Grupo do PP não aceita Mello como vice de Nunes: 'Manda o Bolsonaro acordar'

Política
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Um grupo de deputados do PP se rebelou contra a indicação do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo como vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A indicação foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como condição para apoiar o emedebista. O entorno de Nunes resiste, mas a entrada de Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB) na disputa aumentou a pressão para o prefeito aceitar a indicação, o que ainda não ocorreu.

 

O deputado estadual Delegado Olim (PP) disse ao Estadão que há risco de Nunes perder o apoio do PP e, consequentemente, o tempo de televisão, que ele estima ser de dois minutos. Caso o partido permaneça com o prefeito, ele ameaça não fazer campanha para Nunes se o vice for o ex-coronel da Rota.

 

"Eu não subo em palanque se ele escolher esse cara aí. Esse cara foi um péssimo administrador no Ceagesp, foi uma merda como PM e agora vai colocar ele de vice-prefeito? Não falta mais nada, né? Manda o Bolsonaro acordar. Ele acaba atrapalhando ao invés de ajudar", disse Olim. Araújo foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo Bolsonaro.

 

Olim vai se reunir com o secretário de Governo de São Paulo, Edson Aparecido, na quarta-feira, 12, e diz que pedirá para falar com Nunes para expor sua opinião. "Ninguém [no PP] é a favor desse cara. Ninguém quer [que o vice] seja nosso também, não, pode pôr qualquer um. Esse cara não dá. Agora, se ele insistir, o Bolsonaro, fica com eles então, vai, corre atrás de dois minutos de televisão aí, que é o que nós temos".

 

Presidente municipal, o deputado federal Fausto Pinato (PP) critica a forma como a indicação é debatida e avalia que, em um cenário de empate técnico entre Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) é preciso fazer acenos aos moderados.

 

"Eu tenho certeza que se a vice do Bolsonaro fosse a Tereza Cristina, o resultado teria sido outro", disse ele, em menção à eleição presidencial de 2022. "Nós precisamos buscar o moderado de centro e de centro-direita. O apoio do presidente é importante? Muito, desde que ele tenha poder de veto. São muitos partidos, nós, Republicanos, União Brasil, que estiveram com Bolsonaro. Por que não preferir uma composição harmônica?".

 

Pinato diz que "tudo é possível" ao ser questionado sobre a possibilidade do PP desembarcar da campanha de Nunes e defende que o vice seja escolhido com base em uma pesquisa eleitoral que aponte qual é o melhor perfil. "Eu não sei se tem que ser um coronel, delegado, uma mulher", declarou.

 

O deputado federal Coronel Telhada (PP) diz que a indicação do ex-coronel da Rota é "um pouco polêmica" porque todos os partidos têm esperança em indicar o vice, mas adotou postura diferente dos colegas. "Em particular, eu tenho amizade com o coronel Mello Araújo. Acho ele muito competente e capaz de assumir qualquer função. Então falar que eu estou descontente seria mentira. Sinceramente, pra mim é um bom nome", declarou.

 

Ele também minimizou a possibilidade do PP deixar de apoiar Ricardo Nunes caso o prefeito aceite a indicação de Bolsonaro. Segundo Telhada, é "muito difícil" que isso ocorra porque o acordo entre o partido e o chefe do Executivo não previa a indicação do vice. Contudo, apontou que outro caminho contemplaria melhor o PP.

 

"O partido entende que o ideal é que fosse uma indicação política de alguém que já estivesse no meio político porque agregaria votos. Você pega, por exemplo, o delegado Olim, que tem mais de 200 mil votos. Se o nome dele fosse o nome indicado, por exemplo, não que ele tenha essa pretensão, estou falando um nome que eu lembro que tem bastante voto, como o (deputado federal) Bruno Lima, com 400 mil votos. De cara você já teria uma agregação", explica Telhada.

 

Quando fechou acordo para apoiar o prefeito, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, levou uma lista com quatro nomes que o partido poderia indicar para a vice. Além de Mello Araújo, foram citados a vereadora Sonaira Fernandes (PL), o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) e a delegada Raquel Galinatti (PL). O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, também pleiteia a vaga.

 

Como mostrou o Estadão, o governador Tarcísio de Freitas expressou preferência por Sonaira nos bastidores e o próprio Bolsonaro chegou a orientá-la a ficar de prontidão. Porém, com a entrada de Marçal e Datena, Tarcísio defendeu nesta segunda-feira, 10, que o escolhido seja Mello Araújo.

 

"Até pela mudança no cenário, é importante fazer esse acerto o mais rápido possível. Estaremos junto com o coronel Ricardo de Mello Araújo e com o Ricardo Nunes", declarou durante coletiva de imprensa em Taboão da Serra.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.