'Abin Paralela': investigados continuarão presos depois de audiência de custódia

Política
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Os cinco alvos de mais uma fase da operação Última Milha, que investiga suposto monitoramento ilegal de autoridades públicas e produção de notícias falsas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo Jair Bolsonaro, continuarão presos depois de audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, 12. As prisões são preventivas e, portanto, devem ser revistas a cada 90 dias.

Foram capturados: Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal que era chefe da Coordenação-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa da Abin; Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército que fazia parte do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin; Richards Pozzer, artista gráfico indiciado na CPI da Covid por suposta disseminação de desinformação; Mateus de Carvalho Spósito, ex-assessor da Coordenação-Geral de Conteúdo e Gestão de Canais da Secretaria de Comunicação Institucional; e Rogério Beraldo de Almeida, que também propagaria fake news com base nas informações fornecidas pela 'Abin Paralela'.

Segundo a Polícia Federal, auxiliares do hoje deputado federal Alexandre Ramagem, então chefe da Abin, abasteciam um núcleo chamado "grupo dos malucos" no WhatsApp com informações falsas sobre os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), com plena ciência da "desarrazoada desinformação produzida". Outras pessoas teriam sido monitoradas ilegalmente, como políticos de oposição e jornalistas.

Ramagem nega as acusações e diz que a questão é política diante de sua intenção de disputar a prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições deste ano. O advogado Jeffrey Chiquini, que defende Pozzer, afirmou que o cliente é "cidadão comum, engenheiro, casado, pai de família" que, nas horas vagas, pesquisava o nome de pessoas públicas em portais de transparência, "exercendo o direito de cidadania na fiscalização do serviço público, moralidade e probidade da administração pública".

PF vê 'indícios' de corrupção e espreita outros elos da organização criminosa

Se a quarta etapa da Operação Última Milha conseguiu mapear um novo núcleo da organização criminosa integrada pela 'Abin paralela', a Polícia Federal ainda quer avançar nas investigações sobre os "indícios veementes" que encontrou de crime de corrupção passiva.

A suspeita dos investigadores é que o grupo visava não só vantagens políticas, mas também econômicas, via corrupção passiva. Ao requerer as diligências cumpridas nesta quinta-feira, 11, a corporação diz que os indícios serão tratados "no momento oportuno para a investigação". A indicação ocorreu quando a Polícia Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a expedição de cinco ordens de prisão, cumpridas nesta quinta, 11.

Os investigadores argumentaram que a liberdade de Giancarlo e de Bormevet, "responsáveis pela execução e ações clandestinas", representava risco à investigação, considerando ações realizadas para "embaraçar todas as investigações sejam elas policiais, do Ministério Público e parlamento federal e benefício do núcleo-político".

A PF diz que ainda não identificou todos os integrantes da organização criminosa. Também destacou a Moraes que as ações de desinformações promovidas pelo grupo seguem em andamento, inclusive por parte de foragidos da Justiça.

A investigação da Polícia Federal identificou que o sistema FirstMile, utilizado pela Abin teria feito 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo do ex-presidente Bolsonaro. De acordo com a PF, "além do uso indevido do sistema, apura-se a atuação de dois servidores da Agência que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão".

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

"Esta parceria econômica posiciona nossos dois países para trabalhar em colaboração e investir juntos para garantir que nossos ativos, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação econômica da Ucrânia", diz o comunicado do departamento americano.

"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

"E para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu a máquina de guerra russa poderá se beneficiar da reconstrução da Ucrânia", pontua Bessent.

O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

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O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.