Com Lula e Motta, mas sem o STF, desfile tem grito de 'sem anistia'

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhou o desfile do 7 de Setembro, em Brasília, ao lado de ministros, do vice Geraldo Alckmin e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Às vésperas da retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do núcleo crucial do golpe de 8 de Janeiro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não compareceram ao tradicional desfile na capital federal. No ano passado, o presidente da Corte, Roberto Barroso, e o ministro Alexandre de Moraes estiveram com Lula na tribuna de honra.

 

No início da manhã, a plateia nas arquibancadas do desfile entoou o grito de "sem anistia", minutos após a chegada do presidente da Câmara à tribuna de honra montada na Esplanada dos Ministérios. Com o desenrolar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, Motta sofre pressão de bolsonaristas para pautar a urgência da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

 

O presidente da Câmara já declarou que o número de líderes favoráveis à deliberação do tema aumentou nos últimos dias. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil -AP) não esteve presente - ele resolveu passar o feriado no Amapá, onde participou do desfile cívico.

 

Em uma rede social, o presidente da Câmara postou um vídeo em que defendeu "equilíbrio" como forma de garantir independência ao País. "Hoje, num Brasil tão dividido, qual é o verdadeiro grito de independência que a gente precisa dar? A verdadeira independência é ter equilíbrio", disse o deputado.

 

Lula chegou minutos antes do início oficial do desfile. Ao final, o presidente foi até as arquibancadas destinadas ao público em geral, onde abraçou integrantes do Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba).

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou, inicialmente, que 35 mil pessoas acompanharam o desfile na Esplanada neste domingo. No início da tarde, o número foi revisado para 80 mil.

 

O presidente Lula anunciou o início do desfile por volta das 9h30. Nas arquibancadas montadas para o evento, foram distribuídos bonés com os dizeres "Brasil Soberano", um dos três temas da solenidade, que também destacava a "COP-30" - a ser realizada em Belém, em novembro - e o "Brasil do Futuro".

 

Também parte dos populares usava camisas da Seleção Brasileira. Em pronunciamento anteontem sobre o 7 de setembro Lula procurou retomar essa questão da soberania, em claro contraponto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém".

 

SP. Ainda na manhã de domingo, 7, em São Paulo, a parada militar anual reuniu integrantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana. Os portões do Sambódromo foram abertos às 8h e o desfile teve início às 9h, com entrada gratuita (até o limite de 30 mil pessoas). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) participaram do ato. Mas não houve declarações - o governador optou por se manifestar à tarde em evento na Paulista.

 

HISTÓRICO. As comemorações do 7 de Setembro costumam ocorrer em praticamente todas as capitais anualmente. De acordo com o Acervo Histórico do Exército, as manifestações sobre a independência datam do século 19. Mas historiadores ressaltam que as paradas anuais, que só perderam força com a pandemia de covid, começaram a surgir somente nos anos 1920 e 1930.

Em 1947, o presidente americano Harry Truman esteve no Brasil e acompanhou o desfile de 7 de setembro ao lado do presidente Eurico Gaspar Dutra, no Rio, cidade que à época era a capital federal.

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Três pessoas ficaram gravemente feridas após um helicóptero médico cair em uma rodovia em Sacramento, na Califórnia, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 6. Um vídeo publicado nas redes sociais por uma testemunha mostra que a aeronave perde altitude aos poucos antes de atingir o chão. Logo após a queda, é possível ver fumaça no local.

O helicóptero havia levado um paciente para um hospital da região e retornava para sua base, por volta das 19h (no horário local), quando o acidente aconteceu. Nenhum veículo foi atingido durante a queda.

Um piloto, uma enfermeira e um paramédico foram levados para hospitais em estado grave. A mulher chegou a ficar presa nos destroços da aeronave, mas foi retirada por socorristas, que precisaram da ajuda de motoristas que passavam pela rodovia para movimentar o helicóptero.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Sacramento, a aeronave não pegou fogo. Ela pertencia a Reach Air Medical Services, que afirmou que ainda apura os detalhes da situação e o estado de saúde dos feridos. A causa do acidente ainda será investigada. (Com informações da Associated Press)

A ativista sueca Greta Thunberg se manifestou na madrugada desta terça-feira, 7, sobre fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que ela tem problemas para controlar a sua raiva. Em publicação nas redes sociais, ela sugeriu que ele sofre dessa mesma questão.

Greta está entre ativistas detidos por participarem de uma flotilha de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza que foram deportados na segunda-feira, 6.

Por meio das redes sociais, ela comentou a fala do presidente Trump. "Ouvi dizer que Donald Trump expressou mais uma vez suas opiniões muito lisonjeiras sobre meu caráter e aprecio sua preocupação com minha saúde mental", disse em publicação.

"Eu aceitaria gentilmente quaisquer recomendações que você possa ter para lidar com esses chamados 'problemas de controle da raiva', já que, a julgar pelo seu histórico impressionante, você parece estar sofrendo com eles também", rebateu.

Os treze brasileiros que integravam a flotilha de ajuda humanitária, que foram detidos por Israel, foram libertados e seguem para a Jordânia. A informação foi divulgada pelo Itamaraty, por volta das 7 horas desta terça-feira, 7, pelo horário de Brasília.

As negociações foram conduzidas pelo governo brasileiro, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv.

"Os 13 brasileiros que integravam a flotilha Global Sumud, entre eles, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia e libertados", disse, por meio de nota.

Ainda conforme o Itamaraty, diplomatas das Embaixadas em Tel Aviv e em Amã receberam os ativistas que foram transportados para a capital jordaniana em veículo providenciado pela Embaixada brasileira naquele país.

Ainda de acordo com o Itamaraty, integrada por mais de 40 embarcações e 420 ativistas de diferentes nacionalidades, a flotilha Global Sumud tinha caráter pacífico e tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza quando foi interceptada em águas internacionais por forças militares do Estado de Israel.

"O Brasil conclama a comunidade internacional a exigir de Israel a cessação do bloqueio à Gaza, por constituir grave violação ao direito internacional humanitário", disse.