CPMI do INSS convoca procurador afastado por descontos em aposentadorias

Política
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A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira, 2, a convocação do ex-procurador-geral da autarquia Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, apontado como um dos facilitadores dos descontos associativos ilegais a aposentados. Segundo as investigações, uma empresa da mulher dele, Thaisa Hoffmann, recebeu R$ 11,9 milhões em propina.

Os pagamentos seriam feitos por entidades em troca de pareceres que permitiram a continuidade do esquema. Dentre os repasses, há valores transferidos por uma firma de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". Ainda não há data para o depoimento de Virgílio, afastado do cargo pela Polícia Federal.

Thaisa Hoffmann e a irmã dele, Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira, também foram convocadas. Os depoimentos delas ainda não foram agendados.

No início de setembro, a CPMI também aprovou a quebra do sigilo bancário Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho. A medida também foi tomada em relação a outras 66 pessoas e 91 associações e empresas.

Ainda nesta quinta, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que tem encontrado dificuldades de localizar parte dos convocados por requerimentos de parlamentares membros da comissão. O parlamentar informou que poderá pedir a condução coercitiva de investigados, caso persista a dificuldade.

Entre eles, está o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Baptista de Souza, o Milton Cavalo. A entidade é suspeita de cobrar mensalidades não autorizadas e citada nas investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal.

"Caso nós não tenhamos respostas positivas ou datas confirmadas por aqueles que já foram convocados por essa CPMI, esta presidência irá à Justiça e pedirá a condução coercitiva dessas pessoas", disse.

O colegiado já decretou a prisão de dois depoentes: o empresário Rubens de Oliveira, apontado como operador financeiro do esquema, e Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).

As detenções dos investigados se deve ao entendimento de que eles mentiram durante os depoimentos. Os dois foram liberados depois. "Vamos continuar trabalhando da mesma maneira. Todos serão respeitados aqui. Os direitos serão todos mantidos, mas a pessoa que mentir aqui vai receber voz de prisão. Estamos bem firmes neste assunto", disse o presidente do colegiado.

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A imprensa internacional repercutiu nesta segunda-feira, 6, a ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência e trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação.

Os veículos estrangeiros destacaram que Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço sobre produtos brasileiros e de medidas contra autoridades.

O norte-americano The Washington Post informou, em uma nota curta, que Lula pediu pelo fim das tarifas extras de 40% e que reiterou convite para que Trump venha à COP 30, em Belém (PA).

O espanhol El País ressaltou que a conversa foi a primeira entre os dois líderes desde o início das tensões diplomáticas em razão do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também publicou a manifestação de ambos em seus perfis oficiais (Lula na rede social X e Trump na Truth Social).

"A conversa telefônica entre os presidentes parece suavizar uma relação que havia alcançado altos níveis de tensão", escreveu o jornal.

De acordo com o jornal francês Le Monde, a ligação foi "amigável". A reação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e seu papel nas negociações para que a conversa ocorresse foi mencionada, assim como sua opinião de que tudo correu "melhor que o esperado".

A Bloomberg reportou a reação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e mencionou a intercessão de empresários brasileiros nos EUA para tentar articular um contato entre os presidentes.

"O setor privado brasileiro uniu esforços para aprimorar o diálogo entre os dois países, com empresas líderes e grupos industriais sendo convocados a fornecer informações sobre seus setores", diz a Bloomberg.

Já o jornal português Público se referiu ao momento vivido pelos dois países como "uma crise diplomática sem precedente". A situação foi desencadeada, segundo a reportagem, pela condenação de Bolsonaro e pela "presidência brasileira nos BRICS".

O jornal também relembrou as sanções impostas pelos EUA: "Para além das tarifas, os Estados Unidos restringiram os vistos a várias autoridades políticas e judiciárias do Brasil, como os juízes do Supremo Tribunal Federal, e impuseram a Lei Magnitsky ao juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro".

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que seu governo fará algo em relação aos agricultores americanos nesta semana, sem dar mais detalhes, durante falas para jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira.

A sinalização acontece após o republicano dizer que planeja um pacote de ajuda para os agricultores de soja dos EUA, em meio ao boicote da China aos grãos americanos, por conta da guerra comercial travada entre os dois países.

Nos comentários, Trump também disse que tomou a decisão de enviar mísseis para a Ucrânia, mas quer "ter certeza do que eles estão fazendo com eles primeiro".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 6, que o Hamas "está concordando com coisas muito importantes" do plano de paz proposto por Washington para encerrar a guerra em Gaza. "Temos praticamente todas as nações trabalhando neste acordo e tentando concluí-lo. É um acordo em que, incrivelmente, todos se uniram", declarou.

Trump ressaltou, porém, que há "linhas vermelhas" que não pretende cruzar. "Se certas condições não forem cumpridas, eu não farei o acordo", advertiu o republicano.

Ele também negou ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que parasse de criticar o plano de libertação de reféns, dizendo: "Eu não disse a Netanyahu para deixar de ser negativo sobre o acordo dos reféns".

Em outro momento, o presidente comentou a paralisação parcial do governo americano, afirmando que "as negociações com os democratas sobre os planos de saúde estão em andamento".

Trump também voltou a justificar o envio da Guarda Nacional a cidades americanas, dizendo que a medida começou por Washington, agora "a cidade mais segura dos EUA".

Questionado sobre as condições para invocar o Insurrection Act, que autoriza o uso das Forças Armadas em território nacional, afirmou: "Se pessoas estivessem sendo mortas e os tribunais ou autoridades locais nos impedissem, eu agiria."