Deputados pedem explicação após PM do Rio estimar público de 400 mil em ato de Bolsonaro

Política
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Dois deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) querem explicação acerca dos dados divulgados pela Polícia Militar sobre o público do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo, 16, na praia de Copacabana.

 

A deputada estadual Renata Souza (PSOL) acionou o Ministério Público nesta segunda-feira, 17, para pedir que o órgão apure se houve interferência do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), na divulgação da quantidade de manifestantes na rua. O deputado estadual Yuri Moura (PSOL) pediu esclarecimentos à Polícia Militar fluminense sobre o número divulgado.

 

No domingo, a Polícia Militar do Rio informou por meio do X (antigo Twitter) que a manifestação na orla de Copacabana teria reunido mais de 400 mil pessoas. O número é mais de 20 vezes maior do que o estimado pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), de 18,3 mil pessoas. Os organizadores esperavam um público de 1 milhão de manifestantes - conforme afirmou Bolsonaro.

 

Segundo relatório da USP, um drone tirou fotos aéreas da multidão e um software analisou as imagens para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas. A Polícia Militar não divulgou a metodologia usada para a contagem.

 

A postagem da corporação resultou em pedidos de explicação dos próprios usuários da plataforma, que resgataram uma publicação antiga em que a PM afirma não realizar estimativa de público em eventos. "Podem dizer como vocês chegaram aos 400 mil de ontem se vocês não fazem estimativa de público?", escreveu uma internauta.

 

Também por meio do X, a deputada Renata Souza se dirigiu ao governador do Estado: "O Ministério Público recebeu a nossa representação para apurar o uso da PMERJ para divulgar dados inconsistentes do ato de Bolsonaro. Explica essa, governador Cláudio Castro".

 

Em seu perfil no Instagram, o deputado Yuri Moura cobrou imparcialidade da corporação: "A instituição precisa ser preservada e os trabalhadores da segurança pública respeitados. PMERJ não é um instrumento político! Qual a finalidade do post? Qual a metodologia utilizada na contagem?".

 

Ele disse, ainda, que pretende convocar o secretário da Polícia Militar do Rio, o coronel Marcelo de Menezes Nogueira Carioca, para prestar esclarecimentos na Alerj.

 

Ato 'Anistia Já'

 

O ato convocado pelo ex-presidente e pelo pastor Silas Malafaia na praia de Copacabana teve como mote a aprovação da anistia para os responsáveis pelo ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

 

O ato registrou críticas e xingamentos ao ministro do STF Alexandre de Moraes e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Durante o evento, aliados de Bolsonaro reforçaram em seus discursos que ele é o "único candidato da direita" para as eleições presidenciais de 2026.

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O braço das Forças Armadas do Iêmen ligado ao movimento houthi anunciou neste domingo, 27, que promoverá uma escalada nas suas operações militares contra Israel, diante do aumento da crise humanitária em Gaza. Segundo os iemenitas, a nova fase inclui o bombardeio a navios de empresas que negociam com os israelenses.

"As Forças Armadas do Iêmen alertam todas as empresas para que cessem imediatamente qualquer relação com os portos do inimigo israelense a partir do momento em que esta declaração for anunciada. Caso contrário, seus navios, independentemente do destino, serão alvos em qualquer lugar que esteja ao alcance de nossos mísseis e drones", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iemenitas, Yahya Saree.

De acordo com Saree, o Iêmen tem "uma responsabilidade religiosa, moral e humanitária" para com os palestinos de Gaza, que têm sofrido "massacres horríveis, brutais e sem precedentes na história contemporânea" por parte do regime de Benjamin Nethanyahu.

As operações militares, segundo o porta-voz,"cessarão imediatamente após o fim da agressão contra Gaza e a suspensão do bloqueio" de Israel à região palestina ocupada.

"As Forças Armadas do Iêmen apelam a todos os países: se quiserem evitar essa escalada, pressionem o inimigo para interromper sua agressão e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza", afirmou Saree.

* Conteúdo traduzido com auxílio de inteligência artificial, revisado e editado pela redação da Broadcast

A Rússia abriu neste domingo, 27, uma ligação aérea regular entre Moscou (capital russa) e Pyongyang (capital da Coreia do Norte), em um movimento que reflete os laços cada vez mais estreitos entre os dois países. O primeiro voo operado pela companhia aérea russa Nordwind decolou do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, transportando mais de 400 passageiros. O Ministério dos Transportes da Rússia disse que haverá um voo por mês para atender à demanda.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, que visitou o novo resort de praia Wonsan-Kalma, da Coreia do Norte, no início deste mês, para se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, prometeu incentivar os turistas russos a visitar o complexo.

O resort, que pode acomodar quase 20 mil pessoas, está no centro do impulso de Kim para aumentar o turismo a fim de melhorar a economia de seu país. A Coreia do Norte vem aliviando lentamente as restrições impostas durante a pandemia e reabrindo suas fronteiras em fases. Mas o país não disse se retomaria totalmente o turismo internacional.

Voos regulares entre a cidade portuária oriental da Rússia de Vladivostok e Pyongyang foram reabertos em 2023 após uma pausa causada pela pandemia de coronavírus. A Rússia e a Coreia do Norte expandiram significativamente os laços militares e outros nos últimos anos, com Pyongyang fornecendo armas e tropas para apoiar a ação militar da Rússia na Ucrânia.

* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial

Rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico atacaram uma igreja católica no leste da República do Congo neste domingo, 27, matando pelo menos 34 pessoas, de acordo com um líder da sociedade civil local. Dieudonne Duranthabo, um coordenador da sociedade civil em Komanda, na província de Ituri, disse à Associated Press que os agressores invadiram a igreja na cidade de Komanda por volta da 1h da manhã. Várias casas e lojas também foram queimadas.

"Os corpos das vítimas ainda estão no local da tragédia, e voluntários estão se preparando para enterrá-los em uma vala comum em um complexo da igreja católica", disse Duranthabo. Imagens de vídeo do local compartilhadas online pareciam mostrar estruturas em chamas e corpos no chão da igreja. Aqueles que conseguiram identificar algumas das vítimas choravam, enquanto outros ficaram em choque.

Pelo menos outras cinco pessoas foram mortas em um ataque anterior na vila vizinha de Machongani. "Eles levaram várias pessoas para o mato; nós não sabemos o seu destino ou o seu número", disse Lossa Dhekana, um líder da sociedade civil em Ituri, à AP.

Acredita-se que ambos os ataques tenham sido realizados por membros da Força Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) armados com armas de fogo e facões. Esse grupo rebelde é afiliado ao Estado Islâmico. Os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança.

Duranthabo condenou a violência no que ele chamou de "uma cidade onde todos os oficiais de segurança estão presentes". Ele pediu uma intervenção militar imediata, alertando que "o inimigo ainda está perto de nossa cidade".

Ataques

O leste do Congo sofreu ataques mortais nos últimos anos por grupos armados, incluindo o ADF e rebeldes apoiados por Ruanda. O ADF, que tem laços com o Estado Islâmico, opera na fronteira entre Uganda e Congo e frequentemente tem civis como alvo. O grupo matou dezenas de pessoas em Ituri no início deste mês em um episódio que um porta-voz das Nações Unidas descreveu como um banho de sangue.

A ADF foi formada por pequenos grupos distintos em Uganda no final dos anos 1990, após alegado descontentamento com o presidente Yoweri Museveni. Em 2002, após ofensivas militares das forças ugandenses, o grupo mudou suas atividades para o Congo e, desde então, tem sido responsável pelo assassinato de milhares de civis. Em 2019, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico.

O Exército congolês (FARDC) há muito tempo tem dificuldades para conter o grupo, especialmente em meio a conflitos renovados envolvendo o movimento rebelde M23 apoiado pela vizinha Ruanda. (Com Associated Press)