Carla Zambelli pede ajuda a Elon Musk e reclama que bilionário parou de tuitar sobre Brasil

Política
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) usou seu perfil no X (antigo Twitter) nesta sexta-feira, 24, para pedir ao dono da plataforma, o empresário Elon Musk, que "olhe novamente para o Brasil". O pedido ocorre após o embate travado pelo bilionário contra o Judiciário brasileiro, em especial à figura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com acusações de supostas arbitrariedades cometidas pela Justiça. Zambelli é ré em um inquérito judicial que apura a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.

"@elonmusk, por favor, olhe novamente para o Brasil. Você começou uma revolução contra o mal no Brasil, mas depois que parou de tuitar, todos os processos recomeçaram. Anteontem sofri um revés pela segunda vez, por pura perseguição. Parece que estamos vivendo no inferno. Ajude-nos!", escreveu a deputada.

Na publicação, Zambelli relaciona o fato de Musk ter "parado de tuitar" ao avanço de ritos processuais julgados pelo Supremo. A deputada escreveu em inglês, em uma postagem do bilionário sobre um voo teste do foguete espacial desenvolvido pela SpaceX, outra de suas empresas. Musk não respondeu à parlamentar.

Zambelli responde, com o hacker Walter Delgatti, o "Vermelho", pelos supostos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. O STF tornou a parlamentar ré a partir da denúncia enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que aponta que documentos apreendidos com a deputada correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do órgão. Para os investigadores, isso comprova que ela participou do ataque, planejado para colocar em dúvida a credibilidade do Poder Judiciário. A defesa da deputada nega as acusações.

Um dos documentos falsos inseridos no sistema e encontrado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apurou o caso foi um mandado falso onde Moraes determina e assina a própria prisão. Na sessão em que a denúncia foi aceita nesta terça-feira, 21, a ministra do STF Cármen Lúcia usou a expressão "desinteligência natural" para qualificar a suposta ação dos criminoso. Na sequência, Moraes afirmou que a ministra estava sendo educada ao usar o termo e que, ele próprio, qualificaria a ação como "burrice".

O embate travado por Musk contra Moraes nas redes, em abril, foi motivado porque o dono do X disse se recusar a cumprir ordens judiciais, expedidas pelo STF, que determinavam a retirada de perfis da plataforma, no âmbito das investigações sobre milícias digitais e fake news.

Na ocasião, Musk disse que Moraes deveria renunciar à sua cadeira na Corte ou sofrer um impeachment. Em resposta, o ministro incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais por "dolosa instrumentalização" do X. O empresário também chamou o ministro de "ditador" e afirmou que ele teria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "na coleira".

As publicações de Musk continuaram por semanas, o que motivou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passassem a chamar o bilionário de "mito da liberdade", a exemplo do próprio ex-mandatário. No ato bolsonarista no Rio, em 21 de abril, Bolsonaro teceu elogios a Musk, enquanto o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) chegou a discursar em inglês, na orla de Copacabana, para ser ouvido pelo bilionário.

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A Autoridade Marítima e Portuária (MPA, na sigla em inglês) de Cingapura afirmou na noite de ontem que acionou medidas para tratar um derramamento de óleo no Terminal de Pasir Panjang. O incidente ocorreu na sexta-feira, devido a uma colisão de um barco em um navio de abastecimento de combustível.

"O derramamento de óleo do navio foi contido e não houve mais vazamentos desde a noite de sexta-feira no fuso horário de Cingapura. O óleo que escapou do tanque danificado foi tratado com dispersantes", afirma a MPA, em nota.

Devido à corrente de maré, o óleo tratado chegou às margens, incluindo Sentosa, Reserva Natural de Labrador, Ilhas do Sul, Marina South Pier e East Coast Park. Não há sinais de mancha de óleo dentro do Sisters' Islands Marine Park, mas foi observado brilho de óleo nas águas ao redor. Para facilitar os esforços de limpeza, algumas praias da região serão fechadas até novo aviso.

Segundo a autoridade, 18 embarcações de resposta foram mobilizadas para realizar os esforços de contenção e limpeza no mar. Quase 1500 metros de barreiras de contenção foram mobilizados e mais serão instalados nos próximos dias para evitar a propagação adicional de óleo para a costa e facilitar a recuperação do óleo preso na costa e as lagoas afetadas.

A Autoridade Marítima e Portuária de Singapura (MPA) diz ainda que notificou agências, incluindo a Agência Nacional de Meio Ambiente (NEA), o Conselho de Parques Nacionais (NParks) e a Corporação de Desenvolvimento de Sentosa, sobre o incidente.

O exército de Israel anunciou neste domingo, 16, que vai interromper os combates durante o dia ao longo de uma rota no sul da Faixa de Gaza para liberar um acúmulo de entregas de ajuda humanitária destinada aos palestinos, no que chamou de "pausa tática na atividade militar".

O novo arranjo visa a reduzir a necessidade de coordenar as entregas, oferecendo uma janela ininterrupta de 11 horas por dia para que os caminhões entrem e saiam da passagem. O órgão descreveu em um comunicado que "uma pausa tática local da atividade militar para fins humanitários ocorrerá das 8h às 19h diariamente até novo aviso".

O movimento tem como objetivo permitir que os caminhões de ajuda cheguem à passagem de Kerem Shalom, controlada por Israel, e viajem com segurança para a rodovia Salah a-Din, a principal estrada norte-sul, disseram os militares. A passagem tem sofrido um gargalo desde que as tropas terrestres israelenses se mudaram para Rafah no início de maio.

A "pausa tática" anunciada pelos militares, que se aplica a cerca de 12 quilômetros de estrada na área de Rafah, fica muito aquém de um cessar-fogo completo no território sitiado, que tem sido buscado pela comunidade internacional, incluindo o principal aliado de Israel, os Estados Unidos. Se for mantida, a interrupção limitada dos combates poderá ajudar a atender a algumas das necessidades urgentes dos palestinos, que aumentaram ainda mais nas últimas semanas com a incursão de Israel em Rafah.

O COGAT, órgão militar israelense que supervisiona a distribuição de ajuda em Gaza, disse que a rota aumentaria o fluxo de ajuda para outras partes de Gaza, incluindo Khan Younis, Muwasi e Gaza central. O norte de Gaza, duramente atingido, que foi um dos primeiros alvos da guerra, está sendo servido por mercadorias que entram por uma passagem ao norte.

Os militares disseram que a pausa ocorreu após discussões com as Nações Unidas e agências de ajuda internacional. As agências de ajuda, incluindo a ONU, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Grupos humanitários estão alertando para uma grave falta de alimentos e outros bens essenciais no território palestino sitiado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que mais de 8 mil crianças com menos de cinco anos de idade foram tratadas com desnutrição aguda em Gaza.

Mediadores internacionais pressionaram Israel e o grupo terrorista Hamas a aceitarem um acordo de trégua apresentado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, para permitir uma troca de reféns por prisioneiros e aumentar a entrega de ajuda, mas as negociações estagnaram.

O vice-diretor executivo do Programa Alimentar Mundial, Carl Skau, afirmou que "com a anarquia na Faixa (...) e o conflito ativo, tornou-se quase impossível entregar o nível de ajuda que atenda às crescentes demandas".

(Com agências internacionais)

A Rússia disse que suas forças de segurança invadiram um centro de detenção na cidade de Rostov do Don e mataram seis homens ligados ao Estado Islâmico que haviam feito dois guardas reféns. O levante ocorreu menos de três meses depois de o grupo militante realizar um ataque terrorista mortal em uma sala de concertos em Moscou.

A operação para libertar os reféns aconteceu no início deste domingo, depois que seis prisioneiros derrubaram as telas das janelas de suas celas e se abaixaram usando cordas do quarto andar da prisão, localizada próxima à fronteira da Rússia com a Ucrânia.

O incidente ameaça corroer ainda mais a narrativa do presidente russo, Vladimir Putin, de que sua invasão à Ucrânia melhorou a segurança da Rússia ao atingir seus adversários no Ocidente. Após o ataque à sala de concertos em março, especialistas em segurança argumentaram que a guerra drenou os recursos da Rússia e distraiu as forças de segurança do combate a ameaças internas.