Nunes elogia coronel Mello, mas diz que vice não está definido

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), recebeu de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, a indicação do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Nascimento de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, para ser vice em sua chapa nas eleições municipais de 2024. O prefeito, no entanto, evitou cravar o nome ao longo do dia.

Segundo ele, a decisão será tomada por meio de "consenso" entre os partidos que formam a aliança pela sua reeleição. Valdemar Costa Neto foi procurado diretamente e por meio de sua assessoria, mas ainda não se manifestou.

"O presidente Valdemar esteve comigo pela manhã e trouxe o nome do coronel Mello, uma sugestão do presidente Bolsonaro e do PL. Falamos que é importante apresentar para os demais partidos. É um bom nome, mas precisamos ver agora os outros que estão postos", declarou o prefeito após evento de assinatura do início das obras de canalização de um córrego para evitar alagamentos no Morumbi, nesta segunda-feira, 29, em mas uma agenda conjunta com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo o site Metrópoles, Valdemar Costa Neto apresentou hoje uma lista de quatro candidatos em potencial ao prefeito. Além do coronel Mello, estão no páreo a delegada Raquel Gallinati, diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil e suplente a deputada estadual pelo PL, a vereadora licenciada Sonaira Fernandes, atual secretária estadual de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio, e o deputado estadual Tomé Abduch, empresário e um dos fundadores do Movimento Nas Ruas.

Nunes afirmou ainda que receber "tanta sugestão de nome para vice" seria um indicativo de que a sua candidatura está crescendo em São Paulo e ganhando interesse no meio político.

Não há pressa para definição do indicado do PL, diz o prefeito. "As definições de vice normalmente acontecem próximo das convenções, em julho. Estão antecipando muito o processo, por causa de outros candidatos, mas ainda temos bastante tempo para conversar, discutir e achar o melhor nome. Não tem prazo definido e não tem pressa."

Seu principal adversário nas pesquisas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), deve dividir o palanque com a candidata a vice Marta Suplicy, após articulação do PT e do presidente Lula em janeiro.

A ex-prefeita ocupava antes o cargo de secretária de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, mas rompeu com Ricardo Nunes alegando não concordar com a aproximação do emedebista com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela deve se filiar ao PT em evento na sexta-feira, 2, consolidando o retorno ao partido que criticou após os escândalos da Lava Jato.

Como mostrou o Estadão, Mello Araújo é um fiel seguidor de Bolsonaro e seria uma espécie de preposto do ex-presidente da República numa eventual nova gestão de Nunes. O prefeito, por sua vez, ganharia um reforço na pauta da segurança pública durante a campanha, com atração, sobretudo, do eleitor bolsonarista.

O coronel foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa pública federal, na gestão do ex-presidente desde outubro de 2020. Em janeiro de 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi exonerado do cargo. Antes, comandou a Rota, batalhão especial da Polícia Militar de São Paulo, entre 2017 e 2019.

Bolsonaro e Nunes alternaram momentos de proximidade e distanciamento durante o ano passado. Em dezembro, o ex-presidente chegou a dizer que apoiaria o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente de seu governo, na eleição municipal.

Ele também afirmou, em novembro, que precisava "engolir" candidatos defendidos por Valdemar Costa Neto para 2024. Neste domingo, Bolsonaro fez uma live com os filhos para lançar uma cartilha aos candidatos incentivando a polarização com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A comitiva de autoridades que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Rússia contará com a participação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara Elmar Nascimento (União-BA). Além disso, também contará com os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e o assessor-chefe da Assessoria Especial, embaixador Mauro Vieira, de acordo com lista divulgada pelo Palácio do Planalto.

Esta será a terceira viagem feita por Lula da qual Alcolumbre participará. Os dois já estiveram juntos na comitiva que viajou ao Japão, em março, e à Itália para o velório do papa Francisco, em abril.

O início da viagem está previsto para esta terça-feira, 6, à noite, quando Lula partirá de Brasília às 22h rumo a Casablanca. A chegada do chefe do Executivo brasileiro à Rússia é esperada para quarta-feira, 7.

No país, o petista participará da celebração dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. Ainda, terá encontros bilaterais com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.

Na reunião com Putin, Lula deve fazer uma menção à questão da necessidade de reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Rússia. "Nós importamos dois produtos que são fundamentais, fertilizantes são fundamentais até para o nosso setor exportador, e diesel também, mas nós queremos ampliar as nossas exportações para a Rússia", disse o secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Paes Saboia.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, alertou nesta terça-feira, 6, para um possível conflito "inevitável" com a Índia, motivado pela disputa por recursos hídricos e por um ataque que matou sete soldados paquistaneses e foi atribuído por autoridades paquistanesas aos indianos. As informações são da imprensa local.

Segundo um canal de TV do país, Asif afirmou que um confronto com a Índia está próximo. "Foi dito no briefing de hoje que a agressão da Índia é esperada", declarou. Ele também teria ameaçado retaliar caso o governo indiano bloqueie o fluxo de água destinado ao Paquistão.

"Se os governantes indianos tentarem bloquear a água do Paquistão, eles vão se afogar nela", disse Asif, segundo a mídia local. O ministro ainda teria afirmado que o país está pronto para destruir qualquer estrutura construída pela Índia no rio Indo.

As declarações vieram poucas horas após um atentado no sudoeste do Paquistão. Uma bomba caseira atingiu um veículo militar no distrito de Kachhi, matando sete soldados. O Exército paquistanês responsabilizou o grupo armado Baloch Liberation Army (BLA), que, segundo o Paquistão, teria ligações com a Índia, que nega. A Al Jazeera observou que não há evidências públicas dessa conexão, e nem o BLA nem o governo indiano comentaram as acusações.

O presidente Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque e elogiaram o sacrifício das forças de segurança. A tensão aumentou ainda mais depois que o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a Índia passará a reter águas antes compartilhadas com o Paquistão. "Antes, a água da Índia também ia para fora. Agora, a água da Índia fluirá para sua parte... e será utilizada pela própria Índia", disse Modi, segundo a Reuters.

O Paquistão já havia advertido que qualquer interferência em seus rios seria vista como um "ato de guerra", conforme reportou a France 24. O tratado de 1960, que garantia ao Paquistão o uso de 80% da água para fins agrícolas, foi suspenso por Nova Délhi após um ataque terrorista na Caxemira indiana, atribuído a militantes ligados ao Paquistão.

*Com informações da Associated Press

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira, 6, com o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes discutiram aspectos da situação atual no Oriente Médio, além de "algumas questões bilaterais urgentes", de acordo com uma mensagem russa enviada via Telegram.

Hoje, o líder russo também conversou com o presidente da República Islâmica do Irã, Masoud Pezeshkian, sobre questões relativas ao desenvolvimento da cooperação entre os dois países com base no Tratado Bilateral de Parceria Estratégica Abrangente, assinado durante uma visita oficial do presidente iraniano à Rússia em 17 de janeiro.

"Foi dada especial atenção à expansão de laços mutuamente benéficos no comércio e na economia, inclusive por meio da implementação de importantes projetos conjuntos em transporte e energia", mencionou outra nota do governo russo no Telegram.

"Os líderes trocaram opiniões sobre questões internacionais e regionais urgentes, incluindo o andamento das negociações entre o Irã e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que estão sendo mediadas por Omã", acrescenta a nota, que menciona a disposição russa para facilitar o diálogo e alcançar o acordo "justo, baseado nos princípios do direito internacional".