ficaram totalmente esclarecidas. Edson teria dito, em depoimento, que mobilizava os ataques para "consertar o Brasil".

Nas redes sociais, Campolongo tinha um perfil ativo, com publicações diárias contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e movimentos de esquerda, e posts enaltecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O delegado Júlio César Teixeira, que esteve à frente da investigação que prendeu Edson Campolongo, disse que o servidor negou ser filiado a partidos políticos ou a sindicatos.

Os irmãos respondem pelos crimes de dano qualificado e atentado à segurança de outro meio de transporte. Caso as investigações confirmem o arremesso de um coquetel molotov, os suspeitos poderão responder também por tentativa de homicídio.