'Checagem', música de suspense e autopromoção: as estratégias dos candidatos de SP nas redes

Política
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Na noite desta quinta-feira, 8, o primeiro encontro entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo mostrou estratégias distintas quanto ao uso das redes sociais pelas equipes dos políticos: enquanto os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) chamara o telespectador para ir até suas redes para checar o que estava sendo dito por eles no estúdio da TV Band, Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) apostaram na edição de frases de efeito para se comunicarem com os seguidores. Já o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), manteve o tom institucional e usou suas falas para alimentar as redes com feitos do próprio governo.

 

Conforme um estudo da FGV Comunicação Rio obtido com exclusividade pelo Estadão, os candidatos fizeram 238 postagens nas redes sociais, gerando 5,1 milhões de interações. Dessas, 85% foram publicadas no Instagram.

 

Dois dos candidatos fizeram uma ponte direta entre o ao vivo da TV e a internet. Boulos chamou o telespectador para conferir suas redes sociais após Tabata apontar denúncias e processos contra Marçal, que disse que abandonaria a disputa caso a condenação fosse comprovada.

 

"A sentença de condenação dele, que a Tabata trouxe, e que é verdadeira, por formação de quadrilha em fraude bancária, está subindo agora na minha rede social: a cópia da sentença de condenação do Marçal, por quatro anos de cadeia lá em Goiás. Espero que ele cumpra a palavra e saia da disputa, né?" afirmou Boulos.

 

A postagem com cópias da sentença acumula mais de 1,9 milhão de visualizações em seu perfil no X (antigo Twitter) e 85,5 mil comentários no Instagram. Marçal foi condenado em 2010 a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado (artigo 155, do Código Penal) pela Justiça Federal de Goiás. Em resposta ao deputado, o empresário disse que não teve defesa no processo porque na época era pobre, e que o caso estava prescrito. A ação começou em 2005, quando ele tinha 18 anos.

 

Outras duas bolas levantadas pela deputada federal, mas "cortadas" por ela mesma, foram contra o atual prefeito. Tabata questionou Nunes sobre o boletim de ocorrência registrado em 2011 pela esposa dele, Regina Nunes, por violência doméstica. Em resposta, o prefeito afirmou que nunca "ergueu um dedo" contra a mulher e que história é forjada. "Eu realmente tive com a minha esposa, há 14 anos, um período de quatro ou cinco meses em que a gente se separou, tivemos um desentendimento, mas nada de agressão", respondeu.

 

A equipe de Tabata publicou na rede social da candidata um vídeo com a imagem do documento policial em poucos minutos. "Como falei agora no #DebateNaBand: a verdade sobre o B.O. que a mulher do prefeito Ricardo Nunes prestou contra ele por agressão", diz o post. Um comentário com cerca de 300 curtidas indica que o chamado funcionou: "Quem veio pelo debate curte aqui", escreveu um usuário.

 

Outro assunto mencionado por ela foi se o prefeito furou fila para fazer um exame, em janeiro deste ano, usando o Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo a candidata, tem uma longa fila de espera. Nunes afirmou que realizou o procedimento no SUS como forma de mostrar para sua própria equipe - uma vez que não divulgou o fato publicamente - que o "serviço público funciona". Nas redes sociais, a equipe de Tabata postou imagens do prefeito deitado em uma maca após a realização do exame, no Hospital Público de Santo Amaro, com a pergunta: "o prefeito ficou na fila do exame?".

 

Frases de efeito

 

Já Marçal e Datena focaram em transformar as próprias falas, em tom exaltado em diversos momentos, em conteúdo para as redes sociais. Em um dos vídeos postados pelo empresário, por exemplo, ele ataca os adversários com palavras de baixo calão e se coloca como a melhor opção para a cidade de São Paulo, com uma música de suspense como trilha sonora. Em outro, ao indicar que a pergunta seria feita a Boulos, Marçal faz um sinal com o dedo indicador no nariz, insinuando que o adversário usaria drogas. O conteúdo foi compartilhado 77 mil vezes e provocou 24,5 mil comentários.

 

Como mostrou a Coluna do Estadão, Marçal publicou 30 vídeos no Instagram, no popular formato de "cortes", que somavam 56,8 milhões de visualizações 12 horas após o debate iniciado às 22h30. Ele é o candidato com maior número de seguidores na rede, 12,3 milhões, e adota postura voltada a viralizar e gerar engajamento entre sua base de "fãs".

 

Datena usou o conteúdo do debate em quantidade bastante inferior em comparação com Marçal. No seu perfil do Instagram, o candidato focou em fotos com frases ditas por ele, publicando apenas um vídeo com a fala original. Nos stories (que somem em 24 horas), a maioria dos registros foi da coletiva de imprensa e de bastidores do debate. A estratégia pode ser explicada pelo considerado baixo desempenho durante o debate. Ele afirmou não estar acostumado com o formato. "Comunicar é uma coisa, debate é outra. Com o tempo, vou aprendendo", disse a jornalistas.

 

'Coadjuvante'

 

Embora tenha passado grande parte do debate se defendendo, as cinco publicações do prefeito no Instagram focaram nos feitos realizados por ele à frente da Prefeitura de São Paulo. Por estratégia ou não, Nunes foi um "coadjuvante nas redes", segundo o estudo da FGV.

 

Perfis bolsonaristas de grande relevância focaram na repercussão positiva das falas de Marçal, deixando o candidato oficial de Jair Bolsonaro (PL) de escanteio. Conforme a

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".