Moraes autoriza visitas a Bolsonaro de ministro do TCU e pastor

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 23, novas visitas à residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram liberados Jorge Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU); Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado; o bispo Robson Rodovalho, fundador da igreja Sara Nossa Terra; e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPI do INSS.

Gaspar, no entanto, comunicou a Moraes que não vai realizar a visita. Quando a autorização foi solicitada pela defesa de Bolsonaro, ele ainda não havia assumido a relatoria da CPI. A decisão, segundo o deputado, se dá para preservar a isenção de seu trabalho na investigação.

"Recebi autorização do ministro. Alexandre de Moraes para visitar o ex-presidente Bolsonaro, a quem tem minha solidariedade, respeito,e consideração. Decidi declinar, em respeito à função que exerço como relator da CPMI do INSS e para evitar qualquer questionamento sobre minha atuação", escreveu o deputado no X, antigo Twitter.

"Meu foco segue firme em concluir os trabalhos da Comissão e defender os aposentados do Brasil. Assim que essa missão for concluída, pretendo solicitar a realização da visita ao ex-presidente Bolsonaro", completou.

Os encontros dos outros autorizados foram agendados para ocorrer entre as 9h e as 18h, na próxima semana: Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro para o CTU, irá na terça-feira, 28; Robson Rodovalho na quinta, 30; e Marinho na sexta, 31.

Anteriormente, em setembro, o bispo teve pedido de visita negado pelo ministro quando seu nome foi incluído em autorização para entrada do grupo de orações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. "O 'Grupo de Orações', entretanto, não pode ser usado como desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas'", pontou Moraes.

Rodovalho foi deputado federal pelo Distrito Federal entre 2006 e 2010, quando foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por infidelidade partidária, ao trocar o DEM pelo PP.

Nesta quarta-feira, 22, Moraes negou pedido de autorização para o ex-presidente receber uma visita do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. O ministro lembrou que Bolsonaro está proibido de manter contato com réus ou investigados pela tentativa de golpe de Estado.

Isso porque a Primeira Turma do STF decidiu reabrir a investigação sobre a participação de Costa Neto na trama golpista. Ele havia sido investigado e indiciado, mas não denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em prisão domiciliar desde o início de agosto, o ex-presidente já protocolou mais de 75 pedidos de visitas no STF, segundo lista obtida pela Coluna do Estadão.

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O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, bem como seus familiares e apoiadores, "em conformidade com as autoridades relacionadas ao combate ao narcotráfico", de acordo com documento divulgado nesta sexta-feira, 24.

Além do líder colombiano, sua esposa, Veronica del Socorro Alcocer Garcia, e seu filho mais velho, Nicolas Fernando Petro Burgos, também foram alvos da medida. Com a ação norte-americana, todos os bens e interesses em bens das pessoas designadas ou bloqueadas descritas no documento que estejam nos EUA ou sob posse ou controle de cidadãos norte-americanos estão bloqueados e devem ser reportados ao OFAC.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, alega que desde que Petro assumiu o poder na Colômbia, a produção de cocaína no país atingiu o ritmo mais alto em décadas, inundando os EUA e "envenenando americanos".

"O presidente Petro permitiu que os cartéis de drogas prosperassem e se recusou a interromper essa atividade", disse ele. "Hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, está tomando medidas enérgicas para proteger nossa nação e deixar claro que não toleraremos o tráfico de drogas para nosso país", acrescentou.

Segundo a nota, a ação foi tomada em conformidade com a Ordem Executiva 14059, que visa estrangeiros envolvidos no comércio global de drogas ilícitas.

Um colombiano acusado de matar dois homens, esquartejá-los e tentar espalhar seus restos mortais de uma ponte em Bristol, no oeste da Inglaterra, foi condenado nesta sexta-feira, 24, em Londres, à prisão perpétua, com um período mínimo de cumprimento da pena de 42 anos.

Ao proferir a sentença, o juiz do Tribunal da Coroa de Woolwich, no sudeste de Londres, advertiu o acusado, Yostin Andrés Mosquera, de 35 anos, que ele poderia passar o resto de sua vida preso.

"Insisto que os 42 anos são o mínimo (de cumprimento da pena). Pode ser que nunca seja libertado", declarou o juiz Joel Bennathan.

Mosquera recebeu duas penas de prisão perpétua e uma condenação a 16 meses de detenção por posse de pornografia infantil.

O colombiano havia sido declarado culpado em julho pelo duplo assassinato de Paul Longworth, um inglês de 71 anos, e Albert Alfonso, de 62, de origem francesa e naturalizado britânico. O casal, que vivia em união estável, residia em Londres.

"Foi uma tragédia para eles que você, Yostin Mosquera, tenha entrado em suas vidas", afirmou o juiz, acrescentando que estava "certo" de que o acusado tinha a intenção de vender o apartamento deles após matá-los.

O caso, que ganhou as manchetes da imprensa britânica, ocorreu em julho de 2024, quando a polícia descobriu duas malas com restos humanos na famosa ponte Clifton, em Bristol.

A polícia havia sido alertada por pedestres que acharam suspeito o comportamento de Mosquera, que foi preso posteriormente.

Durante o julgamento em abril, o colombiano reconheceu apenas o homicídio culposo de Albert Alfonso, com quem mantinha relações sexuais, segundo a investigação. Na ocasião, Mosquera acusou Alfonso de causar a morte de Longworth.

Ambas as vítimas haviam viajado com o acusado para a Colômbia. Uma foto divulgada pela imprensa mostrava os três sorrindo em um barco no país sul-americano.

Durante o julgamento, a promotoria, que descreveu o colombiano como um "ator pornô", explicou que ele não podia negar os fatos, pois havia filmado seu ato.

Uma análise do computador de Mosquera revelou que, antes do assassinato, ele havia pesquisado o valor da residência do casal em Londres. Também teria tentado acessar as economias de Alfonso para fazer transferências para sua própria conta na Colômbia.

Algumas partes dos corpos das duas vítimas foram encontradas em um freezer no apartamento dos falecidos.

De acordo com a acusação, Mosquera teria matado os dois homens em 8 de julho de 2024 no apartamento das vítimas em Londres e depois "teria tentado roubá-los".

Paul Longworth foi golpeado na cabeça com um martelo, e Albert Alfonso foi "esfaqueado várias vezes" no torso, rosto e pescoço.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski chegou a Londres nesta sexta-feira, 24, para encontros com líderes europeus que prometeram ajuda militar para proteger seu país de futuras agressões russas se um cessar-fogo interromper a guerra de mais de três anos.

Ainda nesta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer defendeu um aumento no fornecimento de armas de longo alcance para a Ucrânia, ao se reunir com o Zelenski antes de uma reunião em Londres com os aliados de Kiev.

"Acredito que podemos fazer mais em termos de recursos, especialmente recursos de longo alcance", disse Starmer no início de sua reunião com o presidente ucraniano, antes da reunião da coalizão dos dispostos na capital britânica. "E, claro, há o trabalho vital da coalizão dos dispostos nas garantias de segurança necessárias", acrescentou.

O encontro organizado por Starmer também deve discutir maneiras de ajudar a proteger a rede elétrica da Ucrânia dos ataques quase diários de drones e mísseis da Rússia com a aproximação do inverno, melhorando as defesas aéreas ucranianas e fornecendo a Kiev mísseis de longo alcance que podem atingir o interior da Rússia.

Negociações

As negociações visam aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, dando força às medidas dos últimos dias, que incluíram uma nova rodada de sanções dos Estados Unidos e de países europeus que visam os lucros vitais da Rússia com exportações de petróleo e gás.

Putin tem resistido até agora aos esforços para pressioná-lo a negociar um acordo de paz com Zelenski e argumenta que os motivos para a invasão total da Rússia ao seu vizinho menor são legítimos. A Rússia também tem se mostrado hábil em encontrar brechas nas sanções ocidentais.

Essa postura inflexível exasperou os líderes ocidentais. "Repetidamente oferecemos a Putin a chance de pôr fim à sua invasão desnecessária, de interromper a matança e de convocar suas tropas, mas ele rejeita repetidamente essas propostas e qualquer chance de paz", disse Starmer em comentários por escrito antes da reunião desta sexta-feira.

Os aliados ocidentais da Ucrânia precisam resolver algumas grandes questões sobre o papel que desempenharão no futuro, já que o maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial se aproxima de seu quarto aniversário em fevereiro.

As incertezas incluem como eles podem ajudar a financiar a Ucrânia devastada pela guerra, quais garantias de segurança pós-guerra eles podem fornecer e definir quais podem ser os compromissos de Washington com futuros acordos de segurança.

Força de segurança

Zelenski e Starmer devem se reunir no Ministério das Relações Exteriores em Londres, juntamente com o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, e o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof. Cerca de 20 outros líderes participarão por videoconferência da reunião do grupo apelidado de coalizão dos dispostos.

Os detalhes sobre a potencial futura "força de segurança" são escassos, e a reunião de Londres busca desenvolver ainda mais a ideia - embora qualquer acordo de paz pareça, no momento, apenas uma possibilidade distante.

Segundo autoridades, a força provavelmente consistirá em apoio aéreo e naval, em vez de tropas ocidentais destacadas na Ucrânia. O Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, afirma que seria "uma força para ajudar a proteger os céus, os mares, uma força para ajudar a treinar as forças ucranianas a defender sua nação".

Espera-se que sua sede fique entre Paris e Londres por períodos de 12 meses.

A guerra não mostra sinais de enfraquecimento, já que uma guerra de atrito na linha de frente mata milhares de soldados de ambos os lados, enquanto bombardeios de drones e mísseis causam danos nas áreas de retaguarda.

*Com agências internacionais