Nunes e Bolsonaro agora reforçam laços para combater avanço de Marçal

Política
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Em um movimento para enfrentar o crescimento de Pablo Marçal sobre o eleitorado bolsonarista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, passou a evidenciar a aliança com Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo que o ex-presidente deu início a uma investida contundente contra o influenciador e empresário - que disputa a Prefeitura de São Paulo pelo PRTB.

 

A ameaça que a candidatura de Marçal representa para a aliança em torno de Nunes ficou clara após a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira, 22. Conforme o levantamento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador e o prefeito estão empatados tecnicamente na primeira posição da corrida eleitoral. Marçal cresceu sete pontos em duas semanas e aparece numericamente à frente de Nunes.

 

A performance significativa do influenciador nas intenções de voto coincidiu com a investida de Bolsonaro. Na manhã de ontem, o ex-presidente compartilhou em seu canal oficial no WhatsApp, que conta com 1,2 milhão de seguidores, um vídeo reunindo diversos momentos em que Marçal o critica.

 

2026

 

Para correligionários de Bolsonaro, o crescimento de Marçal nas pesquisas não apenas acendeu um alerta sobre uma possível derrota de Nunes na capital paulista como fez Bolsonaro perceber que o influenciador pode representar um risco para seu predomínio na direita e o projeto político de seu grupo em 2026.

 

O compilado de imagens traz Marçal chamando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro de "farinha do mesmo saco", "populistas" e apoiadores de ditadores. O influenciador chega a dizer que Lula e Bolsonaro "significam a mesma pessoa" e que a diferença é que falta um dedo em um deles.

 

Em outros momentos do vídeo de oito minutos, Marçal aparece dizendo que há um "messias que quer ser responsável pela nação inteira e não cuida de nada" e que dois candidatos, se referindo a Lula e Bolsonaro, vão colocar uma quadrilha no Planalto. Procurado, Marçal não havia respondido até a publicação deste texto.

 

'Nós?'

 

Em mais um indicativo de que abriu guerra contra o influenciador, Bolsonaro ironizou um comentário dele em suas redes sociais. Marçal escreveu: "Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós". Bolsonaro respondeu com sarcasmo: "Nós? Um abraço".

 

Marçal rebateu a invertida do ex-presidente e, numa tréplica, afirmou a Bolsonaro que doou R$ 100 mil para a sua campanha de reeleição à Presidência em 2022, além de tê-lo ajudado nas estratégias digitais, fazendo o ex-presidente gravar "mais de 800 vídeos" no Palácio do Planalto. Apesar do constrangimento público, o influenciador resolveu aproveitar o embate como material de campanha. A assessoria de imprensa dele compartilhou prints das mensagens na lista de transmissão com jornalistas, dando destaque à polêmica: "Pablo Marçal e Jair Bolsonaro discutem em postagem do Instagram".

 

Aliados do ex-presidente enxergam no vídeo contra Marçal um indicativo de que ele poderá se envolver mais ativamente na eleição em São Paulo, da qual até então estava distante. A própria campanha de Nunes, porém, vinha resistindo à pressão para "bolsonarizar" mais sua candidatura e evitar que a polarização nacional que marcou a última eleição presidencial seja transportada para a disputa paulistana.

 

Relacionamento

 

Na sexta-feira passada, 16, o prefeito e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se encontraram para alinhar o relacionamento entre a campanha do emedebista e o bolsonarismo e discutir a operação para conter o crescimento de Marçal. A reunião ocorreu na agência do marqueteiro Duda Lima, antes da divulgação das últimas pesquisas eleitorais.

 

Nunes e Eduardo gravaram um bate-papo onde o prefeito responde a questionamentos feitos pelo deputado, demonstra que é conservador e diz que não apoia a ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos), desafeto do bolsonarismo. Um vídeo do prefeito em apoio à candidata a vereador irritou o ex-presidente e é apontado como um dos motivos dele ter elogiado Marçal em uma entrevista a uma rádio do Rio Grande do Norte na semana passada.

 

A conversa entre o deputado e o prefeito tratou também de temas caros aos eleitores bolsonaristas, como o aborto e o que chamam de "ideologia de gênero".

 

Eduardo Bolsonaro também veio a público criticar Marçal por uma reportagem do Estadão que revelou que membros do partido de Marçal estão envolvidos em um esquema de troca de carros de luxo por cocaína em operações de tráfico de drogas com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

 

No horizonte do filho de Jair Bolsonaro está a eleição para o Senado em 2026. Após o início da ofensiva do clã Bolsonaro, o influenciador elogiou Eduardo e o chamou de "irmão". "Você será o nosso senador por São Paulo", disse Marçal no X (antigo Twitter) ontem. "Pra cima, irmão", escreveu.

 

Senado

 

A avaliação de aliados da família Bolsonaro é que o candidato do PRTB busca utilizar o pleito municipal para se cacifar como postulante a uma das duas vagas que estarão em disputa daqui a dois anos. A aliados, Marçal tem dito que seu foco é o Executivo e que não deseja ser senador.

 

Embora Bolsonaro e seu partido apoiem a reeleição de Nunes, o ex-presidente já fez declarações controversas sobre o prefeito, afirmando, por exemplo, que Nunes não é o seu "candidato dos sonhos". Agora, a expectativa do entorno mais próximo do ex-presidente é que as futuras pesquisas possam já refletir a artilharia do bolsonarismo contra o influenciador.

 

Outros trechos do vídeo compartilhado ontem por Bolsonaro trazem Marçal criticando a trajetória política do ex-presidente, lembrando que ele não conseguiu ser presidente da Câmara, aprovou apenas dois projetos em 27 anos de mandato. Em um dos momentos do vídeo, Marçal afirma que "ninguém quer saber de esquerda e direita" e que ele "não é obrigado a ser nem de esquerda nem de direita." "Pablo Marçal, você parou de pensar?", questiona a mensagem que encerra o vídeo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Em mais um esforço de sua agenda de deportação em massa, o governo de Donald Trump vai oferecer um auxílio em dinheiro e pagar a viagem de volta para os imigrantes ilegais que deixarem os EUA voluntariamente.

A política, que oferece US$ 1 mil (R$ 5,6 mil) e uma passagem aérea de volta, faz parte da iniciativa do governo para persuadir imigrantes a se deportarem para ajudar o presidente a cumprir suas ambiciosas promessas de imigração.

Autoridades disseram que um imigrante de Honduras já aceitou a oferta e voou de Chicago para seu país de origem. Nas últimas semanas, o governo tem aconselhado cada vez mais imigrantes a deixarem o país antes de serem alvos das autoridades. Também adotou políticas para tornar a vida desconfortável para aqueles sem status legal, como impedir o acesso a serviços financeiros.

O dinheiro oferecido aos imigrantes que partem por conta própria será pago após a confirmação da viagem de volta por meio de um aplicativo lançado pelo governo, chamado CBP Home. Autoridades afirmam que o programa economizará recursos, evitando os gastos de prender, deter e transportar pessoas para fora do país em aviões fretados.

Promessa

"Se você está aqui ilegalmente, a deportação voluntária é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os EUA e evitar ser preso", disse Kristi Noem, secretária de Segurança Interna, em comunicado.

O governo Trump anunciou na semana passada que havia deportado cerca de 140 mil imigrantes desde janeiro. Os números, até o momento, estão muito longe da promessa central de campanha : remover milhões de pessoas que estão ilegalmente nos EUA.

As deportações podem ser custosas e demoradas, visto que as autoridades americanas frequentemente precisam deter migrantes por um longo período, coordenar documentos de viagem e preparar voos fretados para diversos países.

Os retornos voluntários também não exigem negociações extensas entre governos para que um país aceite de volta seus cidadãos, o que pode ser um grande benefício. Há vários países que não aceitam de volta seus próprios cidadãos.

Mais barato

O custo médio para prender, deter e remover um imigrante é de US$ 17.121 (cerca de R$ 96,7 mil), segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA. A agência afirma que a "autodeportação" reduziria os encargos de uma deportação em cerca de 70%.

O governo retrata a deportação voluntária como uma forma de os migrantes preservarem sua capacidade de retornar aos EUA algum dia. No entanto, Aaron Reichlen-Melnick, membro do Conselho Americano de Imigração, que defende os imigrantes, disse que há muitos aspectos com os quais os estrangeiros devem ser cautelosos. Ele explicou que deixar o país sem defender o caso na Justiça significa desistir de pedidos de auxílio e até o de asilo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O gabinete de segurança de Israel aprovou nesta segunda-feira, 5, um plano para expandir as operações militares em Gaza, incluindo a conquista do território palestino e o deslocamento da população do norte para o sul dele. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que "chegou a hora de lançar as ações finais" contra o Hamas.

No domingo, 4, as forças armadas de Israel já haviam convocado dezenas de milhares de reservistas para ampliar a ofensiva. "A operação será intensificada para derrotar o Hamas e nos ajudar a resgatar os reféns. Não vamos desistir desse esforço, e não vamos abandonar ninguém", afirmou Netanyahu.

O plano de reocupação de Gaza foi aprovado por unanimidade no gabinete de segurança, uma estrutura que inclui Netanyahu e vários ministros. Uma fonte do governo israelense ouvida pela France-Presse confirmou que o plano inclui a ocupação do território palestino.

O plano prevê a ocupação contínua da Faixa de Gaza - até então os soldados de Israel realizavam operações militares e retornavam. Netanyahu não deu prazo para desocupar o território, o que deixa a porta aberta para uma ocupação permanente, um desejo da extrema direita israelense que sustenta a coalizão do primeiro-ministro.

Retomada

Israel vem intensificando os bombardeios aéreos e ampliando as operações terrestres na Faixa de Gaza desde que retomou a ofensiva, em 18 de março, após uma trégua que levou à troca de reféns israelenses por presos palestinos.

O governo aponta a campanha militar como o caminho para forçar o Hamas a libertar os reféns remanescentes, embora quase todos os resgatados com vida já tenham sido recuperados por meio de acordos políticos que provocaram divisão no gabinete.

Em comunicado, o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização que defende o retorno dos israelenses presos no cativeiro, afirmou que o anúncio do plano significa o "sacrifício" dos reféns". "O governo reconheceu que escolhe o território em vez dos reféns, ao contrário do desejado por mais de 70% da população", diz o texto.

Comemoração

A extrema direita israelense comemorou a decisão. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionismo Religioso, afirmou que os israelenses deveriam aceitar a palavra "ocupação" de Gaza como algo positivo. "Finalmente vamos ocupar a Faixa de Gaza. Deixaremos de ter medo da palavra 'ocupação'", disse Smotrich ao Canal 12.

David Mencer, porta-voz do governo, descreveu o plano como um esforço para aumentar a pressão sobre o Hamas, libertar os reféns e destruir toda a infraestrutura do grupo. Ele afirmou que a campanha exige a manutenção do território por tempo indeterminado. A intenção, de acordo com ele, não é uma ocupação permanente, um cenário que provocaria protestos internacionais, nem a realocação forçada de palestinos para fora do território, o que poderia ser enquadrado como limpeza étnica.

Autoridades israelenses disseram que a ofensiva começaria lentamente, esperando algum resultado da viagem do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, na semana que vem. Mas, se um acordo não for alcançado, segundo membros do governo de Israel, a operação será intensificada.

Migração

Netanyahu continua apoiando a ideia de retirar a população palestina de Gaza, segundo fontes do governo de Israel, o mesmo plano anunciado por Trump no começou do ano - de transformar o território em uma "Riviera" no Oriente Médio e enviar os civis para países vizinhos, como Egito e Jordânia. Acusado de planejar uma limpeza étnica, o governo tem adotado o termo "migração voluntária".

O gabinete de segurança também determinou que haja distribuição de ajuda humanitária em Gaza, onde os relatos sobre fome generalizada ganham força desde o início do bloqueio israelense, em 2 de março. Apesar da previsão, o governo de Israel afirma que "há comida suficiente" no território, contrariando informações de organizações humanitárias e agências da ONU.

A retenção de ajuda humanitária também poderia ser enquadrada como punição coletiva, o que seria um crime de guerra previsto nas convenções de Genebra. Em caso de ocupação formal do território, o governo israelense poderia ser responsabilizado mais facilmente, por isso a relutância em adotar o termo "ocupação".

O general Eyal Zamir, chefe do Exército, vem resistindo à pressão para assumir a distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Ontem, Trump disse que Israel e os EUA estão prontos para distribuir comida e remédio no território palestino, mas que o Hamas tem tornado a tarefa impossível.

Alertas

Nenhum carregamento de ajuda humanitária entra em Gaza há mais de 60 dias. Mesmo insumos considerados essenciais, como água, comida, medicamentos e combustível foram vetados, sob argumento de que o Hamas desvia os carregamentos e os usa em benefício próprio.

À medida que o fornecimento de água, alimentos e medicamentos diminui, doenças evitáveis aumentam. Grupos de ajuda humanitária alertam que Gaza está "à beira do colapso total". Nos últimos dias, jornalistas e autoridades de saúde palestinas publicaram fotos e vídeos de crianças doentes e esqueléticas.

A ONU afirma que 91% da população já enfrenta "insegurança alimentar", com a maioria permanecendo em níveis de "emergência" ou "catastróficos". Israel garante que o relatório contém "falhas factuais e metodológicas", algumas delas graves. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder conservador Friedrich Merz não conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na primeira rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz, do partido União Democrata-Cristã (CDU, pela sigla em alemão), recebeu seis votos a menos que o mínimo necessário para se tornar o novo chanceler do país, frustrando expectativas de uma votação bem-sucedida.

Merz precisava de 316 de um total de 630 votos. Ele recebeu apenas 310 votos. Os partidos alemães deverão agora se reagrupar para discutir o próximo passo, mas ainda não há clareza de quanto tempo o processo poderá levar.

A câmara baixa do Parlamento, conhecida como Bundestag, tem 14 dias para eleger um candidato por maioria absoluta. Em caso de novo fracasso, a Constituição permite que o presidente alemão nomeie o candidato que obtiver mais votos para chanceler ou dissolva o Bundestag e convoque uma nova eleição nacional. Fonte: Associated Press.