Bolsonaristas ignoram danos econômicos e apoiam decisão de Trump de taxar Brasil em 50%

Política
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Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) reagiram à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar os produtos brasileiros em 50% com um misto de comemoração, acusações ao governo Lula e evasivas sobre os danos à economia.

 

Trump anunciou nesta quarta-feira, 9, a sobretaxa com início a partir de 1º de agosto. Ele justificou a decisão como resposta às ações contra Bolsonaro e as plataformas digitais no Supremo Tribunal Federal (STF). "O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional", disse Trump. "Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!", escreveu.

 

Bolsonaro reagiu ao anúncio compartilhando uma publicação de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-SP), desta terça-feira, 8, em que tratava do que chama de "tortura diária" contra seu pai. "A verdade precisa ser sempre lembrada, para que todos enxerguem que se trata de uma perseguição implacável, sem precedentes na história do Brasil", disse. O ex-presidente não fez menções a eventuais prejuízos ao País.

 

A medida de Trump foi enaltecida por alguns bolsonaristas. O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) escreveu numa rede social: "Obrigado pelo apoio @realDonaldTrump nosso grande presidente @jairbolsonaro está sofrendo uma perseguição real por um regime comunista". Giovani Cherini (PL-RS), por sua vez, disse que "A pressão internacional cresce diante dos abusos cometidos no Brasil".

 

Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) rechaçou a decisão de Trump como um ataque à soberania do sistema de Justiça brasileiro, que tem autonomia para julgar cidadãos acusados de crimes. "As tarifas dos EUA são aplicadas sobre o importador e consumidor norte americano. Não é um ataque dos EUA sobre a nossa soberania, é os EUA se defendendo de governos que são seus inimigos", afirmou. "Tarifas e Sanções são ruins para o Brasil mas é o tratamento padrão para os inimigos da liberdade".

 

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Filipe Barros (PL-PR) afirmou que "todos os que perseguiram a direita e todos os que se omitiram diante disso são culpados pela atual situação, que agora culmina em uma sanção internacional contra o nosso País".

 

Entre aqueles que apontam o dedo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como principal culpado pela decisão de Trump está Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado de seu mandato na Câmara para viver nos Estados Unidos, onde diz ter se esforçado para conseguir as sanções contra o STF.

 

"A brincadeira de Lula nos BRICS vai sair caro para todos os brasileiros. Algum empresário nacional ainda apoia Lula??? Como disse o Pres. @jairbolsonaro: vocês vão botar um pinguço para dirigir o País e acham que isso vai dar certo?", escreveu nesta quarta-feira, 9, referindo-se ao encontro do bloco no Rio de Janeiro que causou incômodo no presidente americano. Os países membros, em sua declaração sobre a cúpula do Rio, se comprometeram a buscar medidas para negociar em moedas locais para fugir da influência do dólar e desenvolver um meio de pagamentos próprio.

 

Bolsonaristas encontraram nas críticas a Lula pelos possíveis efeitos negativos na economia a evasiva para não se contrapor à decisão de Trump. Não houve manifestações contundentes sobre o prejuízo para produtores e empresários brasileiros. O anúncio da tarde desta quarta fez disparar o dólar e a Bolsa de Valores cair.

 

Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou que "o PT é uma arma de destruição em massa. Com Lula o imposto aumentou interna e externamente". Para Eduardo Pazuello (PL-RJ), o "atual presidente jogou o país no precipício. E quem pagará essa conta é o povo brasileiro". Já Gustavo Gayer tripudiou que "Lula lutou tanto por mais taxas que conseguiu junto com o STF uma taxa 50% para os próprios americanos".

 

O deputado Delegado Caveira disse que "O Brasil pode ser novamente taxado pelos EUA por causa das atitudes do desgoverno Lula. Confrontar a maior democracia e economia do mundo é um erro grave que pode custar caro ao nosso país. O prejuízo será de todos os brasileiros". E Rosana Valle (PL-SP) escreveu que o "governo Lula brinca com a democracia, agora o país paga a conta. Mais uma vez, quem sofre é o povo".

 

Como o Estadão mostrou, a articulação de Eduardo Bolsonaro por sanções ao STF em sua estada em território americano tem apoio de uma espécie de "bancada anti-Moraes" no Congresso dos EUA. Deputados e senadores americanos têm embarcado na ofensiva contra a Suprema Corte do Brasil em meio a rodada de encontros com o deputado licenciado.

 

Uma das parlamentares mais simpáticas à missão de Eduardo, a deputada María Elvira Salazar (Flórida) reagiu à decisão de Trump e apelou que a Casa Branca aplique a Global Magnitsky (lei que permite ao governo americano impor sanções contra autoridades de outros países que violem direitos humanos) contra Alexandre de Moraes, o ministro do STF responsável pela ação que pode condenar Bolsonaro à prisão.

 

"Alexandre de Moraes é uma ameaça direta à liberdade política no Brasil e em todo o nosso hemisfério. Os Estados Unidos precisam agir agora: congelar seus bens, revogar seu visto e enviar uma mensagem clara e contundente: não toleraremos juízes autoritários perseguindo a oposição política e atacando a liberdade", escreveu ela.

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Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press