Câmara agenda sessão em homenagem à Marielle Franco e Anderson Gomes

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Câmara dos Deputados agendou para esta terça-feira, 26, a realização de uma Sessão Solene em homenagem e memória da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018. O evento, requerido pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ), acontecerá dois dias após a prisão preventiva de três suspeitos apontados como mandantes do crime pela investigação da Polícia Federal (PF).

 

O requerimento da sessão, assinado ainda por outros parlamentares do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido dos Trabalhadores (PT), solicitava o agendamento da homenagem para o dia 19 de março, mas foi aceito depois das respostas obtidas pela Operação Murder Inc., realizada pela PF em parceria com a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

 

As execuções, que completaram seis anos no dia 14 deste mês, são descritas no documento como "um crime bárbaro", que "representa um atentado contra o livre exercício do mandato parlamentar, a integridade da democracia e o próprio Legislativo brasileiro".

 

O texto ainda diz que a "violência política no Brasil vem tomando, nos últimos anos, proporções grandiosas e preocupantes", vitimizando, ofendendo e ameaçando diversos agentes políticos "por exercerem suas funções parlamentares". Além disso, o documento se insere na "jornada de luta em defesa dos direitos das mulheres que ocupa todo o mês de março", ressaltando que a maioria das vítimas de atentados políticos são "mulheres, pessoas negras e LGBTI+".

 

Justificando a importância da homenagem à vereadora e ao motorista assassinados, a deputada sinaliza que "desde 2018, em diversas partes do mundo, entre universidades, praças, casas legislativas e favelas onde Marielle tem sido homenageada de muitas maneiras, pergunta-se diariamente: quem mandou matar Marielle e Anderson? E por quê?".

 

Operação Murder Inc.

 

Neste domingo, 24, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou as prisões do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. A decisão se deu no âmbito da investigação que apura a 'autoria intelectual' das execuções. As defesas dos três negam participação no crime.

 

A operação, que ainda apura crimes de organização criminosa e obstrução de justiça, foi deflagrada após o anúncio da homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o executor dos assassinatos. Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão na capital carioca expedidos pelo STF.

 

De acordo com a PF, a "repugnância" dos irmãos em relação à vereadora, que pode ter motivado o crime, se dava por sua atuação junto a comunidades em Jacarepaguá, reduto político dos Brazão na zona oeste do Rio, em sua maioria dominadas por milícias. Marielle teria atuado, segundo a PF, "notadamente no tocante à exploração da terra e aos loteamentos ilegais", atrapalhando a tramitação de um projeto de lei de autoria de Chiquinho Brazão.

 

A proposta, que "flexibilizava as exigências legais, urbanísticas e ambientais para a regularização dos imóveis" segundo a PF, foi rejeitada pela bancada do PSOL, mas acabou aprovada. Depois, a lei foi derrubada pela Justiça.

 

A PF aponta que "a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito à moradia" é delineada pelos "indícios do envolvimento dos Brazão, em especial de Domingos, com atividades criminosas, incluindo-se nesse diapasão as relacionadas com milícias e 'grilagem' de terras".

 

Além disso, o conselheiro do TCE-RJ, segundo a Procuradoria-Geral da República, teria se aliado a funcionários de seu gabinete, uma advogada e um delegado da PF para fazer investigações em âmbito estadual "passarem longe dos reais autores do crime".

 

Já Rivaldo Barbosa foi empossado chefe da Polícia Civil do Estado do Rio no dia 13 de março de 2018, um dia antes das execuções. Na época, o Estado estava sob intervenção federal com o general Walter Braga Netto, que depois seria ministro da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à frente. A nomeação foi feita pelo general Richard Nunes, à época no comando da Secretaria de Segurança Pública.

 

Encaminhados para o presídio federal de Brasília, os irmãos Brazão e o delegado ficarão em celas individuais. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos Brazão, e o advogado Alexandre Dumans, que representa o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, negam a participação deles no crime.

 

Além dos mandados de prisões e buscas, Moraes determinou bloqueio de bens; afastamento das funções públicas; e outras medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, entrega de passaporte e suspensão de porte de armas. O STF não especificou, em nota divulgada à imprensa, quem são os alvos dessas medidas.

Em outra categoria

O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".