Datafolha: Marçal é preferido entre eleitores de Bolsonaro e Tarcísio em SP

Política
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Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 22, mostra que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ultrapassou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nas preferências de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O candidato do PRTB também registrou crescimento entre a preferência do eleitorado em geral, e divide a liderança da corrida pelo comando da Prefeitura com Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

 

Entre os eleitores de Bolsonaro, 44% afirmaram que pretendem votar em Marçal e 30% disseram que pretendem escolher Nunes. Na última pesquisa do Datafolha, divulgada em 8 de agosto, o ex-coach tinha 29%, enquanto o prefeito era preferido por 38%.

 

O Datafolha ouviu 1.204 eleitores paulistanos entre os dias 21 e 22 de agosto. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-08344/2024.

 

Nunes recebe o apoio formal de Bolsonaro após uma aliança firmada entre o prefeito e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Marçal, por sua vez, tenta se apresentar como um representante do "bolsonarismo raiz" para tentar conquistar eleitores do emedebista. O ex-presidente já distribuiu afagos ao ex-coach, mas agora mudou a postura. Nesta quinta, o ex-chefe do Executivo ironizou uma tentativa de aproximação do candidato do PRTB a ideologia política dele.

 

Entre os eleitores que se declaram como bolsonaristas, Marçal cresceu 21 pontos percentuais entre 8 de agosto e esta quinta. Antes, ele tinha 25% das intenções de voto e agora tem 46%. Nunes, por sua vez, caiu de 37% para 26%.

 

Entre os que votaram em Tarcísio de Freitas para governador em 2022, o ex-coach tem 41% das preferências, enquanto Nunes possui 28%. No dia 8 de agosto, Marçal tinha 25%, enquanto o prefeito foi escolhido por 42% dos eleitores paulistanos.

 

De acordo com a Coluna do Estadão, a divulgação dos resultados do Datafolha acenderam um alerta no núcleo de aliados de Bolsonaro. A ordem do grupo é intensificar a aproximação de Nunes com o ex-presidente para reconquistar votos da extrema-direita.

 

Marçal está empatado com Boulos e Nunes na liderança da corrida em SP

 

Na pesquisa estimulada geral, Marçal cresceu sete pontos percentuais. Antes, ele estava atrás de Nunes e de Boulos e agora divide a liderança com os dois. Segundo o Datafolha, o candidato do PSOL tem 23% das intenções de voto, o ex-coach tem 21% e o prefeito possui 19%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, há um empate técnico.

 

O apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB) figura na pesquisa estimulada com 10%. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) aparece com 8%. Já a economista Marina Helena, do Novo, registrou 4% de menções.

 

O instituto mediu ainda a intenção de voto espontânea dos entrevistados. Nesse cenário, quando o eleitor declara voto sem ver uma lista de nomes, quem lidera é Boulos, com 17% (no fim de maio ele tinha 13%), seguido de Marçal, que passou de 1% para 13%, e de Nunes, que oscilou de 9% para 7%.

 

66% dos votos dados a Marçal iriam para Nunes em eventual segundo turno contra Boulos

 

O levantamento do Datafolha montou um cenário de segundo turno entre Nunes e Boulos. Se a disputa fosse hoje, o prefeito teria 9 pontos porcentuais de vantagem em relação ao deputado federal, com 47% de intenção de voto ante 38% do candidato do PSOL.

 

De acordo com o Datafolha, Marçal não foi incluído nos cenários porque ele ainda não estava empatado na liderança quando as pesquisas foram realizadas.

 

Caso fique fora do segundo turno, 66% dos votos que iriam para Marçal migrariam a Nunes, enquanto 9% seriam herdados por Boulos. Outros 24% dos eleitores entrevistados anulariam seus votos nesse cenário.

 

Na simulação, 24% dos eleitores de Datena votariam no prefeito e 36% escolheriam o deputado federal. Entre os eleitores de Tabata, 50% dos votos seriam direcionados para Boulos, e 34% para Nunes.

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A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".

A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.