'Acho ótimo Rui Costa se dispor a ser interlocutor', diz Padilha sobre relação com Lira

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou na noite desta segunda-feira, 19, que não se incomoda com o fato de ministro da Casa Civil, Rui Costa, tenha sido escalado para tratar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A pasta de Padilha é responsável, a princípio, por ser a ponte entre o governo federal e os líderes do Legislativo. Mas Lira há muito reclamava de Padilha, dizendo que os acordos acertados com o ministro não eram cumpridos pelo governo.

 

"Acho ótimo o ministro Rui Costa estar ajudando e querer ajudar, se dispor a ser um interlocutor", disse, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura. "Quando mais ministro conversando com o presidente da Câmara, o presidente do Senado, com lideranças, para mim melhor". Padilha pontuou, no entanto, que esse contato entre ministros e líderes partidários será coordenado pela sua pasta "e sob a liderança do presidente Lula".

 

"Eu e o ministro Rui Costa temos uma relação direta, uma conversa direta, somos ali vizinhos de ministérios", declarou. Padilha também falou que houve um "resultado recorde" de pagamento de emendas parlamentares, tema que é a reclamação do presidente da Câmara.

 

Segundo Padilha, não existe "pé de guerra" entre o governo e o Congresso. De acordo com ele, Lira teve uma parceria importante com o governo ao definir a agenda de votações que eram prioridade. Padilha disse que espera repetir essa parceria neste ano. "Ele teve, no seu estilo, um postura, eu diria, de parceria importante com o Brasil nessa agenda compartilhada com o presidente Lula," disse. "Tenho certeza que nos últimos 12 meses do seu mandato, vai continuar com a mesma postura", disse Padilha.

Em outra categoria

O bilionário Elon Musk, que atuou como um dos principais apoiadores públicos e financiadores da campanha de Donald Trump, será o chefe do chamado "Departamento de Eficiência Governamental", anunciou o presidente eleito na noite da terça-feira, 12. O CEO da Tesla e da SpaceX ocupará o cargo ao lado do empresário norte-americano Vivek Ramaswamy.

"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais - essenciais para o Movimento 'Salvar a América'", declarou Trump em um comunicado.

Não existe um departamento federal; os dois trabalharão de fora do governo para fornecer "conselhos e orientações", disse Trump em uma publicação nas redes sociais.

Ele afirmou que trabalharão com autoridades da Casa Branca para "impulsionar uma reforma estrutural em larga escala".

Ele acrescentou que o trabalho do departamento terá de ser concluído até 4 de julho de 2026.

O Departamento de Eficiência Governamental leva abreviatura de "DOGE", uma aparente referência ao gosto de Musk pela criptomoeda Dogecoin, cujo mascote é um Shiba Inu.

Musk, o CEO de tecnologia e homem mais rico do mundo, havia discutido a ideia anteriormente ao propor cortes massivos nos gastos. Em publicação no X, antigo Twitter, Musk se manifestou e fez promessas diante do anúncio realizado pelo presidente eleito.

"Todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas on-line para máxima transparência", disse o empresário.

O bilionário acrescentou ainda que sugestões sobre a necessidade de cortes ou contenção de gastos poderão ser sinalizadas. "Também teremos uma tabela de classificação para os gastos mais insanamente idiotas do seu dinheiro de impostos. Isso será extremamente trágico e extremamente divertido", finalizou a postagem.

Durante uma live em agosto, Trump acolheu a ideia de Musk se juntar a um segundo mandato republicano para ajudar a cortar desperdícios do governo. Musk se ofereceu para participar de uma possível "comissão de eficiência governamental", quando sugeriu a Trump que Washington tem gastos em excesso.

Na época, Trump pareceu gostar da ideia, chamando o bilionário de "o maior cortador", em uma aparente referência a demissões em massa que Musk já fez em suas empresas.

Não está claro, porém, como tal esforço seria financiado ou executado, já que as decisões de gastos governamentais cabem ao Congresso e ao presidente, não a grupos externos.

Vivek Ramaswamy foi pré-candidato

Multimilionário, empreendedor do setor de tecnologia e abertamente fã de Trump, Ramaswamy foi pré-candidato pelo Partido Republicano e passou a apoiar o ex-presidente na corrida presidencial após suspender sua campanha em janeiro por conta de um resultado ruim nos caucus de Iowa.

Durante a campanha, ele criticou seus oponentes, mas elogiou Trump como "o melhor presidente do século 2021".

Ele ficou conhecido por ter ideias consideradas radicais, incluindo dentro do partido. Ele defendeu teorias da conspiração exigindo a revelação da "verdade" sobre assuntos como a invasão ao Capitólio e os ataques terroristas às Torres Gêmeas. Também defendeu a ivermectina para tratamento de covid-19, apesar da ciência confirmar a ineficácia do medicamento para este caso.

Em 2014, ele fundou e atuou como CEO da Roivant Sciences, uma empresa farmacêutica que tinha o objetivo de criar um remédio para o Alzheimer.

A companhia faliu nos seus esforços de levar o remédio ao mercado em 2021, mas o empreendedor fez centenas de milhões de dólares com a venda das suas ações, e viu decolar então sua carreira entre os titãs do Vale do Silício. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou o apresentador da Fox News e veterano das guerras no Iraque e no Afeganistão Pete Hegseth para atuar como o próximo secretário de Defesa dos Estados Unidos.

Hegseth, de 44 anos, é coapresentador do programa Fox & Friends Weekend, do Fox News Channel, e colaborador da rede desde 2014.

Ele também é autor do livro The War on Warriors: Behind the Betrayal of the Men Who Keep Us Free.

O indicado para secretário de Defesa era um capitão de infantaria na Guarda Nacional do Exército e serviu no exterior no Afeganistão, no Irã e na Baía de Guantánamo. Ele era anteriormente chefe do grupo financiado por Koch, Concerned Veterans for America.

Hegseth, formado em Princeton e Harvard, criticou a abordagem do governo Joe Biden à segurança nacional como fraca e escreveu um livro descrevendo a liderança militar como mais focada na diversidade do que no enfrentamento de ameaças globais.

Ele desempenhou um papel importante para convencer Trump em 2019 a intervir nos casos de crimes de guerra de três militares dos EUA, levando o presidente a perdoar o major do Exército Mathew L. Golsteyn e o major do Exército Clint Lorance em casos de assassinato e intervindo para restabelecer o posto de suboficial Edward Gallagher, um membro da força especial da Marinha (Navy SEAL) que havia sido absolvido de assassinato, mas considerado culpado de posar para uma fotografia com um cadáver no Iraque. Fonte: Associated Press.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, começou a dar cara ao seu novo gabinete com congressistas e pessoas leais ao seu movimento, indicando nomes para afastar o governo americano o mais rápido possível da agenda de Joe Biden. Após um primeiro mandato cercado de republicanos que tentaram reduzir o impacto de muitas de suas decisões, Trump pretende agora ter caminho livre para adotar suas políticas.

Na terça-feira, 12, Trump anunciou a governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, como secretária de Segurança Interna, e o deputado Mike Waltz como conselheiro de Segurança Nacional. Noem foi notícia quando admitiu, em uma biografia, ter matado seu cachorro, atirando-o em um poço após ele ter atacado galinhas da fazenda vizinha.

Fora esse incidente, ela não é muito conhecida dos americanos. Em outubro, Noem apresentava um comício na Pensilvânia quando duas pessoas se sentiram mal na plateia e Trump decidiu passar 40 minutos balançando a cabeça ao som de uma trilha sonora que incluía Ave Maria, cantada por Luciano Pavarotti, e YMCA, do Village People. O tempo todo, a governadora dançou animada ao seu lado.

Já Waltz é um veterano das Forças Especiais do Exército, conhecido falcão de Washington e com grande experiência em política externa. Trump o descreveu como "um especialista nas ameaças representadas por China, Rússia, Irã e terrorismo global".

Israel

Como conselheiro de Segurança Nacional, ele terá a tarefa de reavaliar a ajuda dos EUA à Ucrânia. No passado, ele deu declarações favoráveis à continuidade do apoio americano, mas recentemente afirmou que os EUA não poderiam enviar um "cheque em branco" para Kiev na guerra contra a Rússia.

Outro anúncio de ontem foi o embaixador em Israel. Trump escolheu Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas e pai de Sarah Huckabee Sanders, que foi secretária de imprensa da Casa Branca no primeiro mandato do republicano e atualmente ocupa o governo do Estado de Arkansas.

Na segunda-feira, 11, ele revelou as indicações de dois congressistas republicanos: a deputada Elise Stefanik, para ser embaixadora dos EUA na ONU, e o ex-deputado Lee Zeldin, para chefiar a Agência de Proteção Ambiental (EPA). Ambos foram fiéis escudeiros de Trump no primeiro mandato, principalmente durante os dois processos de impeachment.

O presidente eleito ainda não anunciou quem deve ocupar os cargos de maior visibilidade, como secretário de Estado e secretário de Justiça. A imprensa americana, no entanto, especula que o senador Marco Rubio, da Flórida, é favorito para ser o próximo chefe da diplomacia americana - segundo várias pessoas ligadas a Trump, que alertaram, no entanto, que ele ainda pode mudar de ideia.

Agilidade

As escolhas exigirão confirmação do Senado, o que leva tempo e, às vezes, pode apresentar problemas políticos. Para evitar esse cenário, embora os republicanos tenham obtido maioria, Trump exigiu na segunda-feira que o futuro líder da Casa permita que ele faça as nomeações sem audiências de confirmação, o que significaria um drible no Congresso e na Constituição.

No primeiro mandato, Trump estava menos preparado para a transição e reclamou que havia feito escolhas ruins, incluindo o senador Jeff Sessions, então secretário de Justiça. Trump demitiu Sessions em novembro de 2018, reclamando por ele ter se eximido de comandar a investigação sobre a influência russa na campanha de 2016, conduzida pelo procurador especial Robert Mueller.

No primeiro mandato, Trump também bateu de frente com Rex Tillerson, então secretário de Estado, que se queixava que o então presidente "não entendia conceitos básicos de política externa". Na ocasião, o New York Times citou fontes relatando que Trump estava irritado com a "linguagem corporal" de Tillerson, que revirava os olhos e fazia careta quando discordava do chefe nas reuniões entre eles.

Quando ocupou a Casa Branca, Trump teve problemas ainda com os generais John Kelly, seu chefe de gabinete, que durante a campanha chamou o republicano de "fascista", e Mark Milley, comandante do Estado-Maior Conjunto, que também se converteu em crítico. Trump não esconde seu desejo, manifestado publicamente, de levar à corte marcial oficiais da reserva, como Kelly, Milley e Mark Esper, seu ex-secretário de Defesa, que o criticaram na imprensa.

Alcance

Desta vez, ele pretende assumir uma máquina mais azeitada. Seus assessores estão analisando escolhas e examinando possíveis candidatos há meses, em alguns casos até anos, já prevendo a vitória nas eleições deste ano.

O gabinete de um presidente americano, normalmente, inclui 15 secretários, além do vice-presidente. Mas ele também tem de preencher outros cargos importantes, incluindo o chefe da EPA e o embaixador da ONU, que têm status de ministros. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.