Pedro Lucas recusa pasta das Comunicações após racha no União Brasil

Política
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O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes(MA), recusou nesta terça, 22, o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão foi tomada após reunião com o presidente do partido, Antônio Rueda, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

 

Pesaram pela permanência de Pedro Lucas o clima de instabilidade na legenda, caso abrisse mão do atual cargo na Câmara, e a dúvida entre os correligionários sobre se o partido deve se manter mais próxima ou não do governo.

 

"Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite", disse Pedro Lucas, em nota. "Posso contribuir mais com o País com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados."

 

Na avaliação de interlocutores do governo, houve um "comportamento desrespeitoso" do partido na situação, que pode incentivar uma reavaliação sobre o espaço da legenda na composição da gestão federal.

 

No começo de abril, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou que Lula havia aceitado a indicação do União Brasil para nomear Pedro Lucas para a pasta. O deputado iria suceder Juscelino Filho, que era da cota do partido e pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares.

 

'Coletivamente'

 

Apesar do anúncio feito pela ministra, Pedro Lucas se pronunciou horas depois e disse que sua decisão sobre aceitar o cargo ainda deveria ser decidida em conjunto com a bancada na Câmara. Em sua conta na rede social X, o parlamentar, naquela ocasião, agradeceu a confiança e destacou que "qualquer definição será construída coletivamente, em diálogo" com a bancada da legenda na Casa.

 

Auxiliares da gestão federal lembram que o partido tem três ministérios A avaliação é de que o União Brasil fez uma "trapalhada" ao não conseguir se alinhar depois do convite.

 

Durante a tarde de ontem, havia expectativa de que a bancada indicasse Moses Rodrigues (União Brasil-CE) para chefiar a pasta, porque o nome dele agradaria a maioria dos deputados. A indefinição refletia uma divisão no União Brasil entre alas de Rueda e Davi Alcolumbre, que disputam as decisões do partido no Congresso.

 

Alcolumbre havia patrocinado a indicação de Pedro Lucas para o ministério e queria emplacar Juscelino Filho na liderança da Câmara. Mas vários deputados da legenda avaliam que a denúncia da PGR contra o ex-ministro pesa contra a sua indicação à liderança, porque a suspeita de corrupção exporia a bancada.

 

A insatisfação dos deputados gerou a preocupação de que a saída de Pedro Lucas da liderança provoque uma nova guerra pela sucessão e, em último caso, resulte na eleição de um parlamentar de oposição ao governo.

 

Segundo relatos ao Estadão/Broadcast, cerca de 25 deputados da bancada se pronunciaram de forma contrária à ida de Pedro Lucas para o ministério. Para um deputado ouvido pela reportagem, Juscelino Filho teria "chance zero de virar líder do União Brasil neste momento".

 

Divisão

 

O partido tem 59 deputados e elegeu Pedro Lucas em fevereiro como sucessor de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) para a liderança na Câmara. No começo do ano, a própria decisão por Pedro Lucas causou uma divisão na legenda, quando outros dois nomes estavam na disputa. Leur Lomanto Júnior (União Brasil -BA) falou em uma reunião da bancada do partido, em dezembro de 2024, que a legenda poderia a voltar a ser "piadinha" pela desunião interna.

 

"Qualquer decisão que essa bancada tome vai significar a divisão do União Brasil. Não é isso que nos queremos. Não queremos voltar a piadinha dos deputados, quando éramos chamados de 'Desunião Brasil'", disse.

 

'Partido plural'

 

Na nota que divulgou ontem no começo da noite, Pedro Lucas afirmou: "A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida". Ele disse ainda que tem refletido diariamente sobre "o papel que a política deve exercer: servir ao povo com compromisso, equilíbrio e coragem".

 

Declarou também ser "líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil". Segundo o parlamentar, a liderança do União Brasil na Câmara "permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil". No final da nota, ele pede desculpas ao presidente e diz que seguirá "buscando consensos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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