Brasileiros protestam no portal da USTR com piadas, patriotismo e pedidos de prisão a Bolsonaro

Política
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Enquanto o governo brasileiro finalizava os últimos detalhes para apresentar formalmente recurso à investigação econômica aberta pelo governo Donald Trump contra o País, cidadãos usaram o portal do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) para reagir, com alguma dose de humor, ao tarifaço do presidente americano.

 

De piadas de duplo sentido a mensagens de cunho patriótico e pedidos de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o site oficial do USTR já reúne 155 manifestações públicas sobre o processo contra o Brasil.

 

Entre elas, a de empresas multinacionais como a Embraer e associações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e associações setoriais, como a Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

 

Entre manifestações sérias, brasileiros usaram o recurso do processo público para defender a cadeia a Bolsonaro e punição a seus familiares, reclamar de produtos nacionais e publicar pegadinhas com nomes de duplo sentido. As publicações foram feitas em inglês e português.

 

Algumas das mensagens identificadas pelo Estadão foram: "Respeite o Brasil", "Aqui é Brasil", "Não quero perder meu emprego", "FamilicianaCadeia", "Bolsonaro na Cadeia", "Edu Brasil", "Jim Carrey, Pois são comédia" (referência ao ator e comediante canadense, estrela de Hollywood) e "Respect our Brazil".

 

"O Brasil é soberano, e não há nada que a nova ditadura estadunidense possa fazer a respeito. Você está tão acostumado a menosprezar as Américas mas se meteu com o país errado", diz outra. "Vocês são os que discriminam, nós somos soberanos e você terão que engolir isso. Viva o Brasil, viva o Brics.

 

A fictícia "Associação Global de Estagiários Mal Pagos" sugeriu uma sessão de meditação "serenidade agora" para melhorar a eficiência de funcionários públicos na aplicação de medidas anti-corrupção no Brasil, mas afirmou que ela já é "bem mais transparente do que países onde fazer lobby é esporte nacional e o financiamento de campanha é menos regulado do que a ingestão de açúcar por uma criança pequena".

 

O prazo final para se manifestar terminaria às 23:59 desta segunda-feira, 18, no horário da capital americana. O documento já entregue por meio da Embaixada do Brasil em Washington.

 

Como é aberto a qualquer pessoa, o processo público contra o País recebeu uma série de manifestações de cunho político ou que não guardam relação direta com a finalidade do processo do USTR.

 

Uma delas é uma reclamação sobre a qualidade de produtos. Uma pessoa (o autor é desconhecido) protocolou no diretório do USTR uma queixa sobre uma marca nacional de chuveiros e enviou a imagem de uma ducha em curto circuito ao órgão americano - em nome da "Associação dos Chuveiros Queimados".

 

"Os chuveiros queimados prejudicam a população no inverno, principalmente em Estados mais frios", diz um autor que usou como codinome a marca da fabricante.

 

Embora a maior parte das reações seja crítica a Trump e defenda a soberania brasileira, houve também manifestações contrárias aos processos movidos pelo Supremo Tribunal Federal e ao PT.

 

Dois deles, de autores "anônimos" afirmam que "o tribunal inteiro é um problema" e que "quase todos os 11 juízes (exceto um) são comunistas e socialistas que aumentam seus próprios salários, criam e já perseguem qualquer um que queira limitar os poderes do Estado".

 

Outro remetente anônimo comentou no processo público, acessível no diretório do USTR, sobre a aplicação da lei anti-corrupção. "As chamadas políticas anticorrupção do PT eram apenas uma forma de monopolizar o roubo do Estado", afirmou o usuário, para quem as empresas americanas se prejudicam na competição pelo mercado nacional porque apenas "as empresas brasileiras que são 'amigas do rei' se beneficiam recebendo recursos públicos".

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Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press