Pesquisas reforçam disputa acirrada entre Nunes, Boulos e Marçal em SP

Política
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A cada nova pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, o cenário vai ficando mais claro - exatamente porque se revela obscuro, indefinido quanto a quais candidatos irão para o segundo turno. Embora adotem metodologias distintas, os últimos levantamentos realizados pela AtlasIntel e pela Quaest, ambos divulgados ontem, ratificam um quadro de disputa acirrada entre três nomes: o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB).

 

A pesquisa Atlas fez 2.200 entrevistas entre 5 e 10 de setembro pela metodologia de recrutamento digital aleatório, na qual o questionário é aplicado via internet. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro, de dois pontos porcentuais. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-01125/2024.

 

Já a Quaest realizou 1.200 entrevistas presenciais em São Paulo, com eleitores de 16 anos ou mais, entre os dias 8 e 10 de setembro. O índice de confiança é de 95% e a margem de erro é de três pontos porcentuais. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-09089/2024.

 

Pelo levantamento da Atlas, Marçal ultrapassou Nunes, alcançando 24,4% das intenções de voto, o que o coloca empatado tecnicamente com Boulos, que somou 28%. Nunes aparece em terceiro com 20,1%.

 

INDEFINIÇÃO

 

Foi a primeira vez que o influenciador apareceu na frente do prefeito fora da margem de erro, embora a vantagem seja mínima, o que reforça a percepção de indefinição entre o pelotão da frente que reúne os três candidatos.

 

Marçal cresceu 8,4 pontos porcentuais na comparação com a rodada anterior da pesquisa, divulgada no dia 20 de agosto, mantendo a tendência de alta. Boulos oscilou negativamente 1 ponto porcentual (tinha 29%) e Nunes, 1,9 ponto porcentual (tinha 22%).

 

Na Quaest, o resultado foi efetivamente o de um empate triplo entre Nunes, Boulos e Marçal. O prefeito tem 24%, o influenciador, 23% e o deputado, 21%, no cenário estimulado - quando os nomes dos candidatos são apresentados. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, há um empate técnico.

 

No levantamento anterior da Quaest, divulgado em 28 de agosto, Boulos, Nunes e Marçal já apareciam em empate técnico. O deputado tinha 22%; Marçal e Nunes, 19%.

 

No segundo pelotão da Atlas, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) registrou 10,7% (antes eram 12%), o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), 7,2% (antes eram 10%), e a economista Marina Helena (Novo), 4,7% (antes eram 4,3%). Ricardo Senese (UP) tem 0,7% (antes era 0,2%) e João Pimenta (PCO) continua sem pontuar.

 

Na segunda fila da Quaest estão Datena com 8% (antes, 12%), empatado com Tabata, que também aparece com 8% (manteve o porcentual). Marina Helena tem 2% (tinha 3%) e Bebeto Haddad, do DC, 1% (antes, 2%). Senese, Pimenta e Altino (PSTU) não pontuaram.

 

SEGUNDO TURNO

 

Os dois institutos mediram cenários de segundo turno. Pela Atlas, Boulos e Marçal continuam empatados tecnicamente. O candidato do PSOL tem 44,1%, ante 43,2% do influenciador - o placar anterior era de 38% a 35%. Brancos e nulos são 12%, e os indecisos, 0,7%.

 

O deputado seria derrotado em um segundo turno contra Nunes. O prefeito cresceu 4,7 pontos porcentuais e chegou a 45,7%, ante 38,5% de Boulos (que antes tinha 37%). Brancos e nulos somam 13,6% e os indecisos, 2,2%.

 

Nunes também seria vencedor em um segundo turno contra Marçal por 48,2% a 29,2%, a maior diferença registrada em todos os cenários (com 21,7% de brancos ou nulos e 1% que não soube responder).

Tabata também venceria Marçal se houvesse segundo turno entre os dois. A candidata do PSB teria 49,8% ante 43,4% do influenciador. Ela empata tecnicamente com Nunes (42% dela e 40,4% dele) e com Boulos, já que ambos aparecem com 33,8%. Neste cenário, brancos e nulos somam 30,3% e os indecisos, 2,1%.

 

Nos três cenários estimulados de um provável segundo turno na capital, de acordo com o novo levantamento da Quaest, o atual prefeito vence Boulos por 48% a 33% dos votos - nessa disputa, 13% votariam em branco ou anulariam o voto, e 6% estão indecisos.

 

Entre Nunes e Marçal, o prefeito também ganharia, com 50% de votos ante 30% do influenciador. Nulos e brancos são 15% nesse cenário, e 5% indicaram indecisão de voto.

 

Entre Boulos e Marçal, o deputado do PSOL ficaria com 40%, ante 39% do influenciador. Nulos e brancos são 16%, e indecisos, 5%.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".